Expectativa é de que 10 deputados sejam presos na ação. Jorge Picciani, Edson Albertassi e Paulo Melo são alvos de novos mandados. Chiquinho da Mangueira já foi preso
Rio - A Polícia Federal (PF) e o Ministério
Público (MP) realizam, na manhã desta quinta-feira, a Operação Furna da
Onça, que investiga a participação de deputados estaduais do Rio de
Janeiro em esquema de corrupção, lavagem de dinheiro, loteamento de
cargos públicos e mão de obra terceirizada em órgãos da administração
estadual. As autoridades esperam cumprir 22 mandados de prisão e outros
47 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Tribunal Regional
Federal da 2a Região (TRF2).
A ação deve ser realizada em pelo menos 40 locais,
entre eles o prédio anexo da Alerj. A expectativa é de que 10 deputados
sejam presos nesta operação. Entre eles, com prisão temporária
decretada, estão André Corrêa (DEM), que foi secretário estadual do Meio
Ambiente; Chiquinho Mangueira, que já teve o mandado de prisão desta
quinta-feira cumprido; Coronel Jairo (MDB), Luiz Martins (PDT), Marcelo
Simão (PP), Marcos Abrahão (Avante) e Marcus Vinícius “Neskau” (PTB).
Já os que serão alvos de mandado de prisão preventiva
são Edson Albertassi (MDB) e Paulo Melo (MDB). Atualmente, os dois
cumprem pena em Bangu. Neste momento, a equipe da PF cumpre um mandado
de busca e apreensão da casa do ex-presidente da Alerj Jorge Picciani
(MDB), que está em prisão domiciliar por questões de saúde. Um novo
mandado de prisão preventiva contra ele também será cumprido. Esses são
os 10 parlamentares da lista da PF e MP.
Os deputados são suspeitos de usarem a Alerj a serviço
de interesses da organização criminosa do ex-governador Sérgio Cabral
(MDB), que em troca pagava propina mensal (“mensalinho”), que variava de
R$ 20 mil a 100 mil reais, durante seu segundo mandato (2011- 2014). De
acordo com as investigações, a propina resultava do sobrepreço de
contratos estaduais e federais. Além de Cabral, comandavam a organização
investigada os ex-presidentes da Alerj Jorge Picciani e Paulo Melo,
presos um ano atrás na Operação Cadeia Velha.
Outros alvos são o atual secretário de governo do Luiz
Fernando Pezão, Affonso Monnerat, que também está na equipe de transição
para o novo governo, o presidente do Detran/RJ, Leonardo Silva Jacob, e
seu antecessor Vinícius Farah, recém-eleito deputado federal pelo MDB.
Nesta quinta-feria, 48 equipes da PF e 35 membros do
MPF na 2ª Região (RJ/ES) e MPF/RJ estão participando da ação, que é um
desdobramento Operação Cadeia Velha, deflagrada em novembro de 2017, que
prendeu o então presidente da Alerj Jorge Picciani, em prisão
domiciliar, e os deputados Paulo Melo e Jorge Albertassi, que cumprem
pena em Bangu. A operação investigou esquema de corrupção em que os
deputados usavam da sua influência para aprovar projetos na Alerj para
favorecer as empresas de ônibus e também as empreiteiras.
O nome da operação faz referência a uma sala de
reuniões que fica perto do plenário da Alerj, onde os deputados, segundo
as investigações, se reuniam para rápidas discussões antes das votações
no plenário.
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