12.11.2008

Materias-primas das plantas, ervas e fitoterápicos


Após a série de transformações tecnológicas que faz da planta medicinal uma droga vegetal, esta contém um certo número de substâncias que, na maior parte dos casos, agem sobre o organismo humano. É a fitoquímica (química dos vegetais), que se encarrega de estudar estas substâncias ativas, a sua estrutura, a sua distribuição na planta, as suas modificações e os processos de transformação que se produzem no decurso da vida da planta, durante a preparação do remédio vegetal e no período de armazenagem. A fitoquímica está em estreita ligação com a farmacologia (estudos dos efeitos das substâncias medicinais sobre o organismo humano, do mecanismo e da velocidade da sua ação, do processo de absorção e eliminação, das suas indicações, isto é, do uso contra determinadas doenças). A farmacologia, por seu lado, é indissociável da medicina clínica.

As substâncias ativas das plantas medicinais são de dois tipos: os produtos do metabolismo primário (essencialmente sacarídeos), substâncias indispensáveis à vida da planta que se formam em todas as plantas verdes graças à fotossíntese; o segundo tipo de substâncias é composto pelos produtos do metabolismo secundário, ou seja, processos que resultam essencialmente da assimilação do azoto. Estes produtos parecem freqüentemente ser inúteis a planta, mas os seus efeitos terapêuticos, em contrapartida, são notáveis. Trata-se designadamente de óleos essenciais (ou essências naturais), resinas, alcalóides como os da cravagem ou do ópio.

Geralmente, estas substâncias não se encontram na planta em estado puro, mas sob a forma de complexos, cujos diferentes componentes se completam e reforçam na sua ação sobre o organismo. No entanto, mesmo quando a planta medicinal só contém uma substância ativa, esta tem sobre o organismo humano um efeito mais benéfico que o produzido pela mesma substância obtida por síntese química.

Esta propriedade apresenta um grande interesse para a fitoterapia, tratamento através das plantas ou das substâncias de origem vegetal. A substância ativa não e unicamente um composto químico, mas apresenta também um equilíbrio fisiológico, é mais bem assimilada pelo organismo e não provoca efeitos nocivos. É nisso que reside a grande vantagem da medicina natural.

Pode citar-se como exemplo o ópio, látex seco das cápsulas da dormideira, contendo, entre muitas substâncias, um grande número de alcalóides importantes. Cada alcalóide isolado tem uma ação totalmente diferente do ópio no seu conjunto e provoca, no organismo humano, efeitos específicos, típicos e originais (efeitos farmacológicos). O mesmo se passa com os glucosídeos da digital.

Toda uma série de métodos modernos permitem por em evidência a presença nos vegetais de determinadas substâncias. Em primeiro lugar, o estudo microscópico, relativo à estrutura anatômica e morfológica do corpo vegetal (atlas microscópicos das drogas vegetais), depois os métodos físicos, como a microsublimação, que consiste em aquecer uma pequena quantidade de droga e fixar sobre um vidro as emanações, que são em seguida analisadas através de métodos químicos. Certas substâncias podem ser detectadas pela sua fluorescência quando iluminadas por uma lâmpada de mercúrio.

As técnicas especiais da química qualitativa e quantitativa permitem também despistar a presença de determinada substância. Estes métodos são descritos em artigos especializados, obedecem a normas estabelecidas a nível nacional e às exigências relativas a qualidade das plantas medicinais.

A natureza química da droga é determinada pelo seu teor em substâncias pertencentes aos seguintes grupos principais: alcalóides, glucosídeos, saponinas, princípios amargos, taninos, substâncias aromáticas, óleos essenciais e terpenos, óleos gordos, glucoquininas, mucilagens vegetais, hormonas e anti-sépticos vegetais.


Alcalóides

Os alcalóides são compostos azotados complexos, de natureza básica, capazes de produzir geralmente poderosos efeitos fisiológicos. São, na maior parte dos casos, venenos vegetais muito ativos, dotados de uma ação específica.

A medicina emprega-os normalmente em estado puro e o seu verdadeiro valor apenas se releva quando usados adequadamente pelo médico. Segundo a sua composição química e, sobretudo, a sua estrutura molecular, os alcalóides podem ser divididos em vários grupos. Encontraremos na parte descritiva vegetais contendo:

Fenilalaninas: capsicina da pimenta, colquicina do cólquico;
Alcalóides isoquinoleicos: morfina, etilmorfina, codeína e papaverina contidas no ópio da dormideira; e alcalóides indólicos: ergometrina, ergotamina, ergotoxina da cravagem dos cereais;
Alcalóides quinoleicos: caule folhoso da arruda comum;
Alcalóides piridínicos e piperidínicos: ricinina do rícino, trigonelina do feno-grego, conina (veneno violento) da cicuta;
Alcalóides derivados do tropano: escopolamina e atropina da beladona;
Alcalóides esteróides: raiz do veratro, doce-amarga, aconito (aconitina).


Glucosídeos

Os glucosídeos são produtos do metabolismo secundário das plantas. Compõem-se de duas partes. Uma contém açúcar, por exemplo a glucose, e é geralmente inativa, embora favoreça a solubilidade do glucosídeo, a sua absorção e mesmo o seu transporte para determinado órgão. O efeito terapêutico é determinado pela segunda parte, a mais ativa, designada aglícono. Segundo a composição química, distinguem-se vários grupos de glucosídeos:

Tioglucosídeos: contêm enxofre organicamente ligado e são característicos, por exemplo, da família das brassicáceas. Nestas plantas são acompanhados de uma enzima, a mirosinase, cuja ação os decompõe em glucose e em isotiocianatos (rábano silvestre, grãos de mostarda branca ou mostarda preta, sementes de capuchinha).
Glucosídeos derivados do ácido cianídrico, formados por um composto cianídrico ligado a um açúcar. A ação enzimática decompõe-nos (muitas vezes na saliva humana) em ácido cianídrico livre, que é um veneno (amêndoas amargas, flor de sabugueiro e de abrunheiro-bravo, folhas de cerejeira e de gingeira garrafal).
Glucosídeos antraquinônicos, que são geralmente pigmentos cristalinos bastante lábeis. Têm uma ação laxativa 6 a 8 horas após a sua absorção (rizoma do ruibarbo, casca do amieiro).
Cardioglucosídeos (glucosídeos da digital), substâncias muito importantes que regulam a atividade cardíaca em doses infinitesimais. Conforme a sua estrutura química, são divididos em cardenólidos (digitais, adonis, junquilho) e em bufadienóis (raiz de heléboro).
Glucosídeos fenólicos, que pertencem a um grupo de substâncias com efeitos e freqüentemente também um aroma muito característico. São por isso classificadas entre as substâncias aromáticas (derivados salicílicos da casca de salgueiro, da ulmária e dos brotos do choupo; arbutina e metilarbutina das folhas de medronheiro, de airela, de urze).

Saponinas

As saponinas são muito comuns nas plantas medicinais. Do ponto de vista químico, caracterizam-se igualmente por um radical glucídico (glucose, galactose) ligado a um radical aglícono. A sua propriedade física principal é reduzir fortemente a tensão superficial da água. Todas as saponinas são fortemente espumosas e constituem excelentes emulsionantes. Têm uma outra propriedade característica: proporcionam a hemólise dos glóbulos vermelhos (eritrócitos), isto é, libertam a sua hemoglobina, o que explica o efeito tóxico de algumas delas, tornando-as impróprias para consumo.

As saponinas irritam as mucosas, provocam um relaxamento intestinal, aumentam as secreções mucosas dos brônquios (são expectorantes): flor de verbasco, raiz de alcaçuz e de saponária. São também usadas como diuréticos e desinfetantes das vias urinárias (caule folhoso da herniária, folha de bétula, raiz de resta-boi). A célebre raiz de ginseng (Panax ginseng), originária da China, da Coréia e das regiões extremo-orientais da União Soviética, é igualmente rica em saponinas.

Princípios amargos

Estas substâncias apresentam um gosto amargo, excitam as células gustativas, estimulam o apetite e aumentam a secreção dos sucos gástricos. A farmacologia agrupa, sob o nome de princípios amargos, as substâncias vegetais terpênicas susceptíveis de libertar azuleno, assim como glucosídeos de diversas estruturas bioquímicas. O primeiro grupo engloba, por exemplo, os sucos amargos do absinto e do cardo-santo. O segundo grupo é o mais comum: reúne os sucos das gencianáceas (genciana, trifólio), da centáurea, etc.


Taninos

Estas substâncias de composição química variável apresentam uma característica comum: a capacidade de coagular as albuminas, os metais pesados e os alcalóides. São hidrossolúveis. O seu interesse medicinal reside essencialmente na sua natureza adstringente: possuem a propriedade de coagular as albuminas das mucosas e dos tecidos, criando assim uma camada de coagulação isoladora e protetora, cujo efeito é reduzir a irritabilidade e a dor, deter os pequenos derrames de sangue.

As decocções e as outras preparações à base de drogas ricas em taninos são usadas, na maior parte dos casos, externamente contra as inflamações da cavidade bucal, os catarros, a bronquite, as hemorragias locais, as queimaduras e as frieiras, as feridas, as inflamações dérmicas, as hemorróidas e a transpiração excessiva.

No uso interno, são úteis em caso de catarro intestinal, diarréia, afecções da vesícula, assim como antídoto nos envenenamentos por alcalóides vegetais.

O ácido tânico, tirado das galhas do carvalho, é freqüentemente usado em farmácia. Emprega-se igualmente a casca de carvalho (carvalho de Inverno ou carvalho de Verão), as folhas de nogueira, as folhas e os frutos de mirtilo, as folhas de framboeseiro, de espinheiro, as cimeiras de agrimônia, a raiz da sete-em-rama, a raiz de bistorta, de pimpinela, etc.

As substâncias aromáticas

Fazem parte deste grupo um certo número de substâncias, freqüentes nas drogas vegetais, de composição e ação por vezes muito variáveis. Podem estar associadas na planta a outras substâncias ativas. É neste grupo que encontramos, nomeadamente, os glucosídeos fenólicos de que já falamos, ou os derivados do fenilpropano, como as cumarinas de perfume característico. Os caules folhosos do meliloto, da aspérula odorífera, são ricos em cumarina.

As hidroxicumarinas apresentam igualmente interesse farmacêutico. A esculina, contida na casca do castanheiro-da-índia, tem os mesmos efeitos que a vitamina P, aumenta a resistência dos vasos sanguíneos e por isso é útil no tratamento das hemorróidas e das varizes (com a rutina). Além disso, absorve os raios ultravioletas (filtros solares, cremes protetores). A casca da brionia (Cortex viburni) contém igualmente hidroxicumarinas. A angélica oficinal contém furocumarinas.

Um segundo grupo de substâncias aromáticas é constituído pelos produtos de condensação das moléculas de ácido acético ativado (acetogeninas). É a este grupo que pertencem os flavonóides, substâncias fenólicas, entre as quais a mais importante, do ponto de vista terapêutico, é a rutina, que exerce, como a esculina, uma ação favorável sobre as paredes dos capilares. A rutina é extraída da arruda, mas também do trigo mourisco e da sófora.

As folhas e flores do espinheiro alvar, assim como as bagas do mesmo arbusto, contêm flavonóides freqüentemente usados.

Uma outra droga importante, tanto para a medicina popular como para a medicina oficial, e contendo, a par das substâncias flavonóides, uma série de outros produtos, é a flor ou a baga do sabugueiro negro.

A flor da tília é um outro remédio muito apreciado. Citemos também o caule folhoso da milfurada, a perpétua-das-areias, a antenária. O cardo-leiteiro, rico em substâncias importantes do grupo das flavolignanes, eficazes contra as doenças do fígado e as hepatites, é objeto de estudos particularmente atentos desde há algum tempo. As substâncias ativas do cânhamo, as naftoquinonas das folhas de nogueira, os compostos contidos na drosera pertencem igualmente ao grupo das plantas aromáticas.


Os óleos essenciais (essências naturais) e os terpenos

Os óleos essenciais são líquidos voláteis, refringentes, de odor característico. Formam-se num grande número de plantas como subprodutos do metabolismo secundário.

Os vegetais são mais ricos em essências quando o tempo é estável, quente, soalheiro: será então a melhor altura para colhê-los. Estes óleos acumulam-se em certos tecidos no seio das células ou de reservatórios de essência, sob a epiderme dos pêlos, das glândulas ou nos espaços intracelulares. O controle microscópico da qualidade dos óleos essenciais revela-nos que essas células estão dispostas em formações características.

Os óleos essenciais são extraídos de plantas frescas ou secas mediante destilação por vapor de água, extração pura e simples ou outras técnicas (por pressão, por absorção de gorduras em perfumaria, etc.)

Do ponto de vista químico, trata-se de misturas extremamente complexas. A medicina recorre freqüentemente a substâncias extraídas dos óleos essenciais (mentol, cânfora).

O uso farmacêutico dos óleos essenciais fundamenta-se nas suas propriedades fisiológicas: o perfume e o gosto (corrigentia); o efeito irritante sobre a pele e as mucosas (derivantia); as propriedades desinfetantes e a ação bactericida. A essência de anis, de funcho, etc. (Oleum anisi, Oleum foeniculi) são muitas vezes usadas como expectorantes, pois são eliminadas pelos pulmões e desinfetam assim diretamente as vias respiratórias, libertando as mucosidades. São usadas também em gargarejos, inalações e gotas nasais. A sua absorção facilita os processos digestivos; atuam como estomacais, colagogos e carminativos. A maior parte das plantas com essências são usadas como aromatizantes (chicória, funcho, anis, manjerona, tomilho, serpão, orégão).

O efeito de irritar a pele é aproveitado através de aplicações externas anti-reumatismais. Os linimentos contêm quer substâncias extraídas dos óleos essenciais (mentol, cânfora), quer essências de menta, de alecrim, de lavanda e de terebentina, verificando-se, na maior parte dos casos, uma mistura de todos estes produtos.

As essências naturais devem ser conservadas, bem como as plantas que as contêm, em recipientes bem fechados ao abrigo da luz. As essências oxidam-se rapidamente à luz e ao ar, polimerizam-se, transformam-se em resinas e perdem o odor e a ação que as caracterizam.

Entre as numerosas essências naturais que entram na composição de muitos remédios naturais, citamos pelo menos a essência de anis (Oleum anisi), de funcho (Oleum foeniculi), de lavanda (Oleum lavandulae), de hortelã-pimenta (Oleum menthae piperitae) e o mentol que esta fornece, de tomilho e o respectivo timol, assim como o seu carvacrol, que é um excelente desinfetante.

Os óleos essenciais compõem-se sobretudo de terpenos, produtos voláteis freqüentemente misturados com outras substâncias. A tanchagem contém uma elevada percentagem de terpeno.

Os óleos gordos

São óleos vegetais líquidos à temperatura ambiente. O frio torna-os turvos e os faz coagular, são insolúveis na água, mas solúveis em solventes orgânicos (clorofórmio, acetona, por exemplo). Entre os óleos não sicativos, pode citar-se o azeite e o óleo de amêndoas, entre os semi-sicativos, o óleo de amendoim, de girassol e de colza. O óleo de linho e de papola são sicativos. O óleo de rícino é fortemente laxante. Os óleos gordos são correntemente utilizados tanto no fabrico de remédios como para fins alimentares e industriais.

As glucoquininas (insulinas vegetais)

São substâncias que têm influência sobre a glicemia; são também chamadas fito-insulinas. Existem nos vegetais seguintes: vagem de feijão sem sementes (Fructus phaseoli sine semine), cimeiras de galega (Herba galegae), folhas de mirtilo. Estas plantas secas entram na composição de tisanas antidiabéticas usadas no tratamento complementar do diabético.

As mucilagens vegetais

São misturas amorfas de polissacarídeos que formam na presença de água sistemas coloidais fortemente viscosos. Com água fria, as mucilagens engrossam e formam gels, com água quente dissolvem-se e formam soluções coloidais que se gelificam de novo ao arrefecer. Nas plantas, estas substâncias servem de reservatórios, sobretudo pela sua capacidade de reter a água. Nas infusões e decocções, as mucilagens das plantas medicinais têm como efeito reduzir a irritação quer física quer química. Exercem assim uma ação favorável contra as inflamações das mucosas, especialmente as das vias respiratórias e digestivas, atenuam as dores das contusões, amaciam a pele quando são aplicados cataplasmas. Reduzem o peristaltismo intestinal, e o seu efeito de absorção age favoravelmente em casos de diarréia. São usadas abundantemente como emulsionantes (carraguinatos, extraídos das algas marinhas).

As plantas mucilaginosas são usadas quer isoladamente quer em misturas de infusões. Citemos, por exemplo, a folha e a raiz da altéia, a flor da malva e a folha da mesma planta, a flor da malva-rosa, a folha e a flor da tussilagem, a semente do feno-grego, a semente do linho, etc.

As pectinas pertencem igualmente a este grupo: trata-se, com efeito, de polissacarídeos que formam gels como as mucilagens. As pectinas existem em numerosos frutos e são particularmente abundantes nos sumos de frutas e legumes: sumo de maçã, de beterraba, de cenoura. As pectinas são usadas nas curas de frutos e no tratamento das diarréias.

As hormonas vegetais (fito-hormonas)

São substâncias de composição química muito complexa, geralmente biocatalisadores que atuam sobre o crescimento e as trocas metabólicas (biostimulantes). Existem, por exemplo, no lúpulo, no anis, na salvia, na sorveira, na altéia, na bolsa-de-pastor, na aveia e na cenoura.

Os anti-sépticos vegetais

São substâncias antibióticas produzidas pelos vegetais superiores, exercendo uma ação antimicrobiana de largo espectro, na maior parte dos casos instáveis e voláteis. Atuam mesmo em aerossol, por via respiratória. Existem no alho, na cebola, na mostarda, no rábano silvestre, no sabugueiro, no zimbro, no pinheiro, na tanchagem, etc. Continuam a ser estudadas nos nossos dias.

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DESCRIÇÃO DE ALGUMAS PLANTAS E SEUS USOS
OLEO DE COPAÍBA

COPAÍBA: Copaifera SPP

Copaíba é uma árvore que atinge cerca de 36 metros de altura, 140cm de diâmetro, ou roda de até 3 metros. É encontrada em todos os trópicos, mas com maior incidência no Brasil, onde tem ampla distribuição pela terra firme da Amazônia. Todas as variedades produzem uma resina, chamada óleo de copaíba, obtida por incisão no seu tronco. Por isso, a árvore é conhecida como "pau-de-óleo", "árvore milagrosa" e "árvore do óleo diesel".

O uso doméstico da copaíba é muito importante, principalmente para tratar de inflamações e ferimentos. Para essa finalidade não tem nenhum outro substituto. A copaíba é incrivelmente poderosa, um antibiótoco da mata, que já salvou muitas vidas de caboclos e índios gravemente feridos. Muitos dizem que "longe do hospital ou da farmácia, o óleo de copaíba serve até melhor que um médico".

ÉPOCA DE FLOR E FRUTO
A copaíba floresce na estação da chuva, entre janeiro e março, e frutifica de maio até agosto.

PRODUÇÃO
A produção de óleo por árvore varia de 1/4 a 20 litros. Porém, nem todas as árvores produzem o óleo. um experimento mostrou que a produção de óleo varia em diferentes solos. Observou-se que 45% das árvores produzem óleo nos solos argilosos. Já em solos arenosos, a porcentagem de árvores que produzem óleo alcançou 75%. Essa resina é um produto do metabolismo próprio da árvore, sendo criada por canais secretores na medula ou centro (a cavidade interior) da árvore.

VALOR ECONÔMICO
Por causa do desmatamento no Pará, o fornecimento está cada vez mais difícil e o custo maior, uma vez que o priduto está vindo de lugares mais longe como Manaus, por exemplo. O óleo de copaíba foi muito exportado durante a época da borracha. ainda hoje é vendido para a França, Alemanha e Estados Unidos. Em 1984, a exportação do óleo de copaíba alcançou 120 toneladas. A produção é estimada em 200 toneladas ao ano.

USO
Óleo: Tem função medicinal como cicatrizante de feridas e úlceras. Também está sendo utilizado como anti-inflamatório contra bronquite, dor de garganta, dermatose e psoríase. Serve também para ilumiação.

Remédio para dor de garganta: Pingue 1 ou duas gotas de copaíba em 1 colher de sopa de mel de abelha. Tomar duas vezes por dia.

Lanterna da Mata: O óleo de copaíba é usado como combustível para iluminar à noite. Coloque um fio num recipiente de óleo e acenda o fogo.

Proteção de gado e namorados: Os fazendeiros do Sul do Pará derramam o óleo de copaíba pelo chão próximo aos coxos de sal. Quando o gado se aproxima para comer o sal, pisa no óleo deixando suas patas encharcadas, evita infecção aftosa. Também tem gente que antes de passear com a namorada passa um pouquinho de óleo de copaíba embaixo do braço. Eles dizem que o óleo funciona como um desodorante natural e assim não espanta a namorada.

Madeira: utilizada na construção civil e laminados para tábuas. A demanda tem aumentado por sua qualidade de repelir insetos.

Caça: caçadores esperam embaixo da árvore de copaíba durante a frutificação, pois as sementes atraem a caça. O óleo também atrai a caça.

Uso industrial do óleo: fabricação de verniz, perfume, uso farmacêutico e na revelação de fotografias.

Casca: em algumas regiões, o chá da casca é usado como anti-inflamtório. Em Belém do Pará, a garrafada da casca está sendo utilizada como substituto do óleo da copaíba. Isto está acontecendo porque é cada vez mais difícil encontrar o óleo, porém, o chá da casca não é tão eficiente quanto o óleo puro.


PROCESSO DE RETIRADA DO ÓLEO
O processo de tirar óleo de copaíba varia entre as diferentes regiões e entre os extrativistas. No acre, dizem que o melhor período para colher o óleo da copaíba é na época das chuvas, enquanto no Pará os produtores costumam extrair o produto na estação seca (agosto-outubro). Usando um trado ou furador, perfure a árvore à altura de 60 a 70 centímetros do chão, até o centro do caule (20 a 50 cm de profundidade no tronco, conforme a grossura da árvore). Em seguida, coloque um pedaço de metal embaixo do buraco ou um cano para deixar o óleo escoar para uma vasilha no chão. Se o óleo não sair, pode utilizar fogo na base do tronco para aquecer a resina. Deixe o óleo escorrer por alguns dias. Ao final da colheita, tampe bem o buraco com uma varinha para não desperdiçar o produto e prevenir a infestação de insetos.

Segundo algumas crenças, não se deve olhar para a copa da copaibeira quando estiver tirando o óleo e nunca levar uma mulher grávida perto de uma árvore que se pretende furar, pois, o óleo pode não sair.

Nota de Preucação: Em muitos lugares costuma-se cortar a copaibeira com terçado para tirar o óleo. Desta maneira, pode-se tirar muito óleo uma única vez, porém, este é um método não sustentável. Um corte profundo deixa um grande ferimento na casca da árvore, permitindo a entrada de inseto e fungos que podem estragá-la. Se a extração do óleo não for cuidadosa, a árvore pode vir a morrer em menos de três anos. A casca de uma árvore é como a pele de uma pessoa, serve como proteção contra doenças. Usando o trado, pode-se tirar o óleo de copaíba dentro de um período maior, ganhando assim mais óleo ao longo do tempo (com intervalo de extração de pelo menos 2 anos)

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óleo de andiroba

Remédio muito utilizado em algumas regiões do corpo para baques, inchaços, reumatismo e cicatrização e recuperação da pele.

Quando você tem um ferimento é bom passar óleo de andiroba no local. Além de sarar, este remédio evita que mosquitos, moscas e outros insetos pousem no ferimento.


Também pode ser usado como repelente contra moscas e mosquitos, além de diminuir as chances de inchaço em caso de picadas de insetos e morcegos vampiros.

Recentemente, foi descoberto que as velas feitas com o óleo de andiroba espantam o mosquito que transmite a dengue (Aedes aegytpi).

O óleo de andiroba pode ainda, ser empregado na fabricação de sabão e fornece um excelente combustível utilizado, no interior, para a iluminação.

Madeira: de excente qualidade, cor castanho-vermelha brilhante, não é atacada pelos insetos nem turus. É comparada ao mogno e possui elevada demanda de consumo nacional e exportação. É usada para cavaco e construção civil.

Casca: usada como chá contra febre e vermes. Transformada em pó, a casca trata feridas, servindo como cicatrizante para afecções da pele.


ANDIROBA: CARAPA GUIANENSES AUBLET

A andiroba é uma árvore de múltiplo uso, fornecendo um dos óleos medicinais mais utilizados na Amazônia, madeira de alta qualidade e casca medicinal. Possui médio a grande porte, com tronco reto que atinge 30 metros de altura e, frequentemente, apresenta raízes sapopemas. Seus ramos tendem a posição vertical, tendo folhas grandes, escuras e pendentes.

OCORRÊNCIA
A andiroba tem distribuição ampla na Amazônia, América central e África, preferindo as várzeas e igapós, mas sendo também encontrada em terra firme. A indústria de óleo de andiroba teve origem na cidade de Cametá, nos Estado do Pará. A madeira da andiroba possui um sabor amargo e é oleaginosa, motivo pelo qual não é atacada pelos cupins nem pelos turus. Por sua alta qualidade, é muito utilizada por serrarias. Com isso, fica cada vez mais difícil encontrar árvores de andiroba nas regiões madeireiras.

ÉPOCA DE FLOR E FRUTA
A andiroba floresce entre agosto e outubro. As frutas amadurecem entre janeiro e abril. Nem todos os anos as árvores de andiroba produzem frutos. PRODUÇÃO De 5o a 200 kg de sementes por árvore anualmente. A produção varia muito, pois nem todas as árvores frutificam sempre. Cem quilos de sementes produzem aproximadamente 18 litros de óleo.

VALOR ECONÔMICO
O óleo de andiroba é um dos produtos medicinais mais vendidos na Amazônia. As lojas compram o óleo durante a safra, quando os preços baixam. Para o produtor conseguir um preço melhor, pode guradar o óleo e tentar vendê-lo fora desse período. O óleo de andiroba também tem demanda internacional, sendo exportada para Europa e Estados unidos. Entre 1974 e 1985, 200 a 350 toneladas foram exportadas do Brasil por ano, principalmente pelos Estados do Maranhão, Pará e Amapá.

PROCESSO DE EXTRAÇÃO
Existem muitas maneiras de tirar o óleo da andiroba. Um processo que as pessoas usam no interior é chamado de "azeite de tábua", feito na sombra. O óleo que sai desse processo é chamado "óleo virgem", sendo bem limpo e considerado o melhor. Outro processo, conhecido como "azeite de sol", é mais rápido e menos desgastante. Ambos processam-se da seguinte forma: Ferva as sementes até amolecerem. Retire as sementes da água e deixe-as empilhadas no chão, cobertas por folhas verdes por quarenta dias. Depois disso, abra as sementes e remova a massa (usa-se colher de prego).

Para o Azeite de tábua: Amasse a massa, faça bolinhas, colocando-as no cocho feito de pedaço de metal, canoa velha ou pedaço de madeira inclinada para o chão. Coloque um fiozinho de algodão no fim da massa e uma vasilha no chão. Assim, o óleo que sai da massa cai certinho dentro da vasilha. Amasse todos os dias a massa. Depois de 4 a 6 dias, a massa ficará dura e seca. Para obter mais óleo dela é só colocá-la no sol e esperar para extrair o restante do óleo. Para o azeite de sol: Leve a massa para o sol durante dois dias virando-a de duas em duas horas, durante todo o dia. De tarde, leve a massa para casa e faça bolinhas. Coloque-as na tábua inclinada e deixe o óleo sair. No terceiro dia, esquente a massa no sol por três horas e leve-a para a tábua para retirar o restante do óleo (dois dias). Algumas pessoas aproveitam a massa seca que sobra para fazer sabão ou jogam no fogo para espantar os pernilongos e mosquitos.

O ÓLEO DE ANDIROBA E DERIVADOS
Quando você tem um ferimento é bom passar óleo de andiroba no local. Além de sarar, este remédio evita que mosquitos, moscas e outros insetos pousem no ferimento.

RECEITA PARA O SABÃO DE ANDIROBA
Coloque um litro de óleo de andiroba numa lata para ferver com 4kg de *sebo de gado* derretido. Deixe ferver por 30 minutos e depois acrescente 250g de breu (ou, se você tiver, silicato ou sodda cáustica). Se quiser sabão cheiroso, coloque oriza ou catinga de mulata. Ferva até atingir o ponto. Deixe esfriar. ponha numa forma. Quando ficar sólido, corte em pedaços e guarde. No interior costuma-se acrescentar à andiroba e sebo a cinza da casca da fruta do cacau misturada com água. Este sabão é utilizado na lavagem de roupa, na limpeza de pele, contra coceiras, impingens e pano branco. Para fazer a cinza do cacau, deve-se queimar a casca seca da fruta. A cinza fica fina e branca (que é muito ácida e forte), deve ser guardade em uma vasilha e local seco.

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castanha-do-pará

A castanha-do-pará é tão valiosa como comida, remédio, renda doméstica e no comércio internacional que até existe um a lei nacional determinando que ninguém pode derrubar castanheiras. Essas árvores não são apenas resultado da natureza.

As tribos indígenas, ao longo do tempo, manejaram as castanheiras aumentando sua abundância e mudando sua distribuição pela Amazônia. Hoje em dia, as pessoas aproveitam o resultado da sabedoria das geraçòes passadas.

As castanheiras são encontradas na floresta de terra firme da Amazônia, onde podem alcançar mais de cinquenta metro de altura, sobressaindo acima da copa de outras árvores. Essas árvores, com idade estimada em 800 anos, chegam a diâmitros de mais de 4 metros, ou roda de 10 a 12 metros.

Desenvolvem-se melhor em clareiras e em áreas não alagadas com solos argilosos ou argilo-arenosos. As abelhas grandes ponilizam suas flores únicas e a cutia é o único animal conhecido que dispersa suas castanhas. Ela abre o ouriço, tira as castanhas, come algumas e enterra outras para comê-las depois. Aquelas que não são desenterradas podem nascer.

Castanha-do-pará: Bertholletia excelsia H.B.K.

PRODUÇÃO
Desde 1980, o Brasil tem uma produção anual de 40.000 toneladas. Castanhais nativos produzem de 16 a 120 litros de sementes por hectare. Uma castanheira nova produz de 30 a 50 ouriços por ano, enquanto as árvores maduras, de 200 a 400 anos, podem chegar a produzir 1000 ouriços em apenas um ano. E, ainda, essa alta produtividade pode ocorrer em anos alternados.

VALOR ECONÔMICO
A castanha-do-pará é esportada para Inglaterra, França, Estados Unidos e Alemanha. Cerca de 20 mil famílias que moram na floresta extraem e vendem castanhas. O Brasil fornece 75% da produção mundial de castanha-do-pará, alcançando 45 mil toneladas anualmente. O comério internacional é estimado em R$ 32 milhões.

USO
Castanha: Leite, Farinha, Sorvete, Doces.
Ouriço: Artesanato, remédio, carvão.
Madeira: Historicamente muito utilizada para estacas e construção, mas hoje é ilegal derrubar castanheiras.

IMPACTO NAS SETE GERAÇÕES
Tradicionalmente os cientistas pensaram que todas as matas amazônicas eram matas virgens. Recentemente estão descobrindo que muitas florestas foram manejadas e transformadas pelos povos indígenas. Com centenas de anos de conhecimento e prática, os índios têm modificado a abundância e distribuição das árvores, conforme suas preferências.Por exemplo, castanha e piquiá são árvores que ocorrem em densidades maiores quando próximas a aldeias antigas.

Enquanto os povos indígenas têm aumentado o número de espécies promissoras, a maioria das modificações modernas na Floresta Amazônica diminuíram a abundância de árvores valiosas. É sempre importante avaliar os custos e benefícios das mudanças drásticas em nossa terra. Algumas mudanças que parecem melhor a curto prazo podem ter consequências graves depois de u m período relativamente maior. A tribo dos índios Iroquois, na América do Norte, criou a grande Lei:

"Em cada deliberação, nós temos que considerar o impacto de nossas decisões nas próximas sete gerações".

RECEITAS
Hepatite e Azia: em algumas regiões, o chá do ouriço é considerado um ótimo remédio para hepatite, anemia e problemas intestinais. Limpe o ouriço, coloque água e deixe-o descansar por 2 a 3 horas, ou até que a água fique na cor de sangue. Tome diariamente.

Cabelos Bonitos: Misturar uma colher de óleo de castanha com uma colher de mel de abelha e uma gema de ovo. Bater e aplicar nos cabelos já lavados.

NUTRIÇÃO
A castanha, rica em proteína e calorias, é considerada por muitos como uma carne vegetal. Possui 12 a 17% de proteínas nas castanhas e 46% de proteínas na farinha sem gordura, enquanto a carne de gado tem 26 a 31% de proteína. A castanha tem mais ou menos a metade da proteína de um bife e duas vezes mais calorias.

Sua proteína é quase equivalente a do leite da vaca, contendo aminoácidos completos. Quando ralada e misturada com água, obtêm-se um leite usado na culinária que pode até substituir o leite de vaca. A castanha-do-pará também tem minerais como o fósforo, potássio e vitamina B. Em adição, 100g de castanha contém 61g de gordura; 2,8mg de ferro; 180 mg de cálcio e 4,2mg de zinco.




Ambiente Balsâmico, para casos de sinusite, faringite e diversas afecções respiratórias: eucalipto, pinheiro, tomilho ou alecrim
Ambiente relaxante e sedativo, para casos de nervosismo ou insônia: alfazema ou laranjeira. Muito utilizado para as crianças muito inquietas, com dificuldade para dormir.

Ambiente anti-séptico, para prevenir os contágios em casos de gripe ou resfriados: tomilho, sálvia, eucalipto ou canela.

Ambiente para afugentar mosquitos e outros insetos: erva-cidreira ou cidrão.

Ambiente antifumo: cidrão, gerânio silvestre, sassafrás ou alfazema.

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Fricções com essências

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Erva/Parte Usada/Método Uso resumido

Abacateiro Folhas Infusão Diurético, combate ácido úrico
Agrião Folhas Suco Digestivo
Alcachofra Inflorescências/Raízes Infusão Disfunções hepáticas e da vesícula, redução taxa de colesterol
Alcaçuz Raízes Decocção Diurético, expectorante, antiinflamatório, anti-séptico
Alecrim Folhas Infusão Antidepressivo, contra dor de cabeça, digestivo
Alfazema Folhas Infusão Antiespasmódico, estimulante mental, tônico do estômago
Algodoeiro Folhas Infusão Contra distúrbios menstruais, antiinflamatório
Alho Bulbo Infusão Antigripal, contra tosse e bronquites
Alho-Poró Bulbo Infusão Diurético, descongestiona as vias respiratórias
Amor-do-Campo Folhas Infusão Contra moléstias da bexiga, fígado e rins
Anis (Erva Doce) Sementes Decocção Má digestão, antiespasmódico, calmante, contra cólicas
Arnica Flores/Raízes Compressa Uso externo em traumatismos em geral
Arruda Flores/Folhas Infusão Dores Intestinais, abortiva
Artemísia Folhas/Flores/Raiz Decocção Tônico p/ circulação, calmante, antiespasmódica, digestivo, contra cólicas menstruais
Assa-Peixe Folhas Infusão Contra Bronquite, tosse, resfriado, asma
Avenca Folhas Infusão Contra tosses, gripes, rouquidão
Babosa Folhas Suco Cicatrizante, tônico estomacal e capilar
Barbatimão Folhas/Casca Infusão/Decocção Antihemorrágico, antidiarréico, anti-séptico
Bardana Folhas/Raízes Infusão Diurético, depurativo do sangue, bactericida, cicatrizante
Boldo Folhas Infusão Digestivo, contra disfunções hepáticas, antidiarréico, contra afecções hepáticas
Bucha Folhas/Ramos Infusão Distúrbios hepáticos, normalizar ciclo menstrual
Calêndula Flores/Caule/Folhas Infusão Contra cólicas,dores de estômago, resfriados e cólicas menstruais
Camomila Flores Infusão Sedativo, contra úlceras e tensão pré-menstrual
Cana do Brejo Folhas Infusão Diurético, depurativo, sudorífico, emenagogo
Capim Limão Folhas Infusão Calmante, analgésico suave para cólicas
Capuchinha Folhas Infusão Diurética, anti-séptica, descongestionante das vias respiratórias
Carqueja Haste Maceração Antiespasmódico, digestivo
Caruru Folhas Infusão Digestivo, diurético
Cáscara Sagrada Casca Decocção Laxante suave
Castanha da Índia Sementes Tintura Estimula a circulação sanguínea, anti-hemorroidal
Catinga-de-Mulata Flores/Sementes Infusão Vermífugo, emenagoga
Cavalinha Caule Maceração Contra anemia e pressão alta
Chapéu de Couro Folhas Infusão Diurético, anti-reumático, depurativo do sangue
Confrei Folhas Compressas Cicatrizante
Dente-de-Leão Folhas/Inflorescências Maceração Laxativo, contra má digestão e afecções do fígado
Endro Folhas Infusão Contra cólicas intestinais em recém-nascidos e prisão de ventre
Erva de Bicho Parte Aérea Compressas Uso externo em banhos para o tratamento de hemorróidas, feridas e eczemas
Espinheira-Santa Folhas Infusão Contra úlcera e diurético
Eucalipto Folhas Infusão Anti-séptico, antifebril, anticatarral
Funcho Folhas Infusão Calmante, expectorante, contra azia
Gengibre Rizoma Maceração Antigripal, antiespasmódico, digestivo
Ginkgo-Biloba Folhas Tintura Estimula a circulação sanguínea, antidepressivo, favorece a concentração e memória
Girassol Sementes Infusão Enxaquecas, estimulante físico e mental
Goiaba Folhas/Brotos Decocção Antidiarréico
Guaco Folhas Infusão Contra bronquite e tosse
Guaraná Fruto Pó Estimulante, antidepressivo, auxiliar nas doenças gastro-intestinais
Hortelã Folhas Infusão Antiespasmódico, diurético, digestivo
Ipê Roxo Casca Decocção Estimulante do sistema imunológico e da circulação sanguínea
Jurubeba Folhas/Caule/Raízes Infusão Diurético, digestivo, cicatrizante
Laranjeira Folhas Infusão Calmante, antifebril
Limão Casca/Frutos Infusão Previne tosses, amidalite, inflamações e desarranjos intestinais
Losna Folhas Infusão Contra anemia, disfunções hepáticas, má digestão
Louro Folhas Infusão Antiespasmódico
Malva Flores/Folhas Infusão Contra tosse
Mamona Folhas Compressa Antihemorroidal
Manjericão Folhas Infusão Relaxante, antigripal
Manjerona Folhas Infusão Antiespasmódica, expectorante
Maracujá Folhas Infusão Calmante, sedativo
Marapuama Caule/Raízes Decocção Contra esgotamento físico e mental, cólicas menstruais, estimulante sexual
Melissa Folhas Infusão Calmante
Mil Folhas Folhas/Inflorescências Infusão/Compressa Cicatrizante, analgésico
Mulungu Cascas Decocção Calmante, combate insônia, dores reumáticas
Orégano Folhas/Flores Infusão Má-digestão, diurético, expectorante
Pariparoba Folhas/Caule/Raízes Infusão/Decocção Digestivo, antifebril, cicatrizante
Pata-de-Vaca Folhas Infusão Diurético, antidiabético
Pedra Hume Caá Folhas Infusão Diurético, auxiliar no tratamento da diabetes
Picão Parte Aérea Infusão Antidiabético, inflamações da garganta
Poejo Folhas Infusão Digestivo
Quebra Pedra Toda a Planta Decocção Diurético
Romã Flores Infusão Contra inflamações de boca e garganta
Ruibarbo Folhas Infusão Estomáquico, estimulante da célula hepática e funções intestinais
Sabugueiro Folhas/Flores/Casca Infusão/Decocção Sudorífico, diurético, antifebril, cicatrizante
Salsa Folhas Decocção Antiespasmódico
Sálvia Folhas Infusão Estimulante da digestão
Segurelha Folhas Infusão Digestivo
Tanchagem Folhas Infusão Antidiarréico e depurativo
Tomilho Folhas Infusão Digestivo e regulador Intestinal
Urucum Sementes Decocção Anemia, má-circulação e impurezas do sangue, hemorróidas
Uva-ursina Folhas Decocção Anti-séptico urinário
Valeriana Rizomas/Raízes Decocção Calmante, indicado para TPM, não indicado para Grávidas

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Como Usar

As ervas podem ser empregadas para combater inúmeros problemas, mas há algumas indicações básicas para o seu bom uso. Em primeiro lugar, é preciso verificar se elas estão com mofo pois, como todos os seres vivos, elas são formadas principalmente de água, o que aumenta as chances de criarem mofo quando armazenadas. Neste caso, devem ser desprezadas. Por isso, deve-se evitar armazená-las em locais úmidos. Para conservar as ervas sem riscos, elas devem ser guardadas em recipientes de vidro, lata ou porcelana, nunca de plástico, separando-se as raízes, cascas e sementes das flores e folhas.
A regra geral para a proporção de água e ervas é a seguinte: para cada litro de água, quatro colheres de sopa de erva fresca ou duas colheres de erva seca. Adultos devem tomar quatro a cinco xícaras de preparação por dia; jovens, de três a quatro; crianças de dois a dez anos, duas xícaras; de um a dois, de meia a uma xícara. Para gargarejos, inalações, compressas e usos externos em geral, o chá deve ser mais forte.

Os chás devem, de preferência, ser preparados em utensílios de barro, louça ou cobre. Veja, a seguir, os métodos mais usados na manipulação das ervas.

Infusão:

Colocar a planta em um recipiente e sobre ele despejar água em início de ebulição, abafar e deixar em repouso por no mínimo 10 minutos, e coar antes do uso. É importante abafar, principalmente quando se utilizam folhas e flores, para evitar que percam suas propriedades medicinais.

Decocção:

Colocar a erva em um recipiente esmaltado ou de vidro, com água fria e ferver por 10 a 15 minutos (dependendo do quão dura seja a parte utilizada). Deixe repousar por 10 minutos em um recipiente bem tampado, coando após este tempo. Este método é indicado para sementes, cascas de árvores e frutas que são consideradas duras.

Maceração:

Escolher a erva e lavar em água corrente as partes que serão utilizadas. Deixar a erva de molho em uma substância fria, que pode ser água, leite, vinho, etc, por um período mínimo de 12 horas, para que ela possa desprender seu princípio ativo no líquido. Nesse método, as vitaminas e sais minerais são melhor preservados.

Tintura:

A partir da maceração, é possível fazer tinturas de quase todas as ervas. A diferença está na preparação feita com álcool, ao invés de água. Deixa-se as partes vegetais frescas ou secas, grosseiramente trituradas, mergulhadas em álcool de cereais durante 15 a 20 dias. Após este período, filtrar e guardar em recipientes de vidro escuro, ao abrigo da luz.

Xarope:

Preparar o chá de plantas, abafado ou cozido, e espessar com açúcar ou mel, fervendo até atingir o ponto de fio. Deve ser preparado em pequena quantidade, guardado em frasco bem limpo e escuro e conservado em geladeira. Útil no tratamento de tosse e bronquite.

Inalação:

Derramar água fervente sobre a planta medicinal, num recipiente que permita à pessoa, com a cabeça coberta, aspirar o vapor desprendido.

Cataplasma:

Trata-se de envolver a parte lesada do corpo com um tipo de massa, feita de farinha e o chá da planta medicinal escolhida, geralmente quente. Para não machucar ou irritar ainda mais o ferimento, é aplicada sobre a pele entre dois panos finos.

Pomada:

Misturar partes iguais das tinturas da ervas medicinais desejadas, com vaselina e lanolina (nesta ordem). Pode durar de um a dois anos. É preciso, entretanto, tomar o cuidado de manipular este produto sempre com uma espátula, evitando o contato com as mãos, que podem carregar impurezas externas, que sem querer acabam por contaminar a pomada.

Loção:

Colocar uma xícara das de chá, contendo o infuso ou cozimento da erva escolhida, e adicionar 1/4 de álcool. O seu uso é recomendado em banhos e compressas locais para limpeza e tratamento de feridas, coceiras, afecções da pele e do couro cabeludo. Agitar sempre que for utilizar este produto.

Banhos:

Chás fortes para serem misturados à água do banho.

Suco:

Usar a planta fresca triturada com água no liquidificador, deixar descansar por 5 minutos e coar.

Os chás

podem ser tomados quentes, no caso de resfriados e bronquites; mornos para insônia e como calmantes; e frios ou gelados para problemas estomacais ou diarréias.

O efeito de um chá é maior quando ele é tomado em jejum ou antes do sono. Não deixe colheres dentro do líquido, nem reaproveite-o no dia seguinte: de um dia para o outro ele fermenta.

Fonte: Caldeirão de Novidades

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