Novos aparelhos prometem aumentar o gasto calórico e potencializar os resultados dos treinos
Monique Oliveira
Aumentar o gasto calórico no menor tempo possível, trabalhar todos
os grupos musculares – sem impacto sobre as articulações – e saber
exatamente onde está a gordura são alguns dos sonhos da maioria dos
praticantes de atividade física. Uma pesquisa recém-divulgada pela
Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, revela que muitos desses
anseios serão contemplados pelas principais tendências que dominarão as
academias no próximo ano. Os cientistas ouviram mais de três mil
profissionais da área e concluíram que entre os dez mais importantes
caminhos dos treinos para 2013 estão as atividades indicadas para a
perda de peso, o fortalecimento dos músculos, especialmente os do
abdome, e as voltadas para assegurar ao corpo a capacidade de realizar
os movimentos exigidos no dia a dia (os chamados exercícios funcionais).
No Brasil, algumas das novidades alinhadas com esses conceitos já
desembarcaram nas academias ou estão bem próximas de chegar. Uma delas é
a Gaiola Funcional. Trata-se de um espaço de oito metros quadrados com
capacidade para até dez pessoas. Tem 12 acessórios (entre eles
mini-trampolim e barras suspensas) que permitem a realização de um
circuito completo em 45 minutos. “Nessa estrutura, pode-se trabalhar
salto e fazer exercícios com seu corpo em suspensão, o que aumenta a
resistência muscular”, diz o personal trainer César Lobão, da rede de
academias Pelé Club, em São Paulo, uma das que já usam o equipamento.
Também o Rip Trainning, que vem sendo adotado nas academias do País,
encaixa-se na tendência do fortalecimento muscular e de desenvolvimento
da funcionalidade do corpo. Com um aparelho na forma de uma barra e
elástico, um circuito de força, estabilidade e coordenação foi criado
por Pete Holman, lutador americano de tae kwon do, arte marcial que
inspira o treino. A ideia do Rip Trainning é simular a mesma carga
assimétrica e instabilidade encontradas nas atividades cotidianas. O
treino também apresenta movimentos da natação, remo e corrida, tudo no
ritmo concentrado e preciso do taekwondo.
Para atender à demanda de queima calórica alta, uma das novidades é a
bicicleta embaixo d’água – a hidrobike. O aparelho oferece gasto
energético de até 700 calorias em 45 minutos de aula. E ainda promete
apresentar menos impacto às articulações e maior trabalho de força dos
membros inferiores quando comparado à bicicleta de solo. “O gasto
calórico e o fortalecimento muscular podem até ser maiores pela
resistência da água”, explica o fisioterapeuta Guilherme Namur, diretor
clínico da Acquaterapia, em São Paulo. A bicicleta também é indicada
para pessoas com sobrepeso, que têm maior risco de fraturas, e atletas
em recuperação que precisam manter o condicionamento físico.
Um simulador de escadas, considerado uma evolução da esteira e da
bicicleta ergométrica, deve chegar às academias com proposta semelhante.
Ele funciona como uma esteira contínua inclinada com degraus dotados de
carga. Além de grande gasto calórico (que pode chegar a 600 calorias em
40 minutos), o simulador trabalha pernas e glúteos e traz treinos
pré-programados divididos em níveis de dificuldade. “A pessoa também
pode avaliar o seu condicionamento físico por meio do software”, explica
Ricardo Faiock, consultor da Johnson Health Tech, empresa que está
trazendo o equipamento para o Brasil.
Bem sofisticado, o AllbodyScan rastreia o corpo inteiro para
identificar a porcentagem de gordura e músculos e fornece um modelo 3D
das medidas, com absoluta precisão. Apresentado recentemente, o sistema é
resultado de um projeto pioneiro desenvolvido pelo Instituto de
Ciências Matemáticas e Computação da Universidade de São Paulo, campus
de São Carlos. As informações por ele obtidas podem servir para
acompanhar a evolução do treino e fornecer dados que contribuam para a
escolha de outras intervenções, caso seja necessário. Mais uma aplicação
é a análise detalhada da postura. “É um projeto de mais de dez anos”,
conta o pesquisador Mario Gazziro, um dos criadores do equipamento. “Mas
precisávamos de máquinas mais potentes e precisas para colocá-lo em
prática. Agora conseguimos”.
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