Na verdade, não sei muito bem quem sou.
Sei que sou o que sinto, do tamanho do que sinto.
Sinto-me viver vidas alheias.
Sinto as dores de quem nem está sentindo, mas eu sinto.
Sou o correr de uma lágrima, antes mesmo de chorar.
Sou um aglomerado de emoções.
Sou lamentos dos meus sofrimentos.
Sou pensamentos e pensamentos.
Sou reflexo das minhas atitudes.
Sou momento.
Sou o esquecer e o lembrar.
Sou a indagação da vida, sou ferida.
Sou o defender, o acusar.
Sou o conhecer do eu diferente.
Sou valente.
Eu sou transformação.
Sou a pessoa mais solitária do mundo,
Mas que nunca fica sozinha.
Sou a pessoa mais forte do mundo.
Mas que está sempre com medo.
Sou o exaltar das minhas realizações.
Sou mãe, sou filha, sou avó.
Sou o encontro de mim, comigo mesmo.
Sou o que sou, me orgulho muito de tudo que sou.
Enide Santos
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