Aumenta-se a percepção da corrupção quando ela é combatida
Desde o mandato do ex-presidente Lula, o governo tem tornado "nua" a
corrupção e criado mecanismos para combatê-la. O ministro da
Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta quarta-feira (27) que é
possível investigar e punir empresas envolvidas em escândalos de
corrupção sem que haja prejuízo à economia do país. Segundo ele, o
combate à corrupção é indispensável e o trabalho deve ser feito com
autonomia. O ministro disse também que o governo tenta impedir que a
sociedade "pague a conta" dos atos criminosos. Cardozo destacou
que “a exemplo de todos os outros países do mundo”, as investigações não
podem atrapalhar a economia. “Temos clareza que a sociedade jamais deve
ser penalizada do ponto de vista econômico. Não é justo que a sociedade
pague a conta pelos atos de alguns, que devem ser punidos", disse
durante lançamento da segunda etapa de consulta sobre o Marco Civil da
Internet. “A sociedade jamais deve ser penalizada do ponto de vista econômico", disse Cardozo"O
governo tem posição clara para que se evite que essas empresas, que
podem continuar atuando e podem ser importantes para a economia do país,
tenham suas atividades atingidas", acrescentou. Tumor Sobre
o relatório anual da organização Transparência Internacional divulgado
esta semana que aponta o aumento da percepção da população sobre a
corrupção no país após denúncias na Petrobras, Cardozo voltou a comparar
a corrupção a um tumor. "Os governos Lula e Dilma não agiram para
esconder o tumor, mas para expô-lo. Esse é um ônus que todos correm
quando a corrupção é descoberta. Ou seja, aumenta-se a percepção da
corrupção quando ela é combatida. Quando as pessoas acobertam a
corrupção, a percepção é de que ela não existe. A corrupção é percebida
porque o governo não se acumplicia com a corrupção". No levantamento, o Brasil aparece na 76ª posição, queda de sete posições no índice que inclui 168 países. O ranking é
liderado pela Dinamarca. Os países latino-americanos considerados menos
corruptos, segundo o relatório, são Uruguai (21ª), Chile (23ª) e Costa
Rica (40ª). Lava Jato Cardozo não comentou a 22ª fase
da Operação Lava Jato - denominada Triplo X - deflagrada hoje pela
Polícia Federal. "A PF executa mandados hoje e não sei se já houve
levantamento de sigilo sobre operação, portanto, não farei comentários
sobre a operação em execução hoje. O que posso dizer é que a Polícia
Federal está cumprindo o que foi determinado pelo Judiciário", disse. Nesta
etapa, segundo a Polícia Federal, está sendo apurada "a existência de
estrutura destinada a proporcionar a investigados na operação policial a
abertura de empresas off shorese contas no exterior para ocultar
ou dissimular o produto dos crimes de corrupção, notadamente recursos
oriundos de delitos praticados no âmbito da Petrobras". Na operação de
hoje, cerca de 80 policiais federais cumpriram 15 mandados de busca e
apreensão, seis mandados de prisão temporária e dois de condução
coercitiva nas cidades de São Paulo, Santo André (SP), São Bernardo do
Campo (SP) e Joaçaba (SC).
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