1.11.2014

Excesso de bagunça causa estresse, irritação e falta de concentração

Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. afirma que  o excesso de estímulo visual, como o da bagunça, atrapalha a nossa capacidade de prestar atenção em uma atividade só.
O estudo foi realizado graças a uma parceria entre o Instituto de Neurociência e o Departamento de Psicologia da universidade e mostrou que o ambiente bagunçado também limita a capacidade do nosso cérebro de processar informações e guardá-las na memória. Essa condição leva ao estresse, à distração e à irritação. 

Esses eram os sintomas que a empresária Juliana percebia ao procurar uma roupa para ir trabalhar. Com metade das peças em caixas, ela até tentava encontrar uma blusa que combinaria com a calça, mas surgia uma saia no meio e ela acabava se esquecendo da tal blusa. O que ficava era a frustração e o cansaço quando o dia estava apenas começando.

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Mesa bagunçada Orlando/UOL
 
"A energia que a bagunça exige do nosso cérebro acaba por cansá-lo mais rápido", afirma a psiquiatra e psicoterapeuta Luciana Gioia de Deus, especialista pela Associação Brasileira de Psiquiatria. A médica usa como exemplo o próprio processo de se vestir.
"Em um guarda-roupa bagunçado, a gente olha, mas não consegue encontrar com facilidade aquilo que procura. Se, ao contrário, estiver tudo arrumado, é só bater o olho que o cérebro já localiza e decide o que vestir. É uma economia de energia cerebral que pode ser aproveitada em outras atividades do dia a dia", compara.
 
Essa relação entre bagunça e concentração vale tanto para o ambiente doméstico quanto o profissional. A diferença, no caso do escritório, fica por conta da maior exigência de produtividade.
"Quanto mais estímulo visual, mais dificuldade o cérebro vai ter de se concentrar no que é mais importante na ocasião. Não precisa nem ser o ambiente de trabalho todo. A mesa já pode ser suficiente para atrapalhar", diz o psiquiatra Duílio Antero de Camargo, coordenador do Grupo de Saúde Mental e Psiquiatria do Trabalho do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.
 
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Mesmo que existam pessoas que digam "da minha bagunça eu entendo" ou "eu sei onde está qualquer coisa que precisar", o psiquiatra explica que, como o ambiente de trabalho é coletivo, mesmo que a sua bagunça não atrapalhe o dono dela, o colega ao lado pode ser prejudicado sem se dar conta disso.

Ele fala, ainda, que essa perturbação não se limita a encontrar um objeto específico no meio da desordem, mas o fato de que a bagunça em si é o que causa da poluição visual e, consequentemente, da distração.

Ordem na bagunça

Depois de meses com caixas distribuídas por cômodos da casa, a empresária Juliana decidiu que era hora de colocar ordem na bagunça. A missão era se livrar do excesso e fazer tudo caber no guarda-roupa da casa nova.
"Mesmo ainda estando no meio do meu processo de reorganização, saber onde está cada coisa já facilita e me livra do estresse matinal ao me vestir. Hoje, consigo bater o olho e saber tudo o que tem no armário e saber o que eu quero".
 
"Organização é sinônimo de qualidade de vida", diz a organizadora pessoal Valéria Duarte. Segundo ela, o mais comum é a pessoa não saber por onde começar. "Faltam concentração e plano de ação, além do conhecimento das técnicas e das ferramentas certas para colocar tudo no lugar; não só de uma de forma otimizada, mas que a própria pessoa possa mantê-la no dia a dia", diz Valéria. Mas, segundo ela, o esforço vale a pena: "O ganho de tempo e qualidade de vida são os principais benefícios", incentiva a organizadora. 

Thinkstock

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