Não é só o tamanho e o formato do implante que importam: saber a forma a qual será a feita a cirurgia também é processo importante na hora da decisão.
Desde 2013, o Brasil superou os Estados Unidos e tornou-se o líder mundial em cirurgias plásticas. De acordo com os dados divulgados em um relatório da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps, na sigla em inglês), o país teve 1,49 milhão de operações naquele ano, sendo que as plásticas mais comuns foram a lipoaspiração e o implante de silicone das mamas.
Apesar de não ser a primeira colocada, a cirurgia de implante de silicone nos seios é muito popular entre o público feminino, e muito disso se deve ao fato de ela ser cada vez mais segura e apresentar sempre novas formas para ser feita – assim como próteses que oferecem mais conforto e procedimentos mais rápidos e menos dolorosos.
Além da escolha do tamanho do silicone que será implantado, também é preciso decidir qual será o método utilizado para a realização do procedimento – e isso varia muito de acordo com a pessoa, o médico que fará o procedimento e até mesmo o país o qual será feito a cirurgia. “A técnica umbilical, por exemplo, é super incomum no Brasil, mas ainda bastante realizada nos Estados Unidos. Nesse método uma incisão é colocada na margem do umbigo e, com a ajuda de um endoscópio, são feitos túneis de dissecção que atingem a região mamária, que é descolada para que sejam colocados os implantes. Porém, a técnica é realizada apenas para a colocação de próteses infláveis com soro fisiológico, e essas muitas vezes não adquirem a mesma consistência da prótese preenchida com gel de silicone” diz o médico, que explica também que a vantagem dessa forma de operação é que ela pode ser feita em conjunto com plásticas do abdome, por exemplo, e o fato de não deixar cicatrizes visíveis nas mamas.
Outra forma de realizar a cirurgia de implante de silicone é por meio do método Periareolar Inferior, chamado também de “incisão de webster”, que consiste em fazer o procedimento pela aréola. Esse método é ideal para mulheres que precisam de ajustes na reposição superior das aréolas ou em uma mastopexia (quando se deseja elevar as aréolas). Porém, para passar por essa técnica, as pacientes precisam ter uma aréola de tamanho adequado, - ou seja, não muito pequena, - já que é preciso que a incisão tenha um tamanho adequado. “Uma vantagem desse método é que as cicatrizes ficam quase imperceptíveis, principalmente em mulheres que possuem pouca pigmentação areolar. Além disso, nessa técnica abre-se somente o espaço necessário para caber a prótese, não havendo risco de deslocamentos do implante posteriormente”.
Outra técnica utilizada é feita pelo sulco inframamário, já que essa é a região que proporciona a melhor visualização da parte interna da mama e, com isso, traz uma maior facilidade cirúrgica. “Nessa situação, é feita a incisão abaixo da mama, na prega inframamária”, comenta Pacheco, que diz que essa é a forma de cirurgia mais comum. “Muitas vezes essa é a técnica preferida para introdução de implantes de silicone em gel, já que a incisão é mais favorável por proporcional um acesso maior à área desejada”, resume. Uma vantagem dessa forma de procedimento é que a cicatriz é bem pequena e fica localizada abaixo do sulco mamário, sem mexer nas aréolas. Além disso, por ser uma técnica que agride pouco o tecido mamário, ela não alterna o funcionamento das mamas, ou seja, não interfere em uma futura amamentação. “Porém, também existem contra indicações: pacientes com tendência a queloide, manchas e seios muito pequenos, que não formam o sulco inferior, precisam prestar maior atenção”..
O outro procedimento é o axilar, que, como o próprio nome sugere, é realizado por meio da axila. “Essa técnica faz a incisão na região axilar. A partir dali, são feitos túneis de dissecção para região medial, preparando o espaço suficiente para a colocação dos implantes mamários”, ilustra. Porém, essa não é um procedimento muito utilizado, já que quando a paciente levanta os braços, é possível perceber a presença do implante. “Além disso, ela também é mais complicada tecnicamente, pois a distância da mama dificulta a visualização e possibilita maior sangramento e hematomas, além de ter maior incidência de assimetria e de infecções”.
Porém, o especialista ressalta que não cabe ao paciente escolher ou sugerir o método que será utilizado – isso é papel do profissional, que deve fazer uma avaliação completa da situação e optar pela melhor solução em cada caso. “Cada pessoa tem um tipo físico diferente, e é a partir disso que analisamos qual será o melhor método para cada pessoa, assim como o tamanho de prótese que será utilizado”.
Alderson Luiz Pacheco
Cirurgião Plástico
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