3.20.2008

FEMARA ORAL REDUZ CHANCE DE REINCIDÊNCIA DE CÂNCER

10/03 - O uso do medicamento por via oral Femara pode reduzir significativamente a chance de reincidência do câncer de mama mesmo após um longo tempo desde a interrupção do tratamento com o bloqueador de estrógeno tamoxifen, disseram pesquisadores norte-americanos na segunda-feira. Segundo ele, mulheres já na menopausa que tomam o Femara, da Novartis, em algum momento entre um e sete anos depois de concluírem o tratamento com tamoxifen tiveram uma redução de 63 por cento na possibilidade da volta do tumor. "O que nossos resultados mostraram pela primeira vez na história do tratamento do câncer de mama é que tomar um antiestrógeno em algum momento parece resultar numa redução dramática no risco de recorrência", disse Paul Goss, do Hospital Geral de Massachusetts, cujo estudo foi publicado na Journal of Clinical Oncology. O medicamento, cujo nome genérico é letrozole, reduz em 61 por cento o risco da migração do tumor e em 80 por cento a chance de desenvolvimento do câncer na mama ilesa. O letrozole pertence a uma nova classe de medicamentos contra o câncer de mama, os inibidores de aromatase, que bloqueiam a produção do estrógeno, que pode provocar câncer. Seu uso é recomendado para mulheres que já entraram na menopausa. O principal bloqueador de estrógeno é o tamoxifen, que já demonstrou reduzir em quase 50 por cento o risco de recorrência do câncer. Mas os benefícios da pílula, vendida pelo laboratório AstraZeneca sob o nome Nolvadez (há também versão genérica), diminuem sensivelmente após cinco anos. O tamoxifen também agrava o risco de morte por derrame e câncer do endométrio. Mas mais de metade das reincidências e mortes do câncer de mama ocorrem após cinco anos ou mais depois da suspensão do tamoxifen. "O que é importante para médicos e pacientes reconhecerem infelizmente é que o risco da recorrência desse tipo de câncer de mama não termina em cinco anos", disse Goss por telefone. "O risco continua, e o benefício continua substancial mesmo iniciando tardiamente a terapia." Segundo Goss, as conclusões se baseiam em dados de 1.579 mulheres que decidiram trocar um placebo pelo letrozole após a suspensão dos testes. Esses resultados foram comparados aos de cerca de 800 mulheres que continuaram no placebo. Quase três anos após o fim do estudo, as mulheres que haviam tomado letrozole tinham uma taxa de recorrência de apenas 2 por cento; entre as demais, a reincidência subia para 5 por cento. Goss disse que o resultado é significativo e deve levar a mudanças no tratamento do câncer de mama. "O risco de que o câncer de mama hormônio-dependente reincida continua indefinidamente, e nossos resultados implicam que a inibição de aromatase é efetiva quando quer que seja iniciada", afirmou Goss, que também leciona em Harvard. Ele disse que o estudo avaliou apenas o letrozole, mas deve valer também para todos os inibidores de aromatase. A Pfizer também tem um medicamento dessa classe, o Aromasin (nome genérico: exemestane). O AstraZeneca faz o Arimidex (anastrozole). O câncer de mama é o segundo tipo de tumor mais letal para as mulheres dos EUA, após o de pulmão. Ele mata 500 mil mulheres por ano no mundo. Fonte: Reuters

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