Enquanto exercícios moderados promovem benefícios substanciais à saúde, exercícios intensos podem se relacionar com inúmeros efeitos deletérios a saúde feminina. Muitas atletas desenvolvem desordens alimentares, amenorréia (ausência de menstruação) e osteoporose prematura com a prática intensa de exercícios. Este fato é tão comum que o American College of Sports Medicine o denominou como a “Tríade da Mulher Atleta” (TMA) A TMA provavelmente ocorre em decorrência de uma nutrição inadequada combinada ao treinamento excessivo pelo qual as atletas são submetidas. Muitas jovens atletas acabam por desenvolver desordens alimentares em consequência à rígida rotina a qual são submetidas, se sentindo controladas em muitos aspectos. Evidências mostram que muitas aderem a dietas com baixa quantidade de gordura, as quais influenciam o ciclo menstrual, tornando-o mais escasso. Além disso, atletas com ingestão calórica insuficiente tendem a apresentar baixos níveis de T3 e níveis elevados de cortisol, que também interferem de forma negativa no padrão menstrual.
Vários mecanismos têm sido descritos para explicar esse fenômeno e, um dos mais importantes se refere à liberação de opioides endógenos, como as beta endorfinas, com a prática intensa de exercícios. Atletas de alto rendimento liberam grande quantidade de beta endorfinas, as quais influenciam uma diversidade de funções hipotalâmicas, favorecendo alterações na regulação da reprodução, implicando em distúrbio menstrual caracterizado pela diminuição de estrogênio e progesterona.
A produção adequada de estrogênio e progesterona se faz necessária para manter a integridade mineral do osso. O estrogênio atua beneficamente no osso por meio de vários mecanismos que resultam numa ação anti-reabsortiva. A progesterona também age na formação óssea, influenciando a atividade osteoblástica.
Os efeitos benéficos do exercício, portanto, podem ser perdidos nas atletas que desenvolvem amenorréia. Diminuição crônica de estrogênio, que é observada nas mulheres que não possuem um padrão adequado de menstruação, acarreta retardo na maturação de centros ósseos na coluna e predispõe à instabilidade vertebral e curvatura. Foi constatado que a osteoporose prematura em jovens atletas pode ser irreversível mesmo com suplementação de cálcio, reinício da menstruação e terapia de reposição de estrogênio.
Para atletas portadoras de uma ou mais desordens da tríade, o primeiro passo para se contornar tal situação é atingir o peso corporal ideal ou a porcentagem ideal de gordura corporal. A efetividade da intervenção dietética, entretanto, pode ser limitada para atletas que possuem história de desordem alimentar ou que possuem hábitos alimentares pouco saudáveis. Nutricionistas, profissionais de educação física e psicólogos devem atuar em conjunto no tratamento da TMA.
Sua Dieta
Nenhum comentário:
Postar um comentário