Pílulas inibidoras de apetite não são novidades. Diferentes drogas desde os anos 50 do século passado se propõem a este efeito. Qual, então, a diferença que estes novos estudos propõem? Bom, as drogas anteriores agiam basicamente de três formas: diretamente sobre o sistema nervoso para enganar o cérebro; ou aumentando o metabolismo para eliminar todos os nutrientes não utilizados pelo organismo e aqueles que alteram absorção dos nutrientes, impedindo, por exemplo, a absorção de gorduras.
Na nova linha de estudos, os hormônios teriam o mesmo efeito que as cirurgias bariátricas, quando uma espécie de bexiga é colocada no estômago para reduzir o espaço livre e, com isso, indicar para o cérebro que já se ingeriu alimento bastante. É uma técnica que tem tido sucesso na maior parte das vezes e que se espalhou por todo o mundo. A sacada dos pesquisadores foi identificar que nesse processo o organismo daqueles submetidos à cirurgia produzia três hormônios (GLP-1, OXM e PYY) que levavam ao cérebro a mensagem da saciedade.
O passo seguinte foi isolá-los e testá-los em seus pacientes, para tentar precisar qual o papel desses hormônios na perda de peso. O objetivo segundo os pesquisadores foram alcançados, mas os estudos ainda prosseguem.
Vamos aguardar para verificar qual é a real eficácia desse novo tratamento e quais serão suas restrições. Vale lembrar que há no Brasil uma verdadeira corrida por cirurgias bariátricas, com crescimento em torno de 10% anuais, atualmente são 72 mil cirurgias por ano, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) e simultaneamente também não param de subir os números dos brasileiros acima do peso, em 2012, foram 48,5%, com problemas que extrapolam para diabetes, doenças cardíacas ou câncer, por exemplo.
De qualquer forma, a prevenção contra a obesidade é o melhor caminho, com a adoção de uma dieta balanceada, com alimentos saudáveis e a prática de exercícios físicos regulares. Para a pandemia de obesidade que atinge grande parte do planeta não podemos esperar soluções milagrosas.
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