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Campanha de Bolsonaro espalha falsificações sobre ataque a faca
A
campanha de Jair Bolsonaro está espalhando informações falsas e
montagens fotográficas falsificadas como desdobramento da facada sofrida
pelo candidato da extrema-direita; são montagens grosseiras,
escandalosas, espalhadas ao mesmo tempo em está sendo construída, com
apoio de segmentos da imprensa conservadora, a versão de que o ataque a
Bolsonaro seria "político", resultado de uma trama, com o objetivo de
mais adiante culpabilizar a esquerda
10 de Setembro de 2018
247- A campanha de Jair
Bolsonaro está espalhando informações falsas e montagens fotográficas
falsificadas sobre a facada sofrida pelo candidato da extrema-direita.
São montagens grosseiras, escandalosas, espalhadas ao mesmo tempo em
está sendo construída, com apoio de segmentos da imprensa conservadora, a
versão de que o ataque a Bolsonaro seria "político", resultado de uma
trama, com o objetivo de mais adiante culpabilizar a esquerda.
Duas montagens foram as mais expressivas nos últimos dias, com ampla
repercussão nas redes sociais. Uma que busca enganar a opinião pública
com uma camiseta que seria a que Bolsonaro usava na agressão (mas não
é); e segunda, com uma falsificação feita numa foto, tenta colocar o
agressor, Adélio Bispo de Oliveira perto de Lula numa cena pública. A
primeira é a que acompanha o título desta reportagem, a segunda está
abaixo. O veiculo da mídia conservadora que está na liderança da
articulação para tornar o ataque de um desequilibrado num "atentado
político" é o jornal O Estado de S.Paulo.
1. A primeira falsificação - a camiseta. A falsificação foi montada
por um dos filhos de Jair Bolsonaro, o deputado estadual Flávio
Bolsonaro (PSL-RJ). Apresentou uma camiseta como se fosse a utilizada
por seu pai no momento do ataque, com o objetivo de criar alto impacto
emocional, com uma imagem simbólica: o que seria o rasgo feito pela
faca, com uma mancha de sangue (cor vermelha, registre-se) separando a
palavra "Brasil" ("Bra" de um lado, "sil" de outro), como se a esquerda
estivesse dividindo o Brasil. Basta cotejar a foto apresentada no
twitter com a cena da facada (na foto acima) para constatar que é uma
falsificação: a posição é outra e não havia sangue. No vídeo no twitter,
divulgado no sábado (8), Flávio afirma peremptoriamente que o pais
teria sido "vítima de um atentado político hediondo, um atentado contra a
democracia que mancha de sangue sim a história do nosso Brasil" (veja
no twitter a seguir).
2. A segunda falsificação - o responsável pela montagem é o senador
pastor Magno Malta (PR-ES), um dos mais histéricos aliados de
Bolsonaro. Ele espalhou uma falsificação feita numa foto, que tenta
colocar o agressor, Adélio Bispo de Oliveira perto de Lula numa cena
pública. Veja:
3. A montagem do "crime político" - a versão espalhada pelo núcleo da
campanha de Bolsonaro tem sido estimulada e desenvolvida por uma
sequência de reportagens do jornal conservador (que realizou um giro
rumo à extrema-direita nos últimos meses) que têm como objetivo
encontrar o "segundo nome" do ataque, para criar a ideia de trama,
envolver a contratação do advogado de Adélio Bispo de Oliveira numa
bruma de suspeitas que permita mais adiante uma acusação de ele ter sido
contratado pela esquerda. A operação tem apoio de segmentos da
investigação do crime, que levaram Adélio Bispo de Oliveira para um
presídio federal em Campo Grande (MS), onde ficará isolado e indica a
possibilidade de um desdobramento ao estilo "delação premiada", no qual o
criminoso, desequilibrado e isolado poderá estar disponível a
apresentar qualquer roteiro que lhe seja apresentado.
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