11.05.2018

'É tratorar', diz Eduardo Bolsonaro sobre esquerda na Câmara

"Acho que no dia 1º de janeiro, se der bobeira, já tem pedido de impeachment para ser impetrado", afirmou o deputado federal

'É tratorar', diz Eduardo Bolsonaro sobre esquerda na Câmara

Odeputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) defendeu
 que o futuro presidente da Câmara aja como um 
trator diante dos partidos de esquerda que integram a Casa.
 Segundo ele, a oposição já demonstrou que vai tentar 
derrubar o governo de seu pai, o presidente eleito 
Jair Bolsonaro. "Acho que no dia 1º de janeiro, 
se der bobeira, já tem pedido de impeachment para ser 
impetrado. Então, com esse tipo de oposição, que não 
está a fim de dialogar ou de criticar e apontar 
os defeitos do governo, mas está se preocupando 
em derrubar um governo que sequer tomou posse, 
acho que não tem como dar ouvidos. É tratorar", 
afirmou em entrevista ao SBT neste domingo (4).
Questionado sobre o que quis dizer com a expressão,
 o deputado disse que o presidente deve evitar que os 
parlamentares de esquerda obstruam a votação das 
pautas na Casa, colocando questões de ordem e
 apresentando recursos. 
"Temos que ter um presidente que acelere a sessão
 que não deixe cair nessa ladainha da esquerda de
 toda hora colocar questão de ordem, [criar] confusão
 no meio da sessão para ela cair ou não se votar nada", .
O deputado definiu como "perfil trator" aquele
 que tenha pulso firme, conheça o regimento interno 
da Câmara e defenda as pautas que o Brasil precisa
 para seguir adiante. Ele citou os nomes do atual 
presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ), 
Capitão Augusto (PR-SP), Alceu Moreira (MDB-RS)
 e delegado João Campos (PRB-GO).
Na mesma entrevista, o deputado defendeu um diálogo
 amplo para garantir a votação das propostas do governo. 
"Ali tem diálogo com todo mundo. Os deputados nos
 seus mandados devem satisfação aos seus eleitores. 
A gente não entra ali dentro com faca nos dentes, 
procurando quem é corrupto e quem não é para 
derrubar o cara. Não é esse o papel de um deputado.
 Você vai acabar negociando com todo mundo", afirmou. 
Com cerca de 1,8 milhão de votos, Eduardo 
Bolsonaro foi reeleito deputado federal por São
 Paulo e se tornou o candidato ao cargo mais votado
 da história do Brasil.
Ele falou da responsabilidade, tanto pelo número de
 votos como por ser filho do próximo presidente, 
e brincou que outros parlamentares dizem que seu
 gabinete será uma "embaixada do Palácio do Planalto"
 na Câmara. Eduardo disse ainda que desde a eleição 
há filas na porta de seu gabinete e que tem feito reuniões
 até no banheiro da Câmara. 
Sobre a declaração feita há meses, em que disse que 
bastariam um cabo e um soldado para fechar o 
STF (Supremo Tribunal Federal), ele justificou que
 não havia falado que queria fechar a corte, mas que
 aprendeu com o episódio. 
"Fica um aprendizado sim. Você vai amadurecendo,
 vendo que as suas palavras a cada momento que você
 vai falar, pode ser numa coletiva de imprensa ou para
 um estudante que está de visita no Congresso Nacional,
 até porque a esquerda vai se valer de tudo para 
atrapalhar nossa vida no ano que vem", declarou. 
O parlamentar falou ainda do papel da imprensa, 
elogiou a fiscalização das contas do governo, mas 
criticou reportagem da Folha de S. Paulo, que revelou
 que ele viajou com recursos da Câmara a Santa 
Catarina, para treinar tiro esportivo, e para o

 Rio Grande do Sul, para visitar a namorada.
"Teve um veículo da imprensa, prefiro não nomear, 
mas quem está por dentro da política sabe, fez uma
 matéria falando que eu fui 20 vezes para Santa 
Catarina e Rio Grande do Sul, dando a entender
 que fui ali para curtir, porque a minha namorada 
é gaúcha", disse.
Segundo Bolsonaro, ele viajou para participar de 
audiências públicas contra o estatuto do desarmamento
 e a favor do projeto Escola Sem Partido. 
Na ocasião, a reportagem entrou em contato 
com o gabinete do deputado solicitando agendas
 que justificassem as viagens, porém não obteve
 resposta. Com informações da Folhapress

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