TSE avalia se responsabilidade de Dilma pode ser atribuída a Temer
O
presidente to Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar
Mendes, afirmou nesta quarta-feira (16) que o órgão ainda avalia se a
responsabilidade atribuída à ex-presidente Dilma Rousseff na prestação
das contas eleitorais de 2014 pode ser compartilhada pelo atual
presidente Michel Temer, então candidato a vice. De acordo com o
ministro, o processo que pede o desmembramento das contas de Dilma e
Temer ainda está na fase de instrução. “O relator está ainda
trabalhando, ouvindo pessoas e juntando provas, quebrando sigilos. Então
vamos aguardar que ele traga o processo para julgamento, para que nós
possamos fazer essa avaliação.”
"Ninguém vota pra presidente nem pra vice-presidente de forma independente", disse o ministroMendes ressaltou que a campanha
à Presidência é única. “É claro que recursos da campanha da candidata
foram utilizados na campanha do vice, e nem poderia ser de outra
maneira. Ninguém vota pra presidente nem pra vice-presidente de forma
independente, embora eles possam estar em lugares separados e terem
eventos autônomos”, explicou. Atualmente,
o TSE avalia quatro processos que pedem a cassação da chapa Dilma-Temer
eleita em 2014. A defesa de Temer pede que as prestações de conta do
PMDB sejam analisadas separadamente. O relator do processo é o ministro
Herman Benjamin e o tribunal não tem data prevista pra julgamento. Contabilidade pública Em palestra
na assembleia anual da Federação Internacional de Contadores (IFAC),
Gilmar Mendes citou o caso do impeachment de Dilma Rousseff como exemplo
de respeito às normas fiscais no setor público. Para le, o respeito à
Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) foi essencial no processo de
impedimento de Dilma. O ministro reconheceu contudo que existem
muitas dificuldades para estruturar o sistema público de contabilidade e
afirmou que a sustentabilidade dos direitos sociais estabelecidos na
Constituição depende da respeitabilidade dos limites fiscais. No
evento, representantes de 130 países discutiram o alinhamento do Brasil a
normas internacionais de contabilidade, como a obrigatoriedade do
contador de reportar situações que descumprem as leis e regulações
fiscais. Segundo o Instituto dos Auditores Independentes do
Brasil (Ibracon), a LRF não é cumprida com rigor pelos entes
governamentais da União, dos estados e dos municípios, uma vez que
rodovias, parques, terrenos, bens de infraestrutura e dívidas podem não
estar devidamente registrados no balanço patrimonial. A Secretaria
do Tesouro Nacional emitiu uma portaria que estabelece a adoção das
normas internacionais para todos os agentes da administração pública até
2021. Para o presidente do Ibracon, Ibésio Coelho, os últimos
acontecimentos políticos no Brasil podem incentivar a adoção das normais
internacionais que visam melhorar o controle fiscal no país. “As
normas internacionais tem melhor qualidade e permitem maior
comparabilidade. Elas dão mais transparência na gestão da coisa pública
e, quando adotadas, podem trazer muitos benefícios para a comunidade”,
disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário