2.27.2010

Transtorno Psiquiátrico



A psiquiatria como especialidade médica tem pouco mais de cem anos, o que significa dizer que as pessoas portadoras de transtornos psiquiátricos não eram vistas como “doentes de apropriação da medicina” e como conseqüência foram submetidas a tratamentos inadequados.

Nos últimos anos têm ocorrido um grande avanço da medicina. Uma parte considerável da psiquiatria está envolvida com idade adulta (20 aos 65 anos), período de vida em que ocorre um pleno desenvolvimento e maturidade.

Os estudos de epidemiologia no Brasil demonstram que cerca de 30% da população adulta apresenta algum transtorno mental, no período de um ano. Quando este transtorno necessita de algum cuidado médico passa a ser de 20 % desta população, podemos então dizer que um em cada cinco pessoas adultas, uma necessita de algum tipo de atenção em saúde mental no período de um ano.

As mulheres são mais acometidas de transtornos de ansiedade (9,0%), os transtornos somatomorfos (3,0%) e os transtornos depressivos (2,6%). Entre os homens tem especial destaque a dependência de álcool (8%) e transtornos de ansiedade (4,3%). Os transtornos psiquiátricos são mais freqüentes na população feminina; aumentam com a idade e tem maior incidência e gravidade no extrato de baixa renda.

Os portadores de transtornos mentais são e podem tornar-se produtivos e valorizados. Quando citamos os transtornos psiquiátricos não nos referimos apenas a transtornos graves e por vezes incapacitantes como exemplo a esquizofrenia, nos referimos também, a reação ao estresse e transtornos de adaptação, transtornos dissociativos, transtornos alimentares, transtornos não orgânicos do sono, disfunções sexuais não-orgânicas, abuso de substâncias (psicoativas, não psicoativa, que produzam dependência ou não), transtorno de hábitos e impulso (jogo patológico), demências, epilepsia, entre muitos.

Concluímos que, na idade adulta, época de maior produção na vida do ser humano, ele pode ser acometido, de maneira transitória ou permanente, por transtornos psiquiátricos traduzindo-se num grande sofrimento que pode vir a ser potencializado caso não haja um diagnóstico preciso para estabelecimento de terapêutica, reabilitação e reinclusão na vida cotidiana.

Fonte: SAR

O Tratamento em Psiquiatria
A terapêutica psiquiátrica evoluiu muito nas últimas décadas (veja também História da Psiquiatria). No passado os pacientes psiquiátricos eram hospitalizados em Hospitais psiquiátricos por muitos meses ou mesmo por toda a vida. Nos dias de hoje, a maioria dos pacientes é atendida em ambulatório (consultas externas). Se a hospitalização é necessária, em geral é por poucas semanas, sendo que poucos casos necessitam de hospitalização a longo prazo.

Pessoas com doenças mentais são denominadas pacientes (Brasil) ou utentes (Portugal) e são encaminhadas a cuidados psiquiátricos mais comumente por demanda espontânea (doente procura o médico por si mesmo) ou encaminhadas por outros médicos. Ocasionalmente uma pessoa pode ser encaminhada por solicitação da equipe médica de um hospital, por internação psiquiátrica involuntária ou por solicitação judicial.

O tratamento requer o consentimento do paciente, embora em muitos países existam leis que permitem o tratamento compulsório em determinados casos. Como com qualquer outro medicamento, medicamentos psiquiátricos podem apresentar efeito colateral e necessitar de monitoramento da droga frequente, como por exemplo, hemograma e litemia (necessária para pacientes em uso de sal de lítio). Eletroconvulsoterapia (ECT ou terapia de eletrochoque) às vezes pode ser administrada para condições graves que não respondem ao medicamento. Existe muita controvérsia sobre este tratamento, apesar de evidências de sua eficácia.

Alguns estudos pilotos demonstraram que a Estimulação magnética transcraniana repetitiva pode ser útil para várias condições psiquiátricas (como depressão nervosa, alucinações auditivas). No entanto, o potencial da estimulação magnética transcraniana para a diagnóstica e terapia psiquiátrica ainda não foi comprovado, por falta de estudos clínicos de longo prazo.

Avaliação Inicial

Qualquer que tenha sido o motivo da consulta, o psiquiatra primeiro avalia a condição física e mental do paciente. Para tal, é realizada uma entrevista psiquiátrica para obter informação e se necessário, outras fontes são consultadas, como familiares, profissionais de saúde, assistentes sociais, policiais e relatórios judiciais e escalas de avaliação psiquiátricas. O exame físico é realizado para excluir ou confirmar a existência de doenças orgânicas como tumores cerebrais, doenças da tireóide, ou identificar sinais de auto-agressividade. O exame pode ser realizado por outros médicos, especialmente se exame de sangue ou diagnóstico por imagem é necessário. O exame do estado mental do doente é parte fundamental da consulta e é através dele que se define o quadro e a capacidade do mesmo em julgar a realidade.

Consultas externas ou ambulatório

Pacientes psiquiátricos podem ser seguidos em internamento ou em regime ambulatorial. Neste último, eles vão às consultas no ambulatório, geralmente marcadas antecipadamente, com duração de 30 a 60 minutos. Nestas consultas geralmente o psiquiatra entrevista o paciente para atualizar sua avaliação do estado mental, revê a terapêutica e pode realizar abordagem psicoterápica. A frequência com que o médico marca as consultas varia de acordo com a severidade e tipo de cada doença.

Internamento Psiquiátrico

Existem duas formas de internamento psiquiátrico, o voluntário e o compulsivo. Os pacientes podem ser internados voluntariamente quando o quadro clínico o justifique e este seja aceite pelo paciente. O internamento compulsivo terá lugar sempre que o paciente seja alvo de um mandado e/ou processo de internamento compulsivo por reunir as condições previstas na Lei de Saúde Mental (Lei nº.36/98 de 24 de Julho - Portugal) . Os critérios para a internamento compulsivo variam de país para país, mas em geral visam a presença de transtorno mental que coloque em risco imediato a saúde do próprio de terceiros ou a propriedade.

Quando internados os pacientes são avaliados, monitorados e medicados por uma equipe multidisciplinar, que inclui enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, médicos e outros profissionais de saúde.

Diagnósticos dos transtornos psiquiátricos

A CID-10 ou Classificação Internacional de Doenças é publicado pela Organização Mundial de Saúde e utilizado mundialmente.

Nos Estados Unidos, o sistema diagnóstico padrão é o DSM IV ou Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders revisado pela American Psychiatric Association (Associação Americana de Psiquiatria).

São sistemas compatíveis na acurácia dos diagnósticos com exceção de certas categorias, devido a diferenças culturais nos diversos países.

A intenção tem sido criar critérios diagnósticos que são replicáveis e objetivos, embora muitas categorias sejam amplas e muitos sintomas apareçam em diversos transtornos.

Enquanto os sistemas diagnósticos foram criados para melhorar a pesquisa em diagnóstico e tratamento, a nomenclatura é agora largamente utilizada por clínicos, administradores e companias de seguro de saúde em vários países.

Wikipedia

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