10.29.2013

Candidíase: entenda a doença e previna-se

A candidíase é muito comum entre as mulheres. Você sabe como tratar esta infecção?

Reportagem: Gabriela Queiroz | Foto: Thinkstock
Candidíase

A candidíase é uma infecção provocada pelo fungo Cândida Albicans. "Pelo menos uma vez na vida 75% a 80% das mulheres terá a candidíase", afirma Poliani Prizmic, ginecologista e obstetra do hospital e maternidade São Luiz.
 
A candidíase não é considerada uma DST, já que no nosso corpo existe o fungo adormecido. Nas mulheres ele fica dentro da flora vaginal e intestinal e, nos homens, em forma de esporos no pênis. Dentre as formas de proliferação, está o ato sexual, em que o homem ou a mulher, podem vir a contaminar o parceiro. Por isso, as mulheres com vida sexual ativa são mais propensas à doença.
 
"Mesmo que a relação seja praticada com camisinha, o pênis faz um microtrauma na parede da vagina, assim a mulher fica mais predisposta à doença", explica a ginecologista. A doença conta também com outras propensões. "A candidíase pode estar associada à baixa imunidade, uso de antibióticos, anticoncepcionais, corticoides, e até mesmo à alimentação", explica Poliniani. 
 
Além desses fatores, há o famoso biquíni molhado. "No verão a candidíase é mais comum, pois a temperatura está mais alta e utiliza-se mais biquíni/maiô do tipo Lycra", diz Eduardo Zlotnik, ginecologista e obstetra do hospital Albert Einstein. No entanto, na maioria das vezes, a crise desse fenômeno está ligada aos casos de baixa imunidade e de uma dieta rica em farinha branca e açúcar, que acabam por modificar o pH da vagina, o deixando mais ácido e ideal para a proliferação da Cândida Albicans.
 

Sintomas e trataments 

A candidíase desperta nas mulheres coceira na vagina e no canal vaginal, corrimento, dores para urinar e também nas relações sexuais. Para o tratamento, é feito o uso de remédio antifúngico oral e creme vaginal, por mais ou menos uma semana. É preciso também "evitar tecidos que aumentem a temperatura local e roupas apertadas, e até mesmo dormir sem calcinha pode ajudar a melhor ventilação local", afirma o ginecologista e obstetra Eduardo Zlotnik, do hospital Albert Einstein.
 
Segundo Poliani, a combinação de uma alimentação correta e nutritiva é muito importante para que a cura seja alcançada e se evite a reincidência da doença. Uma vez que o sistema imunológico forte não abre espaço para a candidíase.
 

Alternativa 

Em entrevista à revista BOA FORMA,o ginecologista José Bento, dos hospitais Albert Einstein e São Luiz, afirmou que antes de as pessoas começarem o tratamento por remédios, seria interessante investir primeiro em mudanças nos hábitos alimentares.
 
O ginecologista afirma que restringir os doces e carboidratos da dieta do dia a dia pode atuar diretamente na candidíase. Outra mudança alimentar proposta pelo médico é a introdução na cardápio de alimentos com ação antifúngica. São eles: o alho, o alecrim, a cebola e o orégano.
 

Conheça alguns vilões da candidíase:

Alimentos
1. Álcool: sua composição é feita pela fermentação de açúcares
 
2. Tomates: são considerados ácidos e acabam por alterar o PH vaginal
 
3. Pães: são carboidratos, que também fazem parte da família dos açúcares, aumentando a chance de proliferação do fungo
 
4. Uva-passa: quase sempre contam com fungos em sua composição
 
5. Leite e queijos: fermentados pelos fungos podem fazer com que o corpo fique propenso a proliferação da Cândida Albicans
 
6. Açúcar: ele modifica o PH da vagina proliferando o aparecimento de fungos

A candidíase é um dos problemas femininos mais comuns que existem. Para manter a infecção bem longe, saiba como ela ataca e se previna








Para não pegar candidíase, evite biquínis molhados por muitas horas
Foto: Dreamstime

Como aparece

A infecção é causada por um fungo (na maioria das vezes, a Candida albicans) e deixa a área afetada inflamada. Apesar de geralmente atingir a região genital feminina, não é transmitida exclusivamente por relações sexuais, mas por qualquer tipo de contato. "Ela nem é considerada uma DST. O fungo é oportunista e o desenvolvimento depende das condições de defesa do hospedeiro. Ele pode inclusive habitar o trato digestivo, principalmente o intestino, e contaminar a área genital, que tem calor e umidade e é o ambiente ideal para que o fungo se prolifere quando a imunidade está baixa", afirma o ginecologista Edílson Ogeda, do Hospital Samaritano de São Paulo. A boca também é um dos locais onde a doença se manifesta. "É o sapinho que surge nos bebês", afirma Ogeda.
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Além da coceira, ardor e secreção

O sintoma mais comum da doença é a coceira, mas é importante ficar atenta também para o ardor vulvovaginal e o inchaço da região. "Há ainda um corrimento esbranquiçado, grumoso e inodoro, com aspecto de leite talhado", diz o ginecologista especializado em reprodução humana Marcello Valle, da Clínica Origen, no Rio de Janeiro. Outra consequência bem chatinha é a dor durante as relações sexuais e ao urinar. Para passar bem longe da candidíase, a principal dica dos ginecologistas é usar somente roupas íntimas de algodão. Isso porque outros tecidos podem manter a região vaginal úmida e quente, facilitando o desenvolvimento dos fungos. Por isso, também é recomendado dormir sem calcinha, não usar absorvente íntimo diário e evitar roupas muito justas. Durante o banho, lave a região apenas com sabonete de pH neutro. "É importante ainda identificar fatores predisponentes, como pílulas com grande concentração de estrogênio e diabetes descompensado", completa Valle.

Diagnóstico correto

A boa notícia é que, na grande maioria das vezes, a candidíase não traz consequências mais sérias. Mas, além do incômodo e do fato de ela poder facilitar infecções por outros agentes, é importante procurar seu médico o mais rápido possível por outro motivo. Apesar de assintomática na maioria dos casos, outra doença, chamada clamídia, também pode ter sintomas como coceira e corrimento. Uma das DSTs mais comuns, a clamídia é causada por uma bactéria e pode até levar à infertilidade se não tratada.

Tratamento sem mistérios

Se a candidíase é incômoda, eliminá-la não tem nada de complicado. Ainda bem! "O tratamento é bem tranquilo e fácil de ser realizado", diz Ogeda. "Na maioria dos casos, usa-se um creme vaginal e um comprimido via oral para o casal, quando se tem vida sexual ativa." Afinal, se você foi contaminada, provavelmente seu parceiro também foi.

Candidíase

O que é:

A candidíase é uma infecção causada por fungos e o mais comum é denominado Candida Albicans. Ela pode ocorrer em qualquer parte da pele humana, mas afeta com mais frequência a parte interna da boca e os órgãos genitais. A candidíase pode afetar tanto homens quanto mulheres, mas os bebês que nascem de parto normal de mãe infectada também podem ser afetados. Uma outra manifestação desta doença é a candidíase intestinal. Ela ocorre em pessoas com o sistema imunológico comprometido e pode se disseminar por todo o corpo, sendo chamada de candidíase sistêmica.

Sintomas de Candidíase

Os sintomas da candidíase variam, dependendo do tecido acometido. Na infecção da boca, as características são placas cremosas, brancas e dolorosas.
1. Na mulher, os sintomas da candidíase vaginal são:
  • coceira na vagina;
  • vermelhidão na parte genital exterior,
  • dor ou ardor ao urinar,
  • corrimento branco espesso, tipo leite coalhado;
  • dor durante as relações.
2. Os sintomas da candidíase no homem são:
  • Dor durante o contato íntimo,
  • Assadura na glande,
  • Ardor ao urinar,
  • Leve inchaço do órgão genital masculino
Em alguns homens pode surgir também um eventual corrimento, semelhante ao sêmen.
3. Sintomas da Candidíase Intestinal:
Presença de pequenos resíduos esbranquiçados nas fezes e, quando ela atinge o sistema sanguíneo, podem surgir sinais e sintomas em outras regiões do corpo, como alterações no sistema digestivo, nervoso, excretor, endócrino e na pele.

Causas da Candidíase

As causas da candidíase podem ser:
  • Comprometimento do sistema imune: doenças, tratamento do câncer, AIDS;
  • Relações sem preservativo;
  • Diabetes descompensada;
  • Uso de pílulas com alta concentração de estrogênio;
  • Uso de antibióticos;
  • Gravidez;
  • Alergias;
  • Uso da corticoides;
  • Infecção com HPV;
  • Menopausa;
  • Má higiene pessoal, como limpar-se de trás para frente após evacuar.
A candidíase é uma doença infecciosa oportunista, causada pela proliferação dos fungos que normalmente habitam a flora intestinal e genital, devido a uma baixa no sistema imunitário. Não é considerada uma DST.

Diagnóstico da Candidíase

O diagnóstico da candidíase é feito através da observação dos seus sintomas, não sendo necessário realizar exames complementares. Entretanto, em alguns casos, pode ser diagnosticada através do papanicolau, pois seus sintomas podem ser brandos e não serem percebidos pelo indivíduo.

Candidíase é DST?

A candidíase não é uma DST, pois geralmente está relacionada à proliferação do fungo por uma alteração biológica do corpo humano. 

Tratamento para Candidíase

O tratamento para candidíase deve ser feito com uso de medicamentos e uma dieta pobre em açúcares, carboidratos e amidos.  As medicações antifúngicas devem ser aplicadas diretamente na área infectada. No caso da candidíase sistêmica, recomenda-se tomar remédio em forma de comprimido. O remédio caseiro para a candidíase pode ser uma opção complementar e natural para combater a doença.
É importante que o indivíduo que sofre de vários episódios de candidíase em um mesmo ano tenha uma atenção especial, recorrendo a um especialista.

Dieta para Candidíase

Na dieta para a candidíase se recomenda evitar açúcares e carboidratos, dando preferência aos alimentos ricos em vitamina A e D. Esse tipo de alimentação favorece o sistema imune, fazendo com que o organismo consiga vencer o fungo e, portanto, a doença.

Prevenção da candidíase

Para a prevenção da candidíase recomenda-se ter hábitos de vida saudáveis, alimentando-se de forma equilibrada, praticando algum tipo de atividade física e:
  • Evitar roupas íntimas que não sejam de algodão;
  • Lavar a região genital somente com água e sabonete neutro ou próprio para a região;
  • Sempre que possível, dormir sem roupas íntimas;
  • Evitar usar diariamente meia calça ou calça comprida muito justa;
  • Prefira papel higiênico branco e sem perfume;
  • Evite absorventes internos.

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