Em 2004, O DIA flagrou dois suspeitos rendidos e, depois, sendo carregados mortos
Em 2005, os desembargadores da Seção Criminal do Tribunal de Justiça, por sete votos a dois, concederam habeas corpus que trancou a investigação – ou seja, foi confirmada a primeira decisão de arquivamento na Justiça. Mas houve recurso do Ministério Público à Corte.
O caso ganhou repercussão
internacional. A ação ocorreu após ataque a tiros feito por traficantes
ao helicóptero Águia 1, que seguia para a Zona Norte com agentes da
Core, grupo de elite da Polícia Civil, e equipe do
DIA
, que faria outra reportagem. Na ação, a equipe registrou imagens de
Charles e Luciano vivos e rendidos por policiais que foram ao morro por
terra, em auxílio aos colegas.
Em outra sequência de fotos, a dupla
aparece baleada. À época, cinco policiais da Core foram afastados de
suas funções. O caso foi reaberto pela primeira vez em 2005 pelo então
procurador-geral em exercício Celso Fernando de Barros. Em despacho de
quatro páginas, ele afirmou que ‘da análise dos documentos juntados, é
de concluir-se pela existência de novas informações sobre o caso, com
indicação de ocorrência de possível cometimento de crime por parte de
policiais civis envolvidos na operação policial’.
Barros, que reabriu o inquérito, levou em
consideração novas informações contidas no depoimento de testemunha
apresentado pelo deputado Alessandro Molon (PT), à época da Comissão de
Direitos Humanos da Alerj, e a análise dos laudos elaborada pela perita
legista Tânia Donati Paes Rios, do Grupo de Apoio Técnico do MP, que
indicava possibilidade Charles e Luciano terem sido executados. Já o
arquivamento foi baseado na hipótese de os policiais terem agido em
legítima defesa, como foi sustentado pela então promotora Dora Beatriz
Wilson da Costa.
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