9.04.2018

A grande imprensa e o PT


Sociólogo prevê impasse da velha mídia entre apoiar Lula ou Bossalnaro

 

A velha mídia brasileira pode enfrentar uma encruzilhada no segundo turno das eleições para presidente. Num provável cenário entre Lula (ou Haddad) do PT, contra Bossalnaro (PSL), a imprensa seria levada a rejeitar o candidato da extrema direita e apoiar o candidato petista pela primeira vez. raciocínio é do cientista político Fernando Antônio Azevedo, da UFScar. Ele é autor do livro “A Grande Imprensa e o PT (1989-2014)”.
Azevedo diz que Geraldo Alckmin (PSDB) é o candidato favorito velha mídia, mas ela não é mais decisiva para as eleições.
“Quando se examinam os resultados eleitorais no passado, nas vitórias do FHC, por exemplo, ele ganhava em todos os segmentos da população, contando com o apoio declarado da mídia. De 2002 para cá, mais especificamente a partir de 2006, há uma fratura no voto. A elite vota na centro-direita e as classes C e D votam preponderantemente nos candidatos do PT. A mídia fica falando para esse grupo de elite, mas perde as eleições. Ou seja, a mídia continua influente, mas numa audiência específica. Não conseguem mais ditar o debate público”, afirma o professor.
Para ele, os principais veículos da velha mídia brasileira tem uma identificação muito forte com o ideário liberal e conservador, que sempre classificaram os “adversários” de esquerda como radicais, populistas e corruptos.
Foi assim com Getúlio Vargas, que tinha no jornalista e político da UDN Carlos Lacerda a principal figura de oposição, e também contra João Goulart, quando quase todos os principais jornais ofereceram apoio editorial ao golpe civil-militar de 1964.
Mas o professor avalia que Bossalnaro, “é um candidato antissistema, não da esquerda, mas da extrema-direita”. Ele causa “repulsa” aos jornais tradicionais. Esses defendem um candidato conservador, mas que jogue a partir das regras do jogo democrático.
Por isso, Azevedo acredita que, numa disputa entre Bossalnaro e Haddad, os jornais poderiam apoiar o candidato do PT.
“Tenho impressão de que um dos cenários mais factíveis para a disputa eleitoral inclui um candidato de esquerda – Haddad, no caso –, herdando os votos do Lula, versus Bossalnaro. Isso colocaria toda a imprensa numa situação em que teriam que rejeitar Bossalnaro e apoiar a candidatura petista, sob a lógica do menos pior para eles. Essa é a encruzilhada que podem ter que enfrentar. O que fariam exatamente, não sei. A ver.”
Outro cenário é se Alckmin conseguir passar ao segundo turno. “Nesse caso a imprensa apoiaria Alckmin tranquilamente, inclusive em nome da democracia etc. Na verdade, o núcleo do projeto liberal está com ele, e não com Bossalnaro, que é errático. Até ontem era estatista, uma tradição dos setores militares.”
Em seu livro, o professor da UFSCar analisou a enxurrada de manchetes e textos de opinião produzidos pelos principais jornais contra o PT.
Apesar de todo o esforço editorial, essa quantidade de menções, mesmo que negativas, garantem também visibilidade a Lula e ao partido, que consegue tirar proveito dessa exposição.

Com informações da Rede Brasil Atual.

A Globo vai trocar Alckmin por Bolsonaro.

O ex-capitão do Exército Jair Bossalnaro (PSL) sempre foi o candidato reserva da TV Globo.A coluna Radar, da Veja, trouxe nesta segunda-feira (3) a informação de um encontro secreto entre o candidato da extrema-direita e o dono da Globo João Roberto Marinho.
Em julho deste ano, diante da projeção dos institutos de pesquisas, que já indicavam 2º turno entre PT e Bolsonaro, o jornalista e “bruxo” Paulo Henrique Amorim previa que a Globo se uniria com o candidato do PSL em nome do ódio à classe mais pobre do país.
Moral da história: a Globo vai trocar Alckmin por Bossalnaro.

2 comentários:

Antonio Celso da Costa Brandão disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Antonio Celso da Costa Brandão disse...

O negocio da Globo se resume "Em quem pode derrotar o Partido dos trabalhadores" é nesse que ela vai botar as suas fichas.

9:33 AM