Em entrevista concedida à TV 247 antes da aprovação da reforma
trabalhista, o deputado Carlos Zarattini, líder do PT na Câmara, fala
sobre a crise do país e faz um balanço do Partido dos Trabalhadores; diz
que o partido está organizado para combater a reforma da Previdência e
que vai atuar junto aos eleitores dos parlamentares da base do governo golpista,
para cobrar "em cada lugar, em cada canto", que eles votem de acordo com
o interesse da população; para ele, políticos como Rodrigo Maia,
Eunício Oliveira e Romero Jucá "só irão sustentar este governo enquanto
tiverem apoio da elite que bancou o golpe"; na avaliação do petista, em
qualquer das áreas em que atua, Temer favorece os interesses do capital
estrangeiro e compromete a soberania do país
Mencionando Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, Eunício Oliveira (PMDB-CE), presidente do Senado, e Romero Jucá (PMDB-RR), Zarattini revela que os "corifeus" de Temer dizem pelo Congresso que "só irão sustentar este governo enquanto tiverem apoio da quadrilha que sustentou o golpe."
Lembrando a derrota histórica de 2016, Zarattini faz uma avaliação dura. Diz "que o PT não saiu enfraquecido das eleições municipais. Entrou enfraquecido. Antes das eleições, perdeu metade dos prefeitos e metade dos vereadores", ficando na posição de um time de futebol que, em vez de entrar em campo com "onze jogadores, entrou só com cinco."
Para o deputado, seja no debate sobre energia, com a mudança no pré-sal, na política de comunicações, com a proposta de privatização do satélite brasileiro ou na venda de terras para estrangeiros, o governo Temer favorece os interesses do capital estrangeiro e compromete a soberania do país.
"Qualquer pessoa que pensa o futuro sabe que um país não tem condição de se desenvolver sem um mínimo de soberania", avalia. Lembrando que em nenhum país do mundo os estrangeiros têm direito a propriedade da terra, ele explica o que está em jogo: "a segurança alimentar. E quem fala de terra também fala de águas".
Ele acusa os ruralistas de só apoiar a mudança porque estão de olho no dinheiro que poderão ganhar com a venda de suas terras e se tornarem rentistas. Ironizando, lembra que, depois de ter industriais que não têm indústria, "vamos ter ruralistas sem terras".
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