1.11.2014

Animais tomam 'sorvete' para encarar dias de calor

Biólogos fazem cubos de gelo com frutas ou carne para os animais.
Verão traz mudança no comportamento nos mais de 100 animais.

Do G1 Santos
Onça toma 'sorvete' debaixo de sol (Foto: Mariane Rossi/G1)Onça toma 'sorvete' debaixo de sol (Foto: Mariane Rossi/G1)
As altas temperaturas registradas neste verão na Baixada Santista, no litoral de São Paulo, têm mudado a rotina de vários animais que vivem no Parque Ecológico Voturuá, em São Vicente. Alguns deles chegam até a ganhar 'sorvete' para se refrescarem e aguentar os dias mais quentes do ano.
Macacos-prego tomam 'sorvete' de banana (Foto: Mariane Rossi/G1) 
Macacos-prego tomam 'sorvete' de banana
(Foto: Mariane Rossi/G1)
No zoológico de São Vicente vivem cerca de 100 animais de 23 espécies diferentes. Segundo Carla Cerqueira, bióloga do parque, as aves e os macacos são os que mais sofrem com as altas temperaturas no verão e, por isso, recebem tratamento especial. "Borrifamos água nos locais, aumentamos a quantidade de frutas, e sempre trocamos a água mais de uma vez por dia no calor" diz ela. A quantidade de rações e alimentos calóricos também é reduzida.
Os primatas, como os macacos-prego, recebem sucos de frutas mais refrescantes. Além disso, os biólogos, veterinários e cuidadores dos animais preparam 'sorvetes'. Eles cortam frutas em pequenos pedaços e colocam em formas no congelador. Depois de um dia, os cubos de gelo com frutas estão prontos para serem servidos aos animais. Com suas pequenas garras, os macacos e os quatis ganham o sorvete de banana, manga e mamão.
Onça pintada se refresca com 'sorvete' de carne (Foto: Mariane Rossi/G1) 
Onça pintada se refresca com 'sorvete' de carne
(Foto: Mariane Rossi/G1)
Segundo a bióloga do local, há animais que conseguem lidar melhor com o calor, como o hipopótamo, os leões e as onças que estão geneticamente acostumados com o clima quente da África. Mesmo assim, os carnívoros também recebem um picolé, proporcional ao tamanho deles. Dentro do enorme cubo de gelo, em vez de frutas, os biólogos colocam carne crua. Assim, as onças e os leões se deliciam embaixo do sol.
Nos tanques dos jabutis, que ficam expostos ao sol, os cuidadores colocam cubos de gelo em vez de água. O calor faz com que eles derretam rapidamente e a água fique bem fresca durante alguns minutos. Assim, os animais dividem o tempo entre ficar na água e permanecer na sombra.
Já o hipopótamo Ramon, uma das maiores atrações do parque, aproveita os dias quentes para ficar na água gelada do grande tanque. “Ele fica o tempo todo dentro da água, que é uma piscina que fica fresquinha. No momento que a gente dá a melancia, ele sai da água e acaba interagindo mais com o público”, comentou a bióloga. Em um dia de verão, Ramon come uma melancia inteira, um de seus ‘pratos’ preferidos.
Bióloga de São Vicente oferece melancia ao hipopótamo Ramon (Foto: Mariane Rossi/G1) 
Bióloga de São Vicente oferece melancia ao hipopótamo Ramon (Foto: Mariane Rossi/G1)
Os animais em tratamento ou que estão no setor extra, para serem destinados a outros parques, não ficam em contato com o público, mas também precisam de atenção. "O cuidado com eles tem que ser redobrado", explica Carla.
A bióloga diz que, assim como os humanos, os animais também mudam o comportamento nas estações. “Eles ficam mais apáticos, mais quietos, já não querem interagir entre eles, se escondem mais. O intuito de fazer essas coisas é para refrescar e também para que o público possa vê-los”, finaliza ela.
Visitantes observam os leões, em São Vicente (Foto: Mariane Rossi/G1) 
Visitantes observam os leões, em São Vicente (Foto: Mariane Rossi/G1)

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