Escola de Madureira encerra jejum de 33 anos em disputa acirrada com a Mocidade decidida no último quesito da apuração
Rio
- Num carnaval marcado por acidentes dramáticos na Sapucaí, a Portela
venceu disputa acirrada com a Mocidade Independente e deu fim ao jejum
de 33 anos sem títulos. A escola de Madureira ficou à frente da
Mocidade, Salgueiro, Mangueira, Grande Rio e Beija-Flor, que também
participam do desfile das campeãs, no sábado. Em seguida ficaram
Imperatriz, União da Ilha, São Clemente, Vila Isabel, Unidos da Tijuca e
Paraíso do Tuiuti.
Este é o 22° título da Portela. "Todas as escolas
precisam da vitória da Portela, são muito melhores com a Portela forte.
Mais importante do que a vitória da Portela é levantar a bandeira do
samba", afirmou o presidente da agremiação, Luis Carlos Magalhães.
O
enredo "Quem nunca sentiu o corpo arrepiar ao ver esse rio passar", do
carnavalesco Paulo Barros, foi inspirado na canção "Foi um rio que
passou em minha vida", de Paulinho da Viola e recebeu nota 10. A Portela
mostrou na Avenida os rios de água doce do mundo e como vivem as
populações ribeirinhas.
A Portela, que ano passado ficou em terceiro
lugar, entrou na avenida com trinta e uma alas e seis carros. O momento
mais emocionante do desfile do carnavalesco Paulo Barros foi o protesto
contra o desabamento da barragem da Vale do Rio Doce, que deixou um
rastro de destruição e morte na cidade de Mariana e no distrito de Bento
Gonçalves, 2016.
apuração grupo especial
Este foi o primeiro ano da escola na Sapucaí após a
morte do presidente Marcos Falcon, assassinado em seu comitê de campanha
em Oswaldo Cruz, em setembro de 2016. Ao final do desfile, uma
bandeira com as cores da Portela e o rosto de Falcon foi erguida em
homenagem ao presidente assassinado.
Mocidade e Salgueiro
Desde
de 2003 sem voltar para o desfile das campeãs, a Mocidade comemorou
cada nota na apuração do Grupo Especial nesta quarta-feira. A agremiação
de Padre Miguel tem cinco títulos no Carnaval carioca.
A
escola levou à Sapucaí o enredo "As mil e uma noites de uma Mocidade
pra lá de Marrakesh", um encontro entre Marrocos e o Brasil. A Mocidade
voltou a fazer uma apresentação de destaque, depois de anos em que
flertou com o rebaixamento para a Série A. O segundo lugar este ano foi
comemorado com título pelos representantes da escola que acompanharam a
apuração na Sapucaí.
O Salgueiro cantou o enredo "Divina Comédia",
baseado na obra de Dante Alighieri no século XIV. A escola mostrou do
inferno à purificação na Passarela do Samba. Com alegorias pesadas e
imponentes a escola empolgou o público e foi a vencedora do Troféu
Tamborim de Ouro, do DIA, pela sétima vez.
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