Senador Aécio Neves (PSDB-MG) se tornou réu por corrupção e tentativa de obstrução à Justiça
    Marcos Oliveira/Agência Senado - 22.11.17
    Senador Aécio Neves (PSDB-MG) se tornou réu por corrupção e tentativa de obstrução à Justiça

    O empresário Joesley Batista, um dos sócios do grupo JBS, afirmou em seu 
    acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) 
    que pagou uma espécie de 'mesada' no valor de R$ 50 mil ao  senador 
    Aécio Neves (PSDB-MG) ao longo de dois anos, entre 2015 e 2017.
     A informação é do jornal Folha de S.Paulo .
    De acordo com o relato de Joesley, os pagamentos eram feitos por meio 
    de transferências da JBS a uma rádio de Belo Horizonte da qual 
    Aécio Neves era sócio. O empresário disse aos investigadores que o
     próprio senador solicitou esse recurso durante um encontro entre os
     dois no Rio de Janeiro. Segundo reportou a Folha , Joesley disse à PGR que 
    Aécio pretendia utilizar esse dinheiro no "custeio mensal de suas despesas"
    As afirmações do empresário foram cimentadas pela entrega de 16 notas fiscais,
     cujos valores somam R$ 864 mil, que indicam a prestação de 
    "serviço de publicidade" da rádio Arco Íris, afiliada da Jovem Pan na
     capital mineira, à rede de frigoríficos JBS.
    Joesley disse aos investigadores que não tem certeza se algum serviço 
    efetivamente foi prestado, mas salientou que seu objetivo com os pagamentos 
    era somente o repasse dos R$ 50 mil mensais a Aécio.
    A primeira nota fiscal entregue por Joesley Batista à PGR data de 
    julho de 2015, enquanto a última delas foi emitida em junho do ano passado.
     Nessa data, a relação de Aécio com o empresário já havia se tornado 
    pública devido ao vazamento de gravações feitas por Joesley. O caso
     chegou a provocar a suspensão do mandato de Aécio como senador 
    por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin. 

    Aécio réu

    A delação de Joesley foi ponto de partida para Aécio se tornar réu por 
    corrupção e tentativa de obstrução à Justiça, conforme determinou a Primeira
     Turma do STF nesta semana. A primeira acusação trata de episódio
     no qual Aécio recebeu, por meio de seu primo Frederico Medeiros, 
    empréstimo de R$ 2 milhões de Joesley para supostamente arcar 
    com sua defesa na Operação Lava Jato.
    Já em relação ao crime de obstrução à Justiça, a PGR mencionou 
    na denúncia conversa gravada na qual Aécio cita a Joesley a existência 
    de suposta estratégia para direcionar as distribuições de inquéritos 
    da Lava Jato para delegados pré-selecionados na Polícia Federal.
     Também é apontada na denúncia "intensa atuação nos bastidores
     do Congresso Nacional" por parte do senador para impedir o
     avanço das investigações e a punição de políticos.
     À Folha , a defesa de Aécio Neves negou que o senador tenha 
    solicitado 'mesada' de Joesley. O advogado do tucano confirmou
     que houve pagamentos da JBS à rádio Arco Íris – da qual o tucano já não é mais sócio –, mas garantiu que trata-se de uma "relação comercial lícita" que foi aproveitada por Joesley para "forjar mais uma falsa acusação" contra o parlamentar.

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