Alguns analgésicos podem apresentar riscos para pacientes cardíacos
06 de Fevereiro de 2009
Uma nova investigação sugere que a utilização de determinados analgésicos, conhecidos como anti-inflamatórios não esteróides (AINEs), por parte de pacientes com insuficiência cardíaca crónica, está associada a um aumento do risco de morte e doença cardiovascular.
O Dr. Gunnar H. Gislason, do Hospital Universitário Gentofte, na Dinamarca, referiu que a acumulação de evidências apontam para um aumento do risco cardiovascular com a utilização de anti-inflamatórios não esteróides, particularmente em pacientes com doença cardiovascular estabelecida.
No estudo actual, os investigadores avaliaram o risco de morte e admissão no hospital, devido a ataques cardíaco ou insuficiência cardíaca, associado à utilização destes fármacos em 107 092 pacientes que sobreviveram a uma primeira hospitalização devido a insuficiência cardíaca.
Entre os participantes do estudo, 36 354 pacientes (cerca de 34%) posteriormente aviaram, pelo menos, uma receita de anti-inflamatórios não esteróides. No total, 60 974 pacientes (57%) morreram durante o estudo, 8 970 (8,4%) foram hospitalizados devido a ataque cardíaco e 39 984 (37,5%) devido a insuficiência cardíaca.
A utilização de AINEs, como o Vioxx (rofecoxib) e o Celebrex (celecoxib), da Pfizer, assim como o ibuprofeno, o diclofenac e o naproxeno, foi associada a um aumento significativo do risco de morte nos participantes do estudo.
Embora o Vioxx tenha sido retirado do mercado em Portugal devido ao elevado risco de ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais (AVC) em adultos, o Celebrex continua a ser comercializado.
Os investigadores relataram, na “Archives of Internal Medicine”, que existiu um aumento do risco de morte relacionado com a dosagem e um maior risco de admissão no hospital como resultado de ataque cardíaco e insuficiência cardíaca associados à utilização de AINEs.
Os investigadores concluíram que, entretanto, devido à acumulação de evidências, é necessária uma consciencialização geral entre os médicos, as autoridades de cuidados de saúde e o público em geral, relativamente ao potencial risco cardiovascular dos AINEs, em particular nos pacientes com doença cardiovascular ou com risco cardiovascular aumentado.
A insuficiência cardíaca é uma doença crónica na qual o coração perde gradualmente a capacidade de bombear o sangue de forma eficiente, deixando os órgãos com falta de oxigénio.
Fonte: Farmacia.com.pt
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