Foram registrados 739 casos suspeitos de microcefalia no Brasil em 2015. O número costumava ser de dez ao ano.
O vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti - o mesmo que transmite a dengue - foi identificado pelo Instituto Evandro Chagas, de Belém, em exames feitos em uma criança no Ceará que nasceu com microcefalia e outras doenças congênitas.
"A partir desse achado do bebê que veio à óbito, o Ministério da Saúde considera confirmada a relação entre o vírus e a ocorrência de microcefalia", diz o comunicado do ministério, afirmando ainda que as investigações irão continuar para esclarecer como é feita a transmissão do vírus, a infecção do feto e o período em que a mulher grávida está mais vulnerável. Uma análise inicial aponta para os três primeiros meses de gravidez, de acordo com a nota.
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Mortes - A chegada do vírus zika no Brasil, no ano passado, não causou grande alarme no setor de saúde do país. A doença, que causa coceiras e mal estar semelhante a uma gripe, era considerada uma parente mais fraca da dengue. Apenas após o surto de bebês com microcefalia é que o Zika vírus passou a chamar a atenção.
O ministério também confirmou duas mortes causadas pelo zika. O primeiro caso é de um homem com histórico de lúpus e de uso crônico de medicamentos corticoides, morador de São Luís, do Maranhão. O segundo, de uma menina de 16 anos, do município de Benevides, no Pará, que morreu no final de outubro.
As mortes, causadas por um vírus aparentemente fraco em adultos, causaram surpresa e serão investigadas pelo ministério. Esta semana, um grupo de técnicos do Centro de Controle de Doenças, dos Estados Unidos, chegam ao Brasil para participar das investigações, a convite do Ministério da Saúde.
Número de casos dispara - A microcefalia é uma anomalia que prejudica o desenvolvimento do cérebro dos recém-nascidos e se caracteriza pela circunferência cefálica inferior a 33 centímetros. O número de casos no país, que costumava fica em dez ao ano, disparou em 2015 para 399. Os casos foram registrados em Pernambuco (268), Sergipe (44), Rio Grande do Norte (39), Paraíba (21), Piauí (10), Ceará (9) e Bahia (8). A maior parte deles foi identificada nos últimos três meses.
Diante do avanço, o ministério tornou compulsória a notificação de casos da anomalia em todo território nacional. Dessa forma, o protocolo para identificação de bebês com o problema, desenvolvido em Pernambuco, deverá ser usado em todo o país.
(Com agência Reuters)
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