As reformas
trabalhista e previdenciária, pautas conservadoras e o programa de
privatizações de empresas públicas pelo governo de Michel Temer estão
sendo alvos de protestos de movimentos sociais, de servidores do
funcionalismo em diversas categorias e de centrais sindicais, em
capitais brasileiras nesta sexta-feira (10). Pela manhã, um carro
foi incendiado na Ponte Rio-Niterói num ato de protesto, deixando o
trânsito complicado no local. A Polícia Rodoviária Federal (PRF)
informou que manifestantes pararam o carro no quilômetro 322 Sul
(Pórtico7), sentido Rio, atearam fogo ao veículo e deixaram o local de
motocicletas. No local, havia uma faixa com os dizeres: "Podres poderes.
Trabalhador resiste". Neste sábado (11), entra em vigor a reforma
trabalhista, com novas regras para trabalhadores e empregadores. A
reforma tem gerado polêmicas e questionamentos sobre a perda de direitos
para os empregados, sobretudo em relação à mudança na qual o negociado
entre patrão e empregado terá prevalência sobre o legislado, no caso
sobre a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), conjunto de regras
sancionadas em 1943 pelo então presidente Getúlio Vargas.
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Em
São Paulo, os manifestantes fizeram a concentração na Praça da Sé, no
centro da cidade, e marcharam em direção à Avenida Paulista. A
expectativa de organizadores do ato é que o público seja ainda maior no
final da tarde. “Nós queremos construir alguma coisa que seja
equilibrada. Essa reforma é essencialmente empresarial, 117 artigos da
cartilha empresarial. Nada contra os empresários, mas não tem nenhum
artigo que tenha um foco social ou olhar sindical”, criticou o
presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah. Segundo
o dirigente sindical, a lei tem uma série de artigos que “tiram
direitos e precarizam a relação entre capital e trabalho”. Entre os
pontos apontados como mais problemáticos, Patah citou o trabalho
intermitente e o fim da homologação das demissões pelos sindicatos. O
presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas,
disse que acredita na capacidade de mobilização dos trabalhadores para
pressionar mudanças na legislação. “Mais do que nunca, acho que é
possível construirmos uma grande greve. Fizemos uma com 35 milhões de
pessoas, podemos fazer outra”, disse, em referência ao dia de
paralisações realizado em abril. Brasília Na capital
do país, cerca de 150 pessoas, segundo a Polícia Militar (PM),
participaram de uma manifestação organizada pela CUT no Espaço do
Servidor da Esplanada dos Ministérios pela manhã. Tanto a PM como os
organizadores classificaram o movimento como pacífico. “Além disso, como
não haverá deslocamento, não foi necessário usarmos maior efetivo”,
disse o sargento Franklin Lima. De acordo com o presidente da
CUT-DF, Rodrigo Brito, a ideia é montar uma “tribuna popular para as
pessoas apresentarem os pontos que consideram importantes para o
enfrentamento que em breve deve ocorrer por conta da aplicação da
reforma trabalhista e da proposta de reforma da Previdência que está em
tramitação no Congresso Nacional”. Na manifestação, a central coleta
assinaturas para um projeto de iniciativa popular que pede a revogação
da reforma trabalhista e contra a subcontratação de trabalhadores. Um
outro ato, organizado pelas demais centrais sindicais, está previsto
para o final da tarde. Segundo Brito o que levou à separação dessas
manifestações foi a discordância sobre a obrigatoriedade da cobrança do
imposto sindical. “Se é que podemos dizer que houve uma coisa boa nessas
mudanças, foi exatamente o fim do imposto sindical, porque quem deve
decidir se vai colaborar é o trabalhador, por meio de assembleias, e não
o governo”, disse o dirigente da CUT. Com Agência Brasil
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