12.07.2008

Vacina contra leishmaniose visceral


Butantan testa em cães a primeira vacina contra leishmaniose visceral

Em janeiro a fábrica da vacina deve ser construída.
Cerca de 90% das pessoas não tratadas morrem da doença.

Instituto Butantan, em São Paulo, deverá produzir uma vacina contra a leishmaniose visceral. No próximo ano, o Brasil dá início aos testes, em cachorros. A reunião deve estipular os valores desses ensaios, quanto tempo durarão e o número de doses necessárias para conter a doença.

A vacina foi desenvolvida nos Estados Unidos, no Infectology Disease Res. Institute (IRDI), em conjunto com o Brasil, durante os últimos dez anos. Por lá, ela foi testada em camundongos -- para verificar sua eficácia -- e em cerca de 30 pessoas -- conferindo que não há risco para a saúde. “Sua eficácia é maior do que 70%”, diz o pesquisador Isaias Raw, presidente da Fundação Butantan.

Agora, a vacina será testada em cães por três instituições brasileiras. “O objetivo é verificar a mortalidade e analisar como ela age nos animais”, afirma Antonio Campos-Neto, do Forsyth Institute, dos Estados Unidos. Os testes deverão durar no mínimo um ano. “Com a biologia molecular isso poderá ser feito mais depressa, vamos debater a possibilidade”.

A vacina contra a leishmaniose visceral será produzida em uma fábrica microbiana estimada em R$ 23 milhões -- R$ 5 milhões provenientes do Instituto Butantan. Os pesquisadores acreditam que em janeiro os recursos estejam disponíveis. Se isso ocorrer, a instalação ficará pronta em abril.

Fábrica microbiana

Os pesquisadores identificaram uma proteína, no protozoário responsável pela doença, que pode ser usada como vacina. Eles inserem a informação genética dessa proteína em bactérias. Esses seres, por sua vez, produzem em massa a proteína que dará origem à vacina. A vacina contra a hepatite é produzida usando essa idéia.

Os cientistas afirmam que a vacina é livre de efeito adverso. Assim que aprovada pelo Ministério da Saúde, imediatamente começará a ser produzida. Por enquanto, os pesquisadores não falam em quanto tempo ela estará disponível para a população.

Haverá uma variação da vacina. Uma será feita especificamente para os cães, que transmitem a doença aos humanos, e outra para as pessoas já contaminadas. “Reduzindo o número de pessoas expostas à doença e tratando as doentes, diminuiremos radicalmente o problema”, explica Raw.


O objetivo é vacinar cerca de 30 milhões de cães do Brasil durante campanha anual de vacinação contra raiva. Mas nem todo brasileiro precisará da vacina. “Moradores do Rio Grande do Sul, por exemplo, onde a leishmaniose visceral inexiste, possivelmente só receberão a dose se apresentarem o problema”, explica.

Para isso a vacina deverá ser submetida ao controle do Ministério da Agricultura, depois de respondidas questões como: quantas doses serão necessárias para imunizar cada cão, por quanto tempo será ativa e qual a forma mais econômica de produzi-la, levando em conta o universo a ser vacinado.

O pesquisador Steven Reed, do IRDI, deverá disponibilizar os lotes iniciais da vacina produzida nos Estados Unidos. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o programa Fapesp – SUS investirão R$ 2 milhões nos ensaios clínicos que serão realizados até meados de 2009, nas regiões de maior incidência da doença.

Entenda o que é leishmaniose visceral

A leishmaniose visceral ou doença de calazar é causada por um protozoário. Pode atingir seres humanos e animais como cães, raposas e até gambás. A transmissão ocorre por meio da picada do inseto conhecido popularmente como mosquito-palha, birigui, asa branca, tatuquira e cangalhinha. Eles picam os animais infectados e transmitem a leishmaniose visceral aos humanos.

A doença acomete órgãos do corpo como o fígado e o baço. Os sintomas mais freqüentes são febre, aumento do volume desses órgãos, emagrecimento, complicações cardíacas, problemas circulatórios, desânimo, abatimento extremo, apatia e palidez. Os doentes podem ter também tosse, diarréia, respiração acelerada, hemorragias e sinais de infecções. Quando não tratada, a doença pode levar à morte até 90% dos infectados.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a leishmaniose visceral uma das seis maiores endemias do planeta por infectar cerca de 2 milhões de pessoas. Na América Latina, 90% dos casos ocorrem no Brasil, especialmente na região Nordeste. Em 2006, 1.810 apresentaram a doença.

Nas últimas duas décadas, a leishmaniose visceral se espalhou de focos isolados no interior do Nordeste para surtos no Norte, Centro Oeste e Sudeste. O estado de São Paulo registra casos em humanos desde 1999. Mas, atualmente, não existe vacina contra ela. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento específico feito com uso de medicamentos, repouso e alimentação adequada.

Leishmune ®

Vacina contra Leishmaniose Visceral Canina
Uso Veterinário


A Leishmaniose Visceral Canina é uma doença sistêmica grave e fatal, causada por um protozoário flagelado, Leishmania infantum (chagasi), presente em grande parte do mundo. A Leishmaniose Visceral Humana (Calazar Humano) é atualmente reconhecida como uma das mais importantes Zoonoses pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

O cão, como hospedeiro doméstico, é considerado o principal reservatório da infecção para o homem. Os cães infectam-se através da picada de insetos flebotomíneos, conhecidos como "mosquito-palha".

Os sinais clínicos atribuídos à Leishmaniose Visceral Canina são bastante variáveis: desde animais assintomáticos até oligo/polisintomáticos, os quais podem apresentar lesões de pele, descamações, lesões oculares, linfadenopatias, epistaxis, anemia, emagrecimento, diminuição de apetite, alterações articulares ou distúrbios de locomoção, diarréia, hepatoesplenomegalia, onicogrifose, insuficiência renal e morte. A vacinação de cães com LEISHMUNE auxilia na prevenção da doença, reduzindo a incidência e, conseqüentemente, a disseminação da Leishmaniose Visceral Canina.
COMPOSIÇÃO

Leishmune ® é classificada como uma vacina inativada e de subunidade, sendo uma fração glicoprotéica purificada (FML - Fucose Manose Ligand), feita através de um extrato inativado de promastigotas de Leishmania donovani. A produção de um antígeno inativado eficaz, seguro e com grande poder antigênico é possibilitada por técnicas especiais de preparação e pelo uso de um sistema adjuvante especial.

Estudos realizados em áreas endêmicas apresentaram proteção de 92 a 95%.
POSOLOGIA E MODO DE USAR:

Seguindo as normas usuais de anti-sepsia, utilizar agulhas e seringas estéreis, reidratar a fração liofilizada com a fração líquida e misturar o contecendo dos dois frascos. Após misturar completamente o produto, administrar uma dose de 1 mL por via subcutânea.

Para auxiliar no controle de Leishmaniose Visceral Canina, deve-se adotar medidas de higiene e práticas de sanidade adequadas, a fim de reduzir a população dos insetos flebotomíneos.
INDICAÇÕES:

Leishmune ® é indicada como auxiliar na prevenção da Leishmaniose Visceral Canina (Calazar Canino), para a vacinação de cães a partir de 4 meses de idade, saudáveis e soronegativos para Leishmaniose Visceral Canina.
PRECAUÇÕES:

Conservar entre 2ºC e 8ºC, ao abrigo da luz. EVITAR CONGELAMENTO.

Usar todo o conteúdo do frasco após aberto.

Manter fora do alcance de crianças e animais domésticos.

Os cães comumente respondem à vacinação demonstrando dor transitória no local da aplicação, que geralmente regride em 48 a 72 horas.

Cerca de 25% dos animais vacinados pode apresentar inflamatório transitória no local da injeção, além de letargia ou anorexia. A maioria destes sinais regride em poucos dias.

Em casos raros, pode ocorrer alopecia transitória no local da aplicação.

Em estudos realizados, foi observado que raras de pequeno porte são, em geral, mais sensíveis á dor no local da aplicação.

Embora raras, reações alérgicas ou anafiláticas podem ser observadas. Nestes casos, administrar anti-histamínico ou epinefrina.
APRESENTAÇÃO:

Caixa com 10 doses de 1 mL cada, contendo 10 frascos de vacina liofilizada acompanhados de 10 frascos de 1 mL de diluente (solução salina 0,9%).

Caixa com 100 doses de 1 mL cada, contendo 10 frascos de vacina liofilizada acompanhados de 10 frascos de 10 mL de diluente (solução salina 0,9%).

Sistema Exclusivo de Rótulo Destacável Fort Dodge
O Sistema Exclusivo de Rótulo Destacável Fort Dodge é um método simples e efetivo de registrar e controlar as informações da vacina aplicada nos animais, na prática veterinária.


Globo.com

Nenhum comentário: