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10.12.2009
Prêmio Nobel de Medicina
Foto: Paul Sakuma/AP Elizabeth Blackburn (Foto: Paul Sakuma/AP)Elizabeth H. Blackburn, Carol W. Greider e Jack W. Szostak receberam nesta segunda-feira (5) o Prêmio Nobel de Medicina por sua descoberta dos mecanismos de proteção dos cromossomos por meio dos telômeros. Essas estruturas de proteínas e DNA não codificante formam as extremidades dos cromossomos. Este é o 100º Nobel de medicina concedido. Ao todo, 192 cientistas já receberam o prêmio.
Foto: Rob Carr/AP Carol Greider (Foto: Rob Carr/AP)Mas a telomerase também está presente nas células cancerígenas (que têm uma capacidade ilimitada de multiplicação). Ou seja: a enzima da imortalidade também tem sérios efeitos negativos. Compreendê-la lança luz sobre o processo de envelhecimento e também ajuda na luta contra o câncer.
Mas a telomerase também está presente nas células cancerígenas (que têm uma capacidade ilimitada de multiplicação). Ou seja: a enzima da imortalidade também tem sérios efeitos negativos. Compreendê-la lança luz sobre o processo de envelhecimento e também ajuda na luta contra o câncer.
Pesquisa sobre proteção dos cromossomos recebe Nobel de medicina
Premiados são Elizabeth Blackburn, Carol Greider e Jack Szostak.
Australiana, americana e inglês estudam ação dos telômeros.
Rune Toftgard apresenta os ganhadores do Nobel de medicina 2009 no Fórum Nobel do Instituto Karolinska, em Estocolmo, Suécia (Foto: AP/Scanpix Sweden/Bertil Ericson)
O trio trabalha nos Estados Unidos. Elizabeth pesquisa na Universidade da Califórnia; Carol, na Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins; Szostak, no Instituto Médico Howard Hughes, na Faculdade de Medicina de Harvard e no Hospital-Geral de Massachusetts.
Os telômeros atuam como dispositivo protetor embutido nos cromossomos. Em 1984, Elizabeth e Carol, então sua aluna, descobriram e batizaram a telomerase, enzima reguladora dos telômeros que já chegou a ser chamada de "enzima da imortalidade".
Em 1999, por exemplo, cientistas do Centro Médico da Universidade do Texas conseguiram matar células tumorais humanas inibindo a telomerase . Eles desenvolveram pequenos inibidores sintéticos antitelomerase. Quando esses inibidores foram introduzidos nas células cancerígenas, causaram encurtamento progressivo dos telômeros e, finalmente, a morte celular. O estudo, publicado em dezembro daquele ano na "Proceedings of the National Academy of Sciences", validava a telomerase como alvo para drogas contra o câncer.
Foto: Stephan Savoia/AP Jack Szostak (Foto: Stephan Savoia/AP)Elizabeth nasceu na Austrália em 1948. Graduou-se em em bioquímica na Universidade de Melbourne (Austrália) e fez pós-doutorado em biologia molecular e celular na Universidade Yale (EUA). Carol é americana, nascida em 1961. Fez doutorado na Universidade da Califórnia e é membro do departamento de biologia molecular e genética. Szostak é inglês, nascido em 1952. Estudou biologia celular na Universidade McGill, em Montreal, Canadá, e fez doutorado em bioquímica na Universidade Cornell (EUA). Cada um receberá um terço do prêmio de 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 2,5 milhões).
Segundo o Instituto Karolinska, que anuncia o prêmio, o trio "resolveu um importante problema na biologia". Ainda segundo a instituição, "as descobertas adicionaram uma nova dimensão ao nosso entendimento da célula, clarificaram mecanismos de doenças e estimularam o desenvolvimento de novas terapias".
Contribuições
Elizabeth e Carol identificaram a enzima telomerase, que forma os telômeros. Enquanto isso, pesquisas de Szostak e Elizabeth elucidaram de que modo o encurtamento dos telômeros está vinculado ao envelhecimento. Desde então, os estudos sobre a telomerase se transformaram em um dos campos mais disputados do desenvolvimento de novos medicamentos, principalmente para câncer, uma vez que, acredita-se, que a enzima exerce um papel ao permitir que as células tumorais se reproduzam sem controle. Veja o vídeo ao lado para entender melhor a importância dessa área de estudos.
"(As pesquisas) têm amplas implicações médicas para (o tratamento) de câncer, certas doenças hereditárias e para o envelhecimento", afirmou Rune Toftgard, professor do Instituto Karolinska.
Carol afirmou hoje por meio de nota que a pesquisa que rendeu o Nobel de medicina deste ano ilustra a importância dos “descobrimentos motivados por pura curiosidade”. “Quando iniciamos este trabalho, não tínhamos ideia de que a telomerase estaria envolvida com o câncer, simplesmente tínhamos curiosidade sobre como os cromossomos se mantinham intactos.”
Criado em 1901, o prêmio tem o objetivo de reconhecer pessoas que tiveram atuações marcantes nas área da física, da química, da medicina, da literatura, da paz e, desde 1968, também da economia. O prêmio foi concebido pelo cientista e inventor sueco Alfred Nobel, criador da dinamite, que morreu em 1895. Todos os prêmios são concedidos em Estocolmo, capital da Suécia, a não ser o da paz, que é dado em Oslo, capital da Noruega.
Os premiados são escolhidos de uma lista de nomeados, que não é divulgada previamente. Portanto, apesar de haver sempre muitos palpites e "favoritos", é muito difícil saber quem vai vencer.
Fonte: Globo.com
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