2.13.2017

New Yorker diz que Brasil está à beira de “novas explosões”



247 - O jornal norte-americano The New Yorker destacou na sexta-feira, 10, a crise política e social que vive o Brasil nos últimos dias, com a grebe branca de policiais militares no Espírito Santo. 
Reportagem do jornalista e escritor Jon Lee Anderson mostra como a luta de classes simbolizada na greve da PM retrata como o Brasil está caminhando para o retrocesso na conquista de vários direitos sociais adquiridos nos últimos 13 anos. 
"Mesmo com a polícia no trabalho, e na melhor das épocas, o Estado de Direito é um conceito relativo no Brasil. O país tem dramáticos desequilíbrios econômicos e sofre de taxas extremamente altas de crimes violentos. Os policiais do Brasil são freqüentemente corruptos e violentos. Em muitas partes do país, a polícia opera grupos paramilitares não-oficiais que executam execuções e ganham dinheiro com o crime organizado. A taxa de homicídios do país, de cerca de vinte e cinco por cem mil, está entre as mais altas do mundo. (Em contraste, a taxa dos Estados Unidos é de cerca de quatro por cem mil)", compara. 
Lee Anderson faz um retrospecto do Brasil desde o golpe parlamentar que retirou a presidente Dilma Rousseff do poder. "Ao assumir o cargo, Temer e seus aliados se moveram rapidamente para desfazer o legado de treze anos de governo do Partido dos Trabalhadores, de Rousseff e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, que supervisionou os anos do país como um dos maiores exportadores de petróleo e commodities No auge do boom das despesas da China. O Brasil se tornou uma nação bric e um jogador global, enquanto em casa, um programa popular, Bolsa Família, levantou cerca de quarenta milhões de brasileiros da extrema pobreza. A maioria desses ganhos está agora em risco, com o governo de Temer instituindo medidas de austeridade e um congelamento de vinte anos em todos os gastos sociais", afirma. 
"Com seu berço social em ruínas, o Brasil tem todos os ingredientes para mais explosões por vir", acrescenta o jornalista. 
Leia reportagem do The New Yorker na íntegra em inglês. 

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