Em carta à Folha de S. Paulo, o grupo Odebrecht acusou o
jornal de manipular informações e distorcer a verdade em reportagem que
diz que os demais delatores guardam "mágoa" do então presidente da
Odebrecht por ser responsabilidade dele a inclusão dos executivos na
lista de investigados da Operação Lava Jato; empresa destaca que a
reportagem é frágil e as próprias informação colhidas dentro da empresa
mostram a manipulação de informação; "Não é verídico que haja conflitos
entre integrantes ou ex-integrantes relativos a este tema, como fazem
supor as fontes da matéria", afirmou a empresa
Em reportagem publicada nesta segunda-feira (13), por exemplo, o jornal veiculou que os demais delatores guardam "mágoa" do então presidente da Odebrecht por ser responsabilidade dele a inclusão dos executivos na lista de investigados da Operação Lava Jato.
O diário atribuiu, ainda, a Marcelo que ele seria o grande comandante do suposto esquema de corrupção, envolvendo a estatal brasileira Petrobras e a empresa. "Em conversas reservadas, executivos e ex-executivos alegam que somente cumpriam ordens dele sobre decisões envolvendo pagamentos de vantagens a políticos", disse o jornal, de forma vaga.
Em resposta, o grupo Odebrecht enviou uma carta à Folha de S. Paulo, desmentindo as afirmações e publicação, que não traz uma sequer fonte aberta: a Odebrecht assinou os acordos de delação e leniência com a Lava Jato de forma "espontânea e voluntária", disse.
A empresa destaca, ainda, que a reportagem é frágil e as próprias informação colhidas dentro da empresa mostram a manipulação de informação. "Não é verídico que haja conflitos entre integrantes ou ex-integrantes [do grupo] relativos a este tema, como fazem supor as fontes da matéria", publicou.
Disse que, devido ao sigilo dos acordos com a Procuradoria-Geral da República e o trânsito da leniência, não pode se manifestar sobre "temas específicos como os mencionados na reportagem", mas que esses assuntos serão esclarecidos de forma maior no futuro.
"O procedimento de homologação das colaborações das pessoas físicas já está concluído e nele foi confirmado pelo STF que todos os relatos foram feitos de forma espontânea e voluntária. Sendo assim, e baseado em informações colhidas pela empresa internamente, não é verídico que haja conflitos entre integrantes ou ex-integrantes relativos a este tema, como fazem supor as fontes da matéria", afirmou a Odebrecht.
A empreiteira lembra ainda que "todos na empresa estão imbuídos deste espírito, com o objetivo de ajudar a reformar as relações entre as empresas e o Poder Público".
Por fim, a nota faz um alerta à Folha de S. Paulo, na contramão de sua tentativa de menosprezar Marcelo Odebrecht e, respectivamente, o teor dos acordos e das delações, que irão trazer muitas revelações:
"Importante também ressaltar, conforme tem afirmado o MPF em suas manifestações, que as colaborações das pessoas físicas e o acordo de leniência têm alta relevância pública, devido ao valor dos fatos e dados apresentados pela Odebrecht, que contribuem para a continuidade e aprofundamento das investigações em curso", concluiu a empresa.
Leia, abaixo, a carta enviada:
O acordo de leniência firmado pela Odebrecht junto ao Ministério Público Federal (MPF) teve como ponto de partida os fatos apresentados espontaneamente nas colaborações das pessoas físicas (executivos e ex-executivos). Mas o objetivo da leniência é coletivo, não individual. Todos na empresa estão imbuídos deste espírito, com o objetivo de ajudar a reformar as relações entre as empresas e o Poder Público. Com esta mudança de atitude e baseado no Compromisso Público de Ética, Transparência e Integridade, a empresa está buscando recuperar a confiança da Sociedade. Além disso, a Odebrecht já vem há tempos implantando as melhores práticas de governança e conformidade –que inclusive estarão sob escrutínio de monitor independente, por um período de três anos.
O procedimento de homologação das colaborações das pessoas físicas já está concluído e nele foi confirmado pelo STF que todos os relatos foram feitos de forma espontânea e voluntária. Sendo assim, e baseado em informações colhidas pela empresa internamente, não é verídico que haja conflitos entre integrantes ou ex-integrantes relativos a este tema, como fazem supor as fontes da matéria.
Em virtude do sigilo previsto no acordo com o MPF, a Odebrecht tem limitações para se pronunciar publicamente sobre o teor das colaborações das pessoas físicas e da leniência firmada pela empresa. Esta restrição impede que a empresa se pronuncie inclusive sobre temas específicos como os mencionados na reportagem em referência. A Odebrecht, porém, acredita no esclarecimento maior dos fatos no futuro.
Importante também ressaltar, conforme tem afirmado o MPF em suas manifestações, que as colaborações das pessoas físicas e o acordo de leniência têm alta relevância pública, devido ao valor dos fatos e dados apresentados pela Odebrecht, que contribuem para a continuidade e aprofundamento das investigações em curso.
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