Denúncia aponta que mansão em Brasília comprada pela ministra do STF por R$ 1,7 milhão está ligada ao doleiro Fayed Traboulsi, envolvido no esquema investigado pela Operação Lava Jato; gabinete da magistrada afirma que notícia "não tem pé nem cabeça" e que negócio foi legitimado pela Caixa Econômica, que financiou o imóvel
A casa estava no nome de Andréa Filipe Ramos, casada com Alexandre Chaves Ribeiro. Os dois, de acordo com a denúncia, são laranjas de Fayed e o imóvel "deveria constar no rol de apreensões e bloqueios de bens do doleiro". O valor, segundo o texto, também é suspeito, uma vez que a casa seria avaliada por pouco mais de R$ 3 milhões no mercado imobiliário.
O próprio doleiro, segundo o blog, admitiu em depoimento à PF ser proprietário do imóvel, que era usado como "endereço de várias pessoas". Fayed foi preso em setembro de 2013 e alvo de mandados de busca e apreensão em suas propriedades da capital federal no âmbito da Operação Miqueias, que investigava fundos de previdência e pensão.
A chefe de gabinete da ministra Cármen Lúcia, Maria Cristina Petcov, contesta todas as acusações, que "não têm pé nem cabeça", e assegura que a ministra tem todos os documentos da negociação, legitimada pela Caixa Econômica Federal, responsável pelo financiamento do imóvel.
Ainda segundo informações do gabinete, a casa já havia sido financiada anteriormente pela antiga proprietária, no mesmo valor, o que reforça a legitimidade do banco pelo negócio e desmente a tese de que a casa vale quase o dobro do preço que foi pago pela ministra.
Tribunal de Justiça do DF concede liberdade a doleiro Fayed Trabousli
Fayed havia sido preso na terça-feira, depois de ser condenado por violação de sigilo e coação no curso do processo. Advogados conseguiram habeas corpus menos de 24 horas depois da prisão
Menos
de 24 horas depois de ser preso, o doleiro Fayed Antoine Trabousli
conseguiu a liberdade. A liminar para a soltura dele foi deferida no
começo da tarde desta quarta-feira (1/4) pelo desembargador Romão
Cícero, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios
(TJDFT). Fayed havia sido preso na tarde de terça-feira (31/3), no Lago
Sul, depois de ser condenado em primeira instância a seis anos de prisão
em regime fechado por violação de sigilo e coação no curso do processo.
Na mesma ação também foram condenados os delegados Paulo César
Barongeno, ex-secretário de Transportes, e Sandra Maria da Silveira. Os
três foram presos em 2013 durante Operação Infiltrados.
O pedido de habeas corpus foi feito pela equipe de advogados de Fayed no plantão do TJDF, no fim da noite de terça-feira. A defesa do doleiro classifica a prisão como absurda. Um dos defensores, Marcelo Turbay questiona o fato de o mandado de prisão do doleiro ter sido assinado um dia antes do recesso judicial, por conta do feriado da Semana Santa. “O documento foi assinado às 13h, mas o processo não teve movimentação até 18h03, logo depois que foi cumprida a prisão”, afirma Turbay, sócio no escritório do advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.
O advogado reclama ainda que não teve acesso ao processo. “Fayed foi preso sem saber os motivos da prisão. Fomos obrigados a entrar com o habeas corpus mesmo sem ter conhecimento dos termos da decisão que decretou a prisão”, questiona. Fayed respondia ao processo em liberdade e, para os advogados, ele, mesmo condenado, tem o direito de recorrer em liberdade. Ao conseguir libertar o cliente em menos de 24 horas, Marcelo Turbay comemora: A decisão é um primor, tecnicamente impecável. O desembargador Romão Cícero, com muita sensibilidade, constatou à clara obstrução ao direito de defesa e a inequívoca desnecessidade de uma prisão neste momento processual.
O pedido de habeas corpus foi feito pela equipe de advogados de Fayed no plantão do TJDF, no fim da noite de terça-feira. A defesa do doleiro classifica a prisão como absurda. Um dos defensores, Marcelo Turbay questiona o fato de o mandado de prisão do doleiro ter sido assinado um dia antes do recesso judicial, por conta do feriado da Semana Santa. “O documento foi assinado às 13h, mas o processo não teve movimentação até 18h03, logo depois que foi cumprida a prisão”, afirma Turbay, sócio no escritório do advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.
O advogado reclama ainda que não teve acesso ao processo. “Fayed foi preso sem saber os motivos da prisão. Fomos obrigados a entrar com o habeas corpus mesmo sem ter conhecimento dos termos da decisão que decretou a prisão”, questiona. Fayed respondia ao processo em liberdade e, para os advogados, ele, mesmo condenado, tem o direito de recorrer em liberdade. Ao conseguir libertar o cliente em menos de 24 horas, Marcelo Turbay comemora: A decisão é um primor, tecnicamente impecável. O desembargador Romão Cícero, com muita sensibilidade, constatou à clara obstrução ao direito de defesa e a inequívoca desnecessidade de uma prisão neste momento processual.
Fayed foi preso por policiais da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Deco), por requisição dos promotores de Justiça do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). A prisão foi decretada pela 1ª Vara Criminal de Taguatinga.
Fayed, Paulo César e Sandra Maria foram investigados na Operação Infiltrados, deflagrada em março de 2013 pela Deco e pelo MPDFT. Conhecido como Turco, Fayed foi acusado pela Polícia Civil e pelo MDFT de ter usado uma conta do Ceilândia Esporte Clube para lavagem de dinheiro.
As apurações indicaram, à época, que os delegados interferiam em investigações da corporação sobre um suposto esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro. A delegada foi denunciada ainda por desacato a um colega que estava responsável pela investigação contra o Fayed.
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