- A presidente deposta pelo impeachment em 2016, Dilma Rousseff, comparou candidaturas apolíticas que têm surgido no Brasil com os tecnocratas construídos durante a ditadura militar a partir da "noção de que tinha de se higienizar a política".
Em resposta à pergunta de uma estudante brasileira após uma palestra na Universidade George Washington (assista aqui), na capital dos Estados Unidos, sobre o que pensa de campanhas de "pessoas famosas", como João Doria e Luciano Huck, nesta terça-feira 18, Dilma disse considerar "lamentável" que projetos apolíticos surjam como consequência da "despolitização da sociedade".
"Eu acho que qualquer proposta apolítica é tecnocrática. O que é ser tecnocrata? [...] Ele surge com a ditadura. Ele é um produto direto da ditadura. Eles constroem a noção de que tinha de se higienizar a política", disse.
"E, ao higienizar a política, se criam os grandes técnicos, acima do voto direto, das carências da democracia, da incapacidade do nosso povo de ser mestre de si mesmo. O tecnocrata vinha decidir e fazer as escolhas políticas adequadas e a gestão adequada da atividade econômica, da atividade administrativa. Agora, surgiu um outro tipo, ou dois tipos", acrescentou, traçando em seguida um perfil de cada nome citado:
"...Economia, no sentido do empresário, é cuidar de si mesmo, dos seus interesses. Não necessariamente uma pessoa que cuida de si mesmo com eficiência, dos seus interesses, será uma pessoa que corresponderá aos anseios do seu povo", afirmou sobre o prefeito de São Paulo, João Doria.
Sobre Huck, disse: "As pessoas confundem auditório de um show de mídia com a solução dos problemas sociais. [...] Eu fui lá, chamei uma senhora, trouxe no meu programa, resolvi o problema dela. Veja como eu sou competente. Vá resolver o problema de 56 milhões de pessoas pra ver se é assim, com essa facilidade!".
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