Presidenta afirma que governo abre mão da CPMF, mas União precisa de novas receitas
Em entrevista coletiva, nesta quarta-feira, no Palácio do Planalto, a presidenta Dilma Rousseff afirmou que o Orçamento enviado ao Congresso, com previsão de déficit de R$ 30,5 bilhões, mostra que o governo está sendo "transparente", mas revela "claramente" que há um problema.“Estamos evidenciando que tem um déficit, estamos sendo transparentes e mostrando claramente que tem um problema. Não fugiremos às nossas responsabilidades de propor a solução do problema, o que nós queremos, porque vivemos em um país democrático, é construir essa alternativa. Não estamos transferindo a responsabilidade de ninguém, porque ela sempre será nossa, porém é importante destacar que iremos buscar, estamos avaliando todas as alternativas”, disse a presidenta, em entrevista após a cerimônia de recepção de brasileiros premiados na WorldSkills, no Palácio do Planalto.
Dilma reconheceu que a economia passa por momentos difíceis por causa da queda de receitas, mas disse que o governo aposta na melhoria da situação por meio de investimentos em infraestrutura, energia e aumento das exportações. Quando o cenário mudar, o governo poderá enviar ao Congresso uma adendo à proposta orçamentária. “Iremos mandar quando acharmos que a discussão maturou. Quando acharmos que existem as condições para fazer isso, nós iremos mandar mais elementos para o Congresso”, acrescentou, sem especificar datas.
Dilma Rousseff também comentou sobre as notícias a respeito do desgaste sofrido pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, dentro do governo. A presidenta negou essas informações e disse que o ministro não está desgastado. " O ministro Levy não está desgastado dentro do governo. Ele participou de todas as etapas do Orçamento, tem o respeito de todos nós. Não contribui para o país esse tipo de insinuações, que o ministro está desgastado. Ele não está desgastado. É um desserviço para o país este processo de falar que Levy está isolado, e desgastado dentro do governo. Ele não está", enfatizou.
Dilma afirmou ainda que o governo abriu mão da CPMF, mas precisa de novas fontes de receita."Eu não estou afastando nem acrescentando nada. Eu não gosto da CPMF. Acho que a CPMF tem as suas complicações, mas não estou afastando a necessidade de fontes de receita. Não estou. Não estou afastando nenhuma fonte de receita. Quero deixar claro, para depois, se houver a hipótese de enviarmos essa fonte, nós enviaremos", advertiu.
A presidenta afirmou também que o Uber, aplicativo de transporte individual que gerou protestos de taxistas no país, é uma ferramenta complexa porque tira emprego dos profissionais que trabalham com táxis. "Eu acho que o Uber é complexo porque tira emprego de muitas pessoas. Não é uma coisa tranquila. Ele tira emprego dos taxistas".
Durante a cerimônia, Dilma também afirmou que "cada centavo que o governo federal investiu no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) "vale a pena" e dá imenso retorno ao Brasil.
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A WorldSkills Competition, a maior prova prática para estudantes da educação profissional e tecnológica do mundo, foi realizada em São Paulo em agosto.
Na melhor participação do país na história da competição, o Brasil sagrou-se campeão com 11 medalhas de ouro, dez de prata e seis de bronze. O país ainda contou com 18 certificados de excelência. Os números deram 99 pontos ao Brasil, que ficou à frente da Coreia do Sul e Taiwan. Das 27 medalhas, 25 tiveram a participação de estudantes do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), incluídos os 11 jovens que ganharam medalha de ouro.
Na edição de 2011, realizada em Londres, o país ficou em oitavo lugar na classificação geral. Em 2013, subiu para a quinta colocação, em Leipzig, Alemanha. O Brasil envia representantes à competição desde 1983. Até a edição deste ano, os brasileiros já haviam conquistado 68 medalhas e 111 certificados de excelência. O número de competidores subiu de 28, em 2011, para 56 em 2015.
WorldSkills
Realizada a cada dois anos, a WorldSkills reúne os melhores estudantes, selecionados em olimpíadas de educação profissional. A edição de São Paulo foi a primeira realizada na América Latina e teve a participação de 60 países. Ao todo, 1.189 competidores de até 22 anos disputaram medalhas em 50 ocupações da indústria e do setor de serviços, como artes criativas e moda; construção e tecnologia de construção; produção e tecnologia de engenharia; serviços sociais e pessoais; tecnologia da informação e comunicação; transporte e logística, entre outras. Nas provas, os competidores executaram tarefas cotidianas das profissões que escolheram. Foram vencedores aqueles que executaram o trabalho nos prazos e com os padrões internacionais de qualidade.
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