Malvinas: Lula apoia a Argentina
Brasileiro defende que Nações Unidas abram debate sobre a quem pertencem as ilhas
Cancún, México - O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, opinou ontem sobre a disputa diplomática entre Inglaterra e Argentina, retomada esta semana. Ele propôs, em Cancún (México), que a ONU “reabra o debate” a respeito de quem tem a soberania em relação às Ilhas Malvinas. Ao longo da cúpula do Grupo do Rio em Cancún, dezenas de países latinos também manifestaram apoio aos argentinos.
“É necessário que comecemos a lutar para que o Secretário-Geral das Nações Unidas reabra esse debate com muita força”, disse o brasileiro.
Lula e diversos outros presidentes latinos se colocaram ao lado da argentina Cristina Kirchner (D) |
.“Qual é a explicação geográfica, política e econômica de a Inglaterra estar nas Malvinas? Qual a explicação política de as Nações Unidas já não terem tomado uma decisão?”, indagou ainda o presidente.
Na opinião de Lula, a resposta para esse questionamento pode estar no fato de a Grã-Bretanha ser um dos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU.
A Grã-Bretanha ocupa desde 1833, com o nome de Falklands, o arquipélago das Malvinas, situado a 500 km da Argentina. Em 1982 os países entraram em guerra pelo controle das ilhas, mas a Argentina perdeu.
Segunda-feira, a companhia britânica Desire Petroleum anunciou ter iniciado as operações de prospecção de petróleo, ao longo das Malvinas. Na semana passada, a Argentina endureceu as restrições à embarcações que naveguem na região.
Novo bloco, sem os EUA
No mesmo evento em que Lula falou sobre a questão das Malvinas, chefes de governo de 32 países da América Latina e do Caribe aprovaram a criação de um novo bloco regional, sem os EUA e Canadá. A organização ainda não tem nome e seus estatutos serão definidos em 2011, durante novo encontro do Grupo do Rio, em Caracas (Venezuela).
O clima do encontro não foi só de paz, principalmente entre os presidentes da Venezuela e Colômbia, Hugo Chávez e Álvaro Uribe. Após o venezuelano abandonar uma reunião, Uribe chegou a exigir que ele agisse “como homem”.
OBS: Dezenas de argentinos já morreram nesta disputa em 1982.
G1.com
Saiba Mais:
Plataforma britânica começa a explorar petróleo nas Malvinas
Ilhas Malvinas - A Assembleia Legislativa das Ilhas Malvinas confirmou que a plataforma britânica Ocean Guardian começará neste domingo a prospecção petrolífera no arquipélago, apesar da forte rejeição do governo da Argentina, informou a imprensa local.
Em comunicado, a Assembleia Legislativa informou que já estão nas ilhas "todas as provisões" necessárias para dar início à tarefa.
"As perfurações vão começar como estava planejado, se o tempo permitir", disse a assembleia.
O apoio do Reino Unido à prospecção provocou uma irada rejeição do governo argentino, que após várias advertências decidiu aumentar os controles sobre o tráfego marítimo em direção às ilhas.
O governo do Reino Unido preferiu não dar importância à medida por considerar que as águas que rodeiam as Malvinas (Falklands, para os britânicos) estão sob o controle das autoridades das ilhas e, portanto, não serão afetadas pela postura argentina.
A imprensa britânica assegurou recentemente que as ilhas Malvinas abrigam 60 bilhões de barris de petróleo.
O pano de fundo da polêmica é a discussão sobre a soberania das ilhas, que colocou os dois países em guerra há 28 anos. Apesar de sua derrota, a Argentina continua reivindicando o território.
A presidente argentina, Cristina Fernández, disse nesta semana que o Reino Unido "ignora" as resoluções da ONU e adota medidas "unilaterais" sobre o arquipélago.
"Há inúmeras resoluções das Nações Unidas que pedem e obrigam os dois países a retomar as conversas", que "foram ignoradas sistematicamente pelo Reino Unido, que se nega a discutir a questão", afirmou Cristina.
O chanceler argentino, Jorge Taiana, vai se reunir em Nova York com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, com o objetivo de abrir um diálogo com o Reino Unido.
EFE
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