Prefeito do Rio pede para que a população evite sair de casa
Cinco equipes do Corpo de
Bombeiros trabalham em ocorrências de desabamentos nesta quarta-feira
após a forte chuva que atinge o Rio
Adriano Araújo
e Tiago Frederico
Rio - O prefeito do Rio Eduardo Paes pediu para
que a população evite sair de casa por conta do temporal que ocorre na
cidade desde a madrugada desta quarta-feira. Ele reconheceu que há
pontos que, segundo ele, "tradicionalmente dão problemas", mas que a
situação na cidade é calamitosa. "As pessoas devem esperar a chuva
passar um pouco e evitar pontos de alagamento e bolsões d'água".
Em relação ao alagamento da Avenida Brasil, o
prefeito disse que ainda não sabe explicar o motivo de via ter alagado.
Sobre o alagamento da Via Binário, na Zona Portuária, nas proximidades
da Cidade do Samba, Paes disse: "Sabemos certamente que a área do Porto
não está totalmente pronta. Temos bombas instaladas na Via Binário, para
escoar essa água".
Eduardo Paes avaliou a chuva desta
manhã. "Agora, estamos numa situação melhor. A chuva diminuiu bastante,
em relação à madrugada, quando tivemos mais transtornos.
Pessoas desesperadas sobem em cima de ônibus por conta de alagamento no veículo
Foto: Reprodução Internet
Sobre as sirenes, que foram acionadas
em diversas comunidades, o prefeito explicou: "Quando a sirene toca é
porque existe risco de desabamento e a pessoa tem que deixar a sua casa e
ir para um ponto de apoio para se proteger". Cerca de 15 ou 16 sirenes,
instaladas em comunidades da Zona Norte, tocaram, mas ainda não há
notícias de desabamentos nessas áreas.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, pelo menos
cinco equipes trabalham em ocorrências de desabamentos nesta
quarta-feira após a forte chuva que atinge o Rio. De acordo com a
corporação, há militares trabalhando em Realengo, na Zona Oeste,
Anchieta, na Zona Norte, e em Nilópolis e Nova Iguaçu, na Baixada
Fluminense. Há registro de quatro vítimas resgatadas do locais. "A nossa missão é salvar vidas", diz secretário de Conservação
O secretário municipal de Conservação Marcos
Belchior também comentou sobre o alto índice pluviométrico que foi
registrado, principalmente na região da Tijuca e em outros bairros na
Zona Norte, além de Jacarepaguá, na Zona Oeste. "Temos comunidades
mapeadas e, embora nos preocupemos com o trânsito e com os bolsões
d'água, a nossa missão, a missão da Prefeitura é proteger e salvar
vidas", afirmou.
"As obras da Praça da Bandeira serão concluídas
em 2016 e, como a região está abaixo do nível do mar, é normal que
aquela região alague. No entando, toda obra na cidade tem foco na
drenagem", falou.
Ele explicou o alagamento da Via Binário: O
nível subiu acima do normal e as 15 bombas não conseguiram extravasar
essa quantidade de água. Caiu um volume atípico de água. A forte chuva
teve duas fases, às 23h de terça e às 5h55 desta quarta-feira. Além
disso, a geografia da região ajuda", disse ele. Resgate
Em Realengo, pelo menos duas pessoas foram
retiradas da casa 368 na Rua Euclides Roxo. Os soldados ainda procuram
por outras vítimas. No bairro de Anchieta, bombeiros do Quartel de
Guadalupe foram acionados para uma ocorrência de desabamento na Rua Leni
Liberato da Silva, número 50. De acordo com informações dos militares,
uma vítima foi socorrida. Bombeiros prosseguem com o trabalho de busca.
Na Baixada Fluminense, em Austin, em Nova
Iguaçu, militares foram acionados para um desabamento na Rua do Alto, no
Morro da Moenda. Uma pessoa foi resgatada do local, mas os bombeiros
ainda trabalham no local. Em Nilópolis, ninguém ficou ferido no
desabamento na Rua Sargento Manoel Rodrigues. A Defesa Civil municipal
assumiu a ocorrência.
Sobre a interdição da Radial Oeste, em função
de vários bolsões d'água, Paes disse: "Enquanto o desvio do Rio Joana
não estiver pronto, essa situação irá se repetir. Estamos construindo
cinco piscinões naquela região, como, por exemplo, nas praças Varnhagem e
Niterói", falou. Buscas por pedreiro desaparecido em Nova Iguaçu
Bombeiros do quartel de Nova Iguaçu reiniciaram
no início da manhã desta quarta-feira as buscas pelo pedreiro Martinho
Mesquita da Silva, de 50 anos. Ele desapareceu na noite desta
terça-feira no bairro Rodilândia, em Austin, na Baixada Fluminense, após
o transbordamento do Rio Botas, que inundou várias ruas da região. Há
suspeita de que ele tenha sido arrastado pela enxurrada.
De acordo com o Sistema de Alerta de Cheias do
Instittuto Estadual do Ambiente (Inea), o Rio Botas está em alerta
máximo de transbordamento, assim como o Rio Pavuna, em São João de
Meriti. O Rio Sarapuí, que corta quatro municípios da Baixada Fluminense
está em estado de Alerta. Já os rios Capivari, Iguaçu, Saracuruna,
entre outras, estão em estágio de Atenção.
desauma equipe foi acionada para um
desabamento na Rua Euclides Roxo, em Realengo. Ainda não há maiores
detalhes sobre vítimas ou do que exatamente desabou.
Temporal causa alagamentos e transtornos na manhã desta quarta-feira
Avenida Brasil foi interditada por conta do enorme alagamento na altura do Trevo das Margaridas
Foto: Leitora Fernanda Ramos
O forte temporal que cai na manhã
desta quarta-feira provoca enormes transtornos em diversos pontos do
Rio. A Radial Oeste, no Maracanã, que já havia sido interditada no
início da manhã, voltou a ser fechada por volta das 8h.
No Maracanã, também está fechada a Rua
Radialista Waldir Amaral, no acesso pela Radial Oeste, devido a bolsão
d'água na via. Há lentidão retenção nos pontos de bloqueio.
Quem segue em direção ao Centro vindo da
Grajaú-Jacarepaguá pode utilizar o seguinte trajeto: Rua Teodoro da
Silva, Rua Pereira Nunes e Rua Conde de Bonfim. Outra opção é utilizar o
trajeto: Rua Teodoro da Silva, Rua São Francisco Xavier e Rua Conde de
Bonfim.
A Via Binário, criada para desafogar o trânsito
com a derrubada da Perimetral, está alagada nas imediações da
Rodoviária Novo Rio. O trânsito está complicado em toda a área e o
engarrafamento causa reflexos na Avenida Brasil, que está completamente
parada em diversos pontos devido aos bolsões d'água e alagamentos.
A Avenida Brasil também está fechada na altura
do Trevo das Margaridas e da Linha Amarela, pois a via expressa se
transformou em um enorme rio. Na altura da Avenida Lobo Júnior, na
Penha, apenas caminhões e ônibus conseguem seguir pelas pistas em
direção ao Centro, devido à alagamento. Motoristas ainda conseguem
trafegar pelas pistas sentido Zona Oeste.
Na Via Dutra, um trecho de 15 km está
fechado por conta do transbordamento do Rio dos Cachorros. O tráfego
está completamente parado.
Ônibus fica preso no alagamento na Rua Quilombo, na Pavuna
Foto: Seguidor @Marcelo_Inacioo
Na Pavuna, na Zona Norte, o
transbordamento do rio que corta a região provoca alagamento de várias
ruas. O mesmo acontece em Madureira, Tomás Coelho, Realengo, além de
outros pontos. O temporal, que atinge o Estado desde a noite desta
terça-feira, não dá trégua ainda nesta manhã. Há registro de forte no
Ilha do Governador, na Barra da Tijuca, no Grande Méier, Recreio,
Madureira, Irajá, São Cristóvão, Muda, Piedade, Bangu, Campo Grande,
Grajaú e Jacarepaguá.
Também chove muito forte em diversos
pontos da Baixada Fluminense. Entre 7h e 7h30 da manhã, um enorme
temporal atingiu o bairro Posse, em Petrópolis.
Kombi com a logo do jornal O DIA fica presa em alagamento na Rua Maria José, em Madureira
Foto: Seguidor @alexmoura1312
Problemas nos trens e metrôs
O temporal que atinge a cidade causa reflexos
também no metrô e na SuperVia. Por conta do alagamento dos trilhos de
parte da Linha 2 do metrô, a circulação acontece somente entre as
estações de Irajá e Botafogo. Cinco estações estão fechadas, entre
Colégio e Pavuna. Equipes da concessionária trabalham na liberação das
estações. No trecho onde ocorre a circulação, os intervalos estão
irregulares. Na Linha 1 também não há atrasos, de acordo com a MetrôRio.
Também estão suspensos todos os ramais que
atendem passageiros da Baixada Fluminense na manhã de hoje. Além da
suspensão dos ramais Belford Roxo, Saracuruna, Vila Inhomirim,
Guapimirim e Linha Gramacho, os intervalos em Santa Cruz, Deodoro e
Japeri estão irregulares por conta da queda de um muro em Piedade e o
Teleférico do Alemão também foi paralisado.
No Ramal Japeri, moradores realizavam uma
manifestação por volta das 8h e a circulação acontece somente entre as
estações Austin e Central do Brasil. O trecho entre Japeri e Engenheiro
Pedreira está fechado.
Em Belford Roxo e Saracuruna, as estações estão
alagadas. Às 5h45, por medida de segurança, a SuperVia interrompeu
temporariamente a circulação nesses ramais. Técnicos da concessionária
trabalham para realizar os serviços necessários e liberar as linhas.
Outra equipe técnica da concessionária já está
no local reparando os danos provocados pela queda do muro em Piedade. A
todo o tempo os passageiros estão sendo informados sobre a circulação
por meio do sistema de áudio dos trens e das estações.
Bacias da Baía de Guanabara e de Jacarepaguá em Estágio de Alerta
No município do Rio, os bacias da Baía de
Guanabara e de Jacarepaguá estão em Estágio de Alerta e há previsão de
chuva moderada a forte para as próximas horas. Por volta das 4h50, o
Centro de Operações da Prefeitura do Rio informou que, devido ao elevado
índice acumulado de chuva registrado na região de Vaz Lobo, foi
acionado, de forma preventiva, o Sistema de Alerta e Alarme Comunitário
da Prefeitura do Rio.
As sirenes da comunidade do Sapê foram
disparadas e os moradores, orientados por agentes comunitários e da
Defesa Civil, se dirigiram aos seis pontos de apoio distribuídos na
comunidade. Um dos protocolos de acionamento dos equipamentos consiste
no registro de 40 mm de chuva em uma hora, o que pode deixar a encosta
vulnerável a deslizamentos. No caso da comunidade do Sapê, choveu 45,0
mm.
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