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11.30.2008
Mofo e umidade: um assunto que merece atenção crescente da comunidade científica/ Asma/ Ácaros
Cada vez mais existem estudos que relacionam o mofo e a umidade a problemas na saúde. Estudos americanos e europeus chegaram a conclusões muito parecidas a respeito desse assunto: existem evidências suficientes em termos científicos de que esse dois fatores estão relacionados a efeitos negativos na saúde, principalmente no que diz respeito às alergias respiratórias.
Já em 1994, pesquisadores de Harvard estimaram que metade das residências canadenses e americanas apresentava problemas de danos relacionados à água e ao mofo, sendo estes responsáveis por um aumento de 50 a 100% nos sintomas respiratórios1.
Dados de 2007 vão mais longe e mostram o impacto econômico da exposição a esses dois agentes. Acredita-se que dos 21,8 milhões de casos de asma, aproximadamente 4,6 milhões podem ser atribuídos ao mofo e umidade em residências. Como conseqüência, os gastos em medicamentos, serviços de saúde e outros custos indiretos são estimados em 3,5 bilhões de dólares anualmente2.
No Brasil, poucos são os estudos nessa área, porém os resultados também apontam para alergias, asma e mofo como relevantes em nossa realidade. Estima-se que a somente a asma foi considerada a 4º causa de hospitalização, representando gastos de mais de 76 milhões de dólares pelo SUS durante o ano3. Ainda, até 36,5% dos pacientes alérgicos podem ser sensíveis ao mofo4.
Por vezes, convivemos com agentes alergênicos em nossa casa, como no caso do mofo, sem notarmos que podem ser a causa de noites mal dormidas, alterações na disposição, na produtividade e gastos elevados com medicamentos e serviços de saúde.
No entanto, as estatísticas recentes levam a uma conclusão: respirar bem é sinônimo de qualidade de vida.
Referências
1- USA weekend.com. Mold: a health alert. Acessado em: 27/03/2008. http://www.usaweekend.com/99_issues/991205/991205mold.html
2- Mudarri, D., Fisk W.J. Public health and economic impact of dampness and mold. Indoor Air 2007; 17: 226–235.
3- Campos, H.S. Epidemiologia e tratamento da asma. Prática hospitalar, ano III, nº18, 2001.
4- Godinho, R., Lanza, M., Godinho, A., Rodriques, A., Assis, T.M.L. Frequency of positive skin tests for airborne allergic agents. Rev. Bras. Otorrinolaringol. 2003; 69(6): 824-828.
Asma: importância de um programa de educação e de atividades motoras.
Estima-se que nos E.U.A. existam 12 milhões de asmáticos, dos quais 4 milhões têm menos de 18 anos. Estas crianças têm suas atividades restritas pela doença por mais de cem dias por ano e o custo anual para o tratamento da asma excede a 4,6 bilhões de dólares.
O principal objetivo do tratamento é dar a criança asmática uma boa qualidade de vida; é proporcionar à criança condições para que possa participar de todas as atividades próprias de sua idade, a fim de que tenha um bom desenvolvimento físico e psíquico.
Um programa de atividades físicas adaptadas ao asmático deve conter: exercícios respiratórios diafragmáticos intercaladas nas atividades; caminhadas com respiração diafragmática; corridas curtas e sem provocar perda do controle/rítmo respiratório; exercícios posturais; exercícios de quadrupedismo em extensão e alongamento, que são preventivos de alterações posturais/torácicas e promovem mobilidade torácica.
Um programa regular de atividades físicas pode melhorar a mecânica respiratória e tornar mais eficaz a ventilação pulmonar de asmáticos e assim aumentar sua tolerância ao exercício físico. A reeducação da mecânica respiratória, associada a um plano de exercícios tem ação preventiva sobre as alterações torácicas e posturais.
São necessárias orientações
Ácaros em amostras de pele, roupas e lençóis de pacientes com dermatite.
Dermatite atópica é uma alergia comum em crianças, freqüentemente associada a resultados de testes cutâneos positivos para ácaros.
Dessa forma, foram coletadas amostras de ácaros de pele, roupas e lençóis de 19 pacientes com dermatite atópica durante dois anos. Os resultados foram comparados com 21 indivíduos saudáveis do grupo denominado grupo controle.
Algumas espécies de ácaros comuns de poeira foram encontrados na pele de 9 pacientes e em 3 pacientes do grupo controle. O grupo dos pacientes apresentou uma quantidade significativamente maior de resultados positivos para alérgenos de ácaros do que o grupo controle (34,9% e 7,9%, respectivamente) e uma porcentagem significativamente maior de indivíduos com pelo menos um resultado positivo para o teste (84,2% contra 14,2%). Apesar disso, não foi encontrada correlação entre as amostras coletadas dos diferentes locais.
Dessa forma, os pacientes que possuíam dermatite atópica apresentaram maior quantidade de ácaros na pele do que o grupo de indivíduos saudáveis e isso poderia estar relacionado à sensibilização alérgica e exacerbação da doença.
Fonte: Ácaros de poeira em amostras de pele, roupas e lençóis de pacientes com dermatite.
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