Pacientes aguardam no Hospital Miguel Couto, no Leblon. Polos de atendimento à gripe já registram queda de 20% na procura por socorro
Autoridades de Saúde alertam para o risco de a gripe suína continuar a afetar a população no verão, como ocorre em alguns países do Hemisfério Norte, onde tempo está quente
Rio - O secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, fez um alerta, ontem, após novo encontro com grupo de especialistas das redes pública e particular, para analisar o comportamento do vírus da gripe suína. Segundo ele, em países do Hemisfério Norte, como os Estados Unidos, onde a estação vigente é o verão, os casos da doença não diminuíram conforme o esperado. Portanto, ainda não é possível saber o que ocorrerá no Brasil quando o tempo esquentar.
Pacientes aguardam no Hospital Miguel Couto, no Leblon. Polos de atendimento à gripe já registram queda de 20% na procura por socorro, Segundo Côrtes, há países em que a curva se manteve igual à do inverno e outros em que o índice chegou a aumentar. “O que se esperava de decréscimo de casos de gripe suína no verão no Hemisfério Norte não aconteceu. O número de casos está maior no verão quando comparado com a gripe sazonal. Vamos ver se isso vai acontecer no Hemisfério Sul também”, afirma, cauteloso em relação à queda de 20% nos atendimentos e nas ligações ao Disque-Gripe no Rio.
Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunização, a infectologista Isabela Balalai concorda: independentemente da estação do ano, a pandemia não deve ceder. “O verão não impossibilita a circulação do vírus. Algumas características do comportamento da população durante o inverno facilitam o contágio, mas isso não quer dizer que, no verão, a pandemia vai acabar”, observa.
INVESTIGAÇÃO RIGOROSA
Ainda segundo o secretário, uma equipe especial da Secretaria Estadual de Saúde vai começar a estudar todas as mortes causadas por gripe, comum e suína. A partir de segunda-feira, o grupo de trabalho vai analisar prontuários e, se necessário, visitar as casas das vítimas para recolher mais informações sobre o histórico de saúde delas e como foi o atendimento médico.
Segundo pesquisa da Universidade de Clemson, nos Estados Unidos, divulgada ontem, vacinar crianças em idade escolar e seus pais é a medida mais eficaz para limitar a propagação da gripe suína. “A vacina seria melhor utilizada se fosse aplicada em crianças de escolas, as quais acabam contaminando seus pais, que espalham o vírus para o resto da população”, diz Jan Medlock, co-autor do trabalho.
Nem todo álcool em gel combate gripe
Na batalha contra a gripe suína, muitas famílias utilizam álcool em gel para matar o vírus H1N1. Mas especialistas alertam: somente o álcool a 70%, conhecido como antisséptico, tem a fórmula certa para a desinfecção.
Ele contém apenas 30% de água, enquanto que os que são utilizados na limpeza doméstica oferecem somente 48,6% de álcool. Nessa proporção, a fórmula é ineficiente para matar o vírus da nova gripe e não deve ser usada. Lavar as mãos com água e sabão ainda é o mais indicado para acabar com o vírus.
PROTEÇÃO
LUVA NO RESTAURANTE
O restaurante Kilograma, no Centro, está oferecendo luvas plásticas e álcool em gel para os clientes. Segundo o gerente, Fábio Pereira da Silva, foram compradas duas mil luvas e a medida será estendida a filiais. “Muitas vezes, quem chega da rua não limpa as mãos e pode acabar levando o vírus para colheres e pegadores de alimento. Durante uma epidemia de gripe, essas mudanças são fundamentais. Os clientes aprovaram”, afirma.
ENFERMEIRO EM RISCO
A presidente da Junta Interventora do Conselho Regional de Enfermagem (Coren), Rejane de Almeida, denunciou ontem a falta de condições de trabalho da categoria.
O Dia
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