2.24.2008

Dicas sobre " Anemia" "Terceira Idade" "Fibras" "Antioxidantes X Atividade Física"

Anemia
A anemia é definida pela Organização Mundial da Saúde como a condição na qual o conteúdo de hemoglobina no sangue está abaixo do normal. Diversos motivos levam à anemia, dentre os quais se pode citar hemorragia, anormalidade genética, doenças crônicas, toxicidade por drogas e ausência de nutrientes, sendo neste caso denominada de anemia nutricional ou carencial.
Relacionadas principalmente à deficiência de ferro no organismo, as anemias nutricionais são causadas por: - dieta desbalanceada com ingestão inadequada de ferro; - absorção inadequada do nutriente devido à diarréia, gastrite e interferência de drogas; - aumento da necessidade de ferro para crescimento como adolescência e gravidez; - perda de sangue por excesso de sangue menstrual, úlcera, entre outros.
A anemia pode ser diagnosticada por exames de sangue específicos para verificar a presença de ferro e os sintomas decorrentes são cansaço, menor desempenho no trabalho, pele pálida, parte interna das pálpebras rosa claro, gastrite, anorexia e pica (desejo de consumir elementos não alimentares como o gelo, terra ou amido).
Para sanar a anemia, o possível sangramento deve ser tratado, e a suplementação deve ser feita com a utilização de comprimidos de ferro contém sulfato ferroso, gluconato férrico ou um polissacarídeo.
Na alimentação, a carne vermelha é a melhor fonte de ferro, seguida por fígado, peixe e gema de ovo, mas pode também ser encontrado em alimentos vegetais como feijões, as ervilhas e as hortaliças de coloração verde escuro. A vitamina C (ácido ascórbico) é o único elemento dos alimentos que aumenta a absorção de ferro, portanto, podem ser consumidos na mesma refeição.
É importante que, mesmo após os resultados dos exames comprovarem que o indivíduo não está mais anêmico, realizar exames periódicos e continuar a suplementação, para que garantir reservas do mineral no organismo.

Alimentação na terceira idade
O aumento da expectativa de vida aliado a profundas mudanças no organismo resulta cada vez mais na busca da qualidade de vida pela terceira idade. Fase da vida esta, que tem início aos 60 anos e que é caracterizada como uma população em crescimento, pois segundo pesquisas realizadas no ano 2000 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), há aproximadamente 15 milhões de idosos no Brasil e se prevê que no ano de 2020 será a maior população de idosos.
No processo natural de envelhecimento ocorrem mudanças fisiológicas, tais como alterações na dentição, dificultando a mastigação, e diminuição da capacidade digestiva e absortiva de nutrientes, que acompanhadas de alterações nas necessidades nutricionais, como redução das necessidades de energia, influenciam na qualidade da nutrição dos idosos.
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), no próximo milênio os principais problemas nesta faixa etária serão hipertensão arterial, diabetes, osteoporose e doença de Alzheimer. Nota-se que todos estes problemas estão ligados à alimentação, seja como causa, forma de tratamento ou controle.
Os principais cuidados com a nutrição começam com a adequação do valor calórico e de nutrientes ingeridos, em especial do ferro e cálcio, para evitar anemia, osteoporose e outras deficiências.
Também é fundamental estar atento à variedade de alimentos consumidos durante as refeições, pois os idosos tendem a comer mais pães, massas e alimentos em forma líquidas e pastosas, devido à facilidade de preparo e ingestão.
Uma alimentação equilibrada, com alimentos naturais, ricas em frutas, verduras e legumes, e pobre em gorduras é sempre a melhor opção, independente da faixa etária.
Sendo assim, é necessário estar atento aos hábitos alimentares desta população: quantidade, variedade e freqüência de alimentos ingeridos, perda ou ganho de peso repentinos, entre outras mudanças de comportamento.
O acompanhamento médico é fundamental para diagnosticar qualquer doença e, se houver dúvidas sobre alimentação, procure um nutricionista para ajudar.

Atividade física e antioxidantes
A atividade física regular é um importante fator para a promoção e manutenção da saúde para todas as idades, inclusive na gestação e na fase pós-parto. O sedentarismo por outro lado é um fator de risco para o desenvolvimento de enfermidades como a doença arterial coronariana.
Portanto, a atividade física intensa aumenta a formação de espécies reativas de oxigênio (os radicais livres), causando lesões musculares e danos na membrana, prejudicando o desempenho de atletas. Essas injúrias causadas pelo estresse oxidativo estão relacionadas com uma série de doenças, como o câncer, aterosclerose e o diabetes.
Na atividade intensa há um aumento de 10 a 20 vezes no consumo total de oxigênio do organismo e um aumento de 100 a 200 vezes na captação de oxigênio pelo tecido muscular, favorecendo o aumento da produção de espécies reativas de oxigênio. Dessa maneira, as modalidades esportivas que obtém energia através de metabolismo aeróbico sofrem mais conseqüências do que as que utilizam o sistema anaeróbico.
Para prevenir os efeitos causados pelo estresse oxidativo, o organismo possui vários mecanismos antioxidantes, sendo alguns dependentes do Zinco, que tem como recomendação a ingestão diária de 8mg para mulheres e 11mg para homens. Atletas geralmente apresentam ingestão dietética desse mineral insuficiente para compensar as perdas aumentadas pelo suor e urina e para atender a demanda bioquímica do organismo.
A suplementação de Zinco por atletas tem sido associada com maior força e resistência muscular, e cabe ressaltar que esse consumo suplementar deve ser feito com acompanhamento de um profissional nutricionista e com cautela para evitar possíveis efeitos adversos.
Dentro dos grupos dos minerais, além do zinco, o selênio também apresenta um importante papel contra os radicais livres e juntamente com a vitamina A, pode ajudar na prevenção ao desenvolvimento de tumores e na terapia da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS) se consumido em quantidades adequadas. Praticantes de atividade física com longa duração devem ter como aliado uma dieta rica em nutrientes antioxidantes. Estudos mostram quais são os alimentos que tem maior Capacidade Antioxidante Total (CAT), são eles: castanha do pará, guaraná em pó, café pronto para consumo, chocolate amargo, maçã, couve manteiga, beterraba.
As vitaminas C, E e β-caroteno são considerados excelentes antioxidantes, capazes de seqüestrar radicais livres com grande eficiência. Os alimentos como frutas, verduras e legumes contém agentes antioxidantes, tais como vitaminas C, E e A, clorofila, flavonóides e carotenóides que restringem a propagação de reações em cadeia e as lesões induzidas pelos radicais livres.
Para uma dieta rica em alimentos com CAT, é importante que seja colorida, contendo alimentos de grupos como o marrom (café, castanha do pará, chocolate amargo, feijão e guaraná) com valores elevados de CAT, seguidos pelo grupo dos roxos (berinjela, beterraba, suco de uva) e os verdes (alface, couve manteiga e limão).

O que há de novo sobre as fibras
As fibras alimentares são carboidratos não digeridos facilmente pelo organismo, e podem ser divididas em dois grupos: insolúveis e solúveis. Diversos são os benefícios que cada uma proporciona ao organismo.
É consenso que o consumo de fibras é necessário para o bom funcionamento do organismo. Na década de 70 foram realizadas diversas pesquisas que mostraram que doenças como hipertensão arterial, infarto e distúrbios gastrintestinais eram raros em comunidades com baixo consumo de alimentos processados. Atualmente, a importância é reconhecida até mesmo pela legislação brasileira, a qual torna obrigatória a informação nutricional da quantidade de fibras nos rótulos dos alimentos industrializados.
A recomendação diária do consumo de fibras para um adulto é de 20 a 30 gramas/ dia e quando não for possível atingi-la por meio da alimentação, um profissional qualificado deve indicar a melhor maneira de suplementá-la.
As fibras alimentares adicionadas em alimentos e que podem ser usadas como suplementos são denominadas fibras funcionais, exemplos: pectina, goma, celulose, lignina, inulina e frutooligossacarídeos (FOS). Segundo as diretrizes norte-americanas e canadenses, para serem consideradas funcionais, as fibras devem exercer efeito laxativo e/ou normalizar as concentrações de lipídeos na corrente sangüínea e/ou atenuar a resposta glicêmica.
O efeito laxativo das fibras está relacionado com a motilidade do intestino, por meio da formação de massa de resíduos e conseqüente aumento da contração e movimentação desse conteúdo por todo o intestino. Já sua atuação na resposta glicêmica refere-se principalmente as fibras solúveis, que formam uma espécie de gel e tornam a absorção da glicose e de nutrientes mais lentas.
Diversos estudos confirmam os efeitos das fibras solúveis para atenuar a dislipidemia, seja pela redução da absorção intestinal do colesterol, pelo aumento da excreção fecal dos ácidos biliares ou pela inibição da síntese do colesterol. A redução dos níveis sanguíneos de colesterol total também está relacionada ao consumo de FOS, o qual proporciona a inibição das bactérias patogênicas e o aumento da colonização do trato gastrintestinal por bactérias benéficas ao organismo, denominadas bifidobactérias, resultando em mudança na flora intestinal.
Fonte: Qualy Food

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