9.14.2015

UM EM CADA 10 BRASILEIROS MANTÊM O HÁBITO DE FUMAR

Um em cada 10 brasileiros mantêm o hábito de fumar
Acompanhamento de uma equipe multidisciplinar é fundamental para abandonar o vício.

 A decisão de parar de fumar traz uma série de benefícios que podem ser sentidos já nos primeiros dias. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), por exemplo, após os primeiros 20 minutos sem fumar, a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal; após 8 horas o nível de oxigênio no sangue se normaliza e após dois dias já é possível perceber melhor o cheiro e o gosto dos alimentos. Além disso, há as vantagens a médio e longo prazo como o aumento da capacidade pulmonar e da energia, a melhora do aspecto da pele, além do ganho da autoestima e da redução do risco de desenvolvimento da doenças cardiovasculares e cânceres. “O ex-fumante ganha mais energia, fôlego e disposição para suas tarefas diárias”, afirma a médica Clarissa Mathias, oncologista do NOB (Núcleo de Oncologia da Bahia).

O Brasil vem registrando anualmente uma redução considerável do número de pessoas que decidem parar de fumar. Segundo as informações mais recentes divulgadas pelo Ministério da Saúde, o número de fumantes caiu 30,7% nos últimos nove anos. Apesar disso, um em cada 10 brasileiros ainda mantêm o hábito. Isso porque ter apenas força de vontade nem sempre é suficiente para abandonar o vício. Em boa parte dos casos, é preciso contar com o apoio de uma equipe multidisciplinar, normalmente formada por médicos, nutricionistas e psicólogos.

“Ter internalizado o desejo de parar de fumar é fundamental, mas contar com o apoio de uma equipe especializada, que possa dar suporte físico e psicológico, ajuda o indivíduo a se manter firme na decisão. Além disso, a colaboração dos familiares e amigos também é essencial”, afirma o pneumologista César Machado.
Segundo ele, o tratamento indicado para se parar de fumar vai depender do perfil de cada paciente e do seu grau de dependência química e psicológica do cigarro. Atualmente há várias opções terapêuticas como tratamento medicamentoso, acupuntura, terapia cognitiva comportamental e terapias de grupo de fumantes.
“Tudo isso irá ajudar o fumante a resistir ao cigarro, principalmente nos primeiros dias, já que a ausência de nicotina produz a Síndrome da Abstinência. Nesse processo, o cérebro ressente não ter a quantidade de neurotransmissores que estava acostumado com o uso do cigarro e isso desencadeia irritabilidade, insônia, mau humor, dificuldade de concentração, ansiedade, dentre outros sintomas. É importante ressaltar, no entanto, que essas dificuldades vão diminuindo a cada dia e com o uso de medicação e adesivo esta síndrome é controlada”, diz o pneumologista.

Câncer de pulmão – A decisão de abandonar o vício também é fundamental após o diagnóstico de um câncer, sobretudo o de pulmão, cujo principal fator de risco é o tabagismo. O cigarro é responsável por, pelo menos, 22% de todas as mortes por câncer no Brasil. Segundo dados do INCA, são previstos mais de 27 mil novos casos da doença em 2015 no país.

“Infelizmente, ainda há muitos pacientes que continuam fumando após serem diagnosticados com câncer de pulmão porque acreditam que não há mais solução, o que é um erro”, explica a oncologista Samira Mascarenhas, que também faz parte da equipe do NOB.

Segundo a médica, as cirurgias minimamente invasivas, as novas terapias com drogas-alvo mais eficazes e menos tóxicas, a individualização do tratamento e a abordagem multidisciplinar da doença têm favorecido o tratamento e o retorno cada vez mais rápido dos pacientes às suas atividades normais, desmitificando a ideia de que o câncer de pulmão é uma sentença de morte e garantindo mais qualidade de vida aos pacientes.


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