Triste recorde para o Rio
Estado tem a maior incidência de tuberculose no Brasil, com média anual de 73 casos para cada 100 mil pessoas. Atenção básica precária é uma das causas do problema, diz ministro
Rio - O Rio de Janeiro é o estado com maior incidência de tuberculose no País. Por ano, a média é de 73,27 casos em cada grupo de 100 mil habitantes. Em todo o Brasil, são 38,2 casos para 100 mil pessoas. Os dados foram divulgados ontem pelo Ministério da Saúde durante o 3º Fórum Mundial de Parceiros Stop TB, principal evento internacional sobre iniciativas para a erradicação da tuberculose.
“No Rio, a cobertura do Programa Saúde da Família é de 3,7% da população, e por isso temos os centros de saúde esperando que os pacientes os procure, enquanto na maior parte do País a estratégia é ao contrário: as unidades vão até os pacientes”, disse o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmando que a situação crítica do Rio se deve à falta de investimento na atenção básica.
Coordenadora do Programa de Pneumologia Sanitária, Lísia Freitas explica que o desafio é fazer com que os doentes cumpram o tratamento por seis meses, tempo necessário para a cura. Quando a orientação não é seguida, o paciente pode desenvolver o tipo resistente da doença. “Quando o tratamento é seguido, as chances de cura são de 99%”, afirma.
Na Rocinha, o tratamento supervisionado conseguiu a taxa de cura de até 90%, superior à meta da OMS, de 85%. E a taxa de abandono do tratamento caiu de 20% para 4%. No local, agentes de saúde vão de casa em casa em busca de doentes e, após o diagnóstico, entregam medicação diariamente e checam se o paciente a toma. O trabalho está sendo ampliado e chegará a Madureira.
O Dia
Combate à tuberculose pode ser afetada devido à crise mundial
A tuberculose deve ser mantida na agenda política como uma "pandemia" a ser controlada, disse à Lusa Jorge Sampaio, enviado especial das Nações Unidas, alertando que a crise financeira pode atingir directamente os recursos para o combate à doença.
"É preciso manter a tuberculose na ordem do dia, na agenda política como uma pandemia que é preciso dominar, controlar e fazer inverter a tendência", afirmou o antigo Presidente português, enviado especial da ONU para o combate à tuberculose.
Sampaio está a participar do III Fórum Mundial Stop Tuberculose, que decorre esta semana no Rio de Janeiro.
Depois do HIV/SIDA, esta é a segunda doença que mais mata no mundo e, segundo Sampaio, está associada à pobreza e à exclusão social.
"Pensou-se que a tuberculose era uma doença curada há 20 ou 30 anos, mas afinal não acabou. Há países com taxas enormes", referiu, acrescentando que a situação é "preocupante" na África subsaariana.
"Lá [no continente africano] a situação é mais complexa e mais difícil", disse, referindo também países como China, Índia e Indonésia onde há elevadas taxas de incidência da doença.
"Esse combate é mundial, é uma pandemia mundial", destacou.
Para Jorge Sampaio, a primeira dificuldade no combate à doença é o acesso à informação e "a serviços médicos ou comunitários com diagnóstico rápido", defendendo ainda a necessidade de novos remédios e vacinas.
Além de um diagnóstico rápido, Sampaio defende que o tratamento seja "firme" e permanente e que haja um controlo da situação do próprio doente, pois o tratamento da tuberculose demora em média seis meses.
Todos os anos surgem cerca de nove milhões de casos de tuberculose no mundo. "Estamos a falar numa doença que hoje mata 4.500 pessoas por dia e um milhão e 600 mil por ano", alertou.
O enviado especial da ONU defende ainda que apesar da crise económica, as autoridades e a comunidade internacional devem continuar a investir no Fundo Global contra a SIDA, a tuberculose e a malária, que distribui as verbas aos países afectados.
Sampaio refere que o fundo apresenta défices para os próximos dois anos.
"É preciso mobilizar os países porque a saúde é um elemento do desenvolvimento humano fundamental, é uma questão de direitos humanos e é um bom investimento. Não podemos estar a tratar do desenvolvimento e ao mesmo tempo deixar morrer as pessoas que são fundamentais para esse desenvolvimento", disse.
Neste sentido que Sampaio afirma que o Brasil pode ter um papel importante "para liderar um processo em escala mundial de sensibilização", dado o "grande sucesso" na luta contra o HIV, base dos método utilizados para o combate à tuberculose.
O III Fórum de Parceiros Stop TB é o principal evento mundial de discussão de iniciativas sobre como acabar com a incidência da tuberculose.
Fonte: RTP
Brasil terá novo medicamento contra tuberculose
Rio - O Sistema Único de Saúde (SUS) terá, no segundo semestre deste ano, um novo remédio para o tratamento da tuberculose. O anúncio foi feito nesta segunda pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, na abertura do 3º Fórum Mundial Stop TB, no Centro de Convenções Sul-América, na Cidade Nova, no Rio. Esta é a principal reunião internacional para discutir a redução e a erradicação da doença no mundo
O medicamento é o TFC (dose fixa combinada), conhecido como quatro em um. A droga reduz de seis para dois comprimidos a dose diária utilizada atualmente no tratamento da doença.
Segundo o ministro, o novo esquema terapêutico é mais barato, facilita a adesão do paciente e o combate à multi-resistência do bacilo de Koch, bactéria que provoca a maioria dos casos de tuberculose. O tempo de duração do tratamento e os efeitos colaterais continuam similares. Hoje, 8% das pessoas que começam o tratamento abandonam antes da cura.
Fonte: Terra
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