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2.18.2009
MEDICAMENTO ORAL PARA PREVENÇÃO DE TROMBOSE
17-Fev-2009
Produzido pelo laboratório Boehringer Ingelheim, o antitrombótico tem mecanismo de ação inovador que dispensa a monitoração da coagulação e oferece comodidade ao paciente
Foi aprovada no Brasil a comercialização do etexilato de dabigatrana, um novo anticoagulante oral, inibidor direto da trombina, produzido pelo laboratório alemão Boehringer Ingelheim. O medicamento previne a formação de trombos (coágulos) com baixo risco de interação medicamentosa ou alimentar, oferecendo comodidade ao paciente com equilíbrio entre perfil de eficácia e perfil de segurança.
O etexilato de dabigatrana atua como bloqueador de um componente chave na cascata de coagulação, sendo inicialmente indicado para prevenção de tromboembolismo venoso (TEV) em pacientes submetidos à cirurgia para colocação de prótese total de quadril e joelho. Somente no Brasil, estima-se que sejam realizados todos os anos cerca de 70 mil procedimentos como esses.
Segundo estudos prévios, estima-se que 480 mil mortes na Europa, por ano, estejam relacionadas à ocorrência de TEV - mais do que o dobro do número de mortes causadas por câncer de mama, câncer de próstata, AIDS e acidentes de trânsito somados.
Até o momento, a prevenção da formação de coágulos era realizada com medicamentos utilizados de forma injetável ou, nos casos em que eram utilizados medicamentos orais, havia a necessidade de monitorar o paciente por meio de exames laboratoriais.
A partir de agora, o paciente pode prevenir-se contra a formação de coágulos (trombos) de forma mais prática, sem a necessidade de permanecer hospitalizado e ser monitorado. O medicamento tem rápido início de ação e mecanismo inovador, além de efeito previsível e dose fixa (uma vez ao dia), características que permitem a prevenção com equilíbrio entre perfil de eficácia e perfil de segurança, mesmo no ambiente doméstico, após a alta hospitalar, conforme preconizam entidades médicas americanas e brasileiras como a American College of Chest Physicians e a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.
"O etexilato de dabigatrana, utilizado por via oral, vem preencher uma necessidade bastante importante na prevenção de trombose venosa profunda. O paciente é o maior beneficiado, pois é difícil seguir o tratamento preventivo após a alta hospitalar, já que a terapia atual exige a aplicação de injeções diárias por períodos prolongados", afirma o ortopedista especializado em joelhos, José Ricardo Pécora.
"A medicação oral sem necessidade de monitoração constante dos parâmetros de coagulação terá enorme impacto na prevenção de coágulos e na adesão ao tratamento", afirma o cirurgião vascular Erasmo Simão. Outra vantagem do etexilato de dabigatrana é o equilíbrio entre seu perfil de eficácia (baixa taxa de TEV) e seu perfil de segurança (baixos índices de sangramento). "Segundo estudos clínicos, a substância proporciona elevada ação anticoagulante com baixo risco hemorrágico. Esse equilíbrio entre a eficácia da prevenção da anticoagulação, com baixo potencial de sangramento, é que aumenta a segurança para o paciente", explica.
A prevenção da formação de trombos é fundamental, sobretudo por se tratar de um problema grave e silencioso. Cerca de 60% dos pacientes* que passam por uma cirurgia ortopédica estão expostos ao risco de desenvolver trombos, de forma sintomática ou assintomática. Desse total, em torno de 10% têm risco de desenvolver uma complicação potencialmente fatal, a embolia pulmonar. "Vale ressaltar que 80% dos casos são assintomáticos, demonstrando que a prevenção é necessária para ampliar a segurança do paciente", comenta Simão.
O etexilato de dabigatrana age de forma específica e reversível na trombina, apresenta um efeito anticoagulante previsível e consistente, diminuindo as exigências de acompanhamento dos parâmetros de coagulação. "Considerando-se a tendência de permanências hospitalares cada vez mais curtas após a cirurgia de substituição de articulações, torna-se muito importante ter à disposição tratamentos anticoagulantes fáceis de utilizar tanto no cenário ambulatorial quanto no domiciliar", avalia Pécora.
Resultados positivos de eficácia e um perfil favorável de segurança, demonstrados em diversos estudos, indicam que o etexilato de dabigatrana é uma alternativa importante às outras opções de tromboprofilaxia utilizadas atualmente para prevenir o TEV em pacientes que se submeteram a uma cirurgia para colocação de prótese total de quadril ou joelho.
Fonte: www.boehringer-ingelheim.com.br
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Um comentário:
A coagulação do sangue é de facto um mecanismo de protecção do organismo que previne a perda de sangue e leva à formação de uma massa constituída por plaquetas e glóbulos vermelhos (coágulo). Diversos factores podem ser responsáveis pela coagulação do sangue em veias inseridas em tecido muscular:
- lesões nas paredes dos vasos
- abrandamento da corrente sanguínea (decorrente da imobilidade)
- mudanças na composição do sangue (decorrente de tratamentos oncológicos)
A trombose venosa profunda ocorre em veias dos membros inferiores, que impede a recuperação do sangue devido à acção gravitacional. Se a circulação sanguínea abranda, o sangue tende a estagnar-se, situação ideal para a formação de coágulos.
Factores de risco de trombose venosa profundaExiste um grande número de factores que aumentam o risco de trombose venosa profunda, entre os quais:
- período de descanso prolongado, seja deitado ou sentado;
- lesões ou cirurgias nos membros inferiores;
- tumores e respectivo tratamento;
- gravidez e parto;
- uso de determinada medicação (por exemplo contraceptivos orais aumentam o factor de risco em 2,9%);
- obesidade e idade (o risco aumenta para o dobro por cada acréscimo de 10 anos a partir dos 20);
- distúrbios hematológicos.
Consequentemente, quantos mais factores de risco a pessoa estiver sujeita, maior a probabilidade de desenvolver uma trombose venosa profunda ou uma embolia pulmonar.
Embolia pulmonar enquanto complicação da trombose venosa profundaSe ficar por tratar, uma trombose venosa profunda acarreta um maior risco de o doente vir a contrair uma embolia pulmonar – uma complicação de elevado risco que ocorre quando um coágulo se solta e através da corrente sanguínea chega ao pulmão, onde obstrui um vaso.
De fato, enquanto a doente espera pelos resultados do seu ultra-som, começa a sentir uma dor cortante no peito e falta de ar. Estes sintomas alarmantes indicam que a sua trombose venosa profunda pode ter causado uma embolia pulmonar.
Outros sintomas de embolia pulmonar podem incluir:
- tosse acompanhada com expulsão de sangue pela boca
- suores intensos
- ritmo cardíaco acelerado
Causas de embolia pulmonar: como uma trombose venosa profunda se desenvolve numa embolia pulmonarUm trombo venoso que se solta e entra em circulação, é descarregado na direcção do coração, viaja através do aurículo direito para o ventrículo e entra na artéria pulmonar. À medida que vai atravessando o pulmão, os vasos vão-se tornando mais estreitos, até que o trombo se pode fixar numa artéria pulmonar estreita.
Esta obstrução impede a circulação a partir desse ponto. O segmento afectado não consegue oxigenar correctamente o sangue, conduzindo a um desconforto respiratório. Por outro lado, o sangue estagnado na zona do coágulo extravasa na artéria pulmonar, podendo provocar um edema no pulmão.
Na maioria dos casos, esta obstrução é causada por um trombose venosa profunda, na medida em que ambas, quer a trombose venosa profunda, quer a embolia pulmonar, se constituem como duas manifestações do mesmo processo dinâmico, partilhando os mesmos factores de risco.
Métodos de diagnóstico para Embolia PulmonarOs antecedentes de trombose venosa profunda e outros sintomas, como a dificuldade em respirar, indiciam uma embolia pulmonar. De forma a confirmar esta suspeita, o médico executa outros procedimentos de diagnóstico, entre os quais:
- técnicas de imagiologia – usadas para determinar a dimensão e a localização do embolo
- medição dos níveis de gases no sangue – usados primeiramente para verificar a reduzida oxigenação do sangue
As técnicas de imagiologia incluem pelo menos uma TAC (tomografia axial computurizada).
Diagnóstico diferencial:Embolia pulmonar, insuficiência cardíaca ou ataque cardíaco?Neste caso, a trombose venosa profunda constitui-se como uma doença primária. Contudo, um grande número de casos são clinicamente “silenciosos” e não apresentam sinais de doença até que uma complicação secundária eventualmente ocorra.
Nestes casos, como os sintomas de embolia pulmonar são comuns a outras patologias, o médico deverá considerar também como potenciais causas o enfarte do miocárdio, a insuficiência cardíaca crónica ou qualquer outra situação menos grave, relacionada com o músculo ou osso. Neste sentido, por forma a realizar um diagnóstico diferencial, pode pedir testes ao sangue, como o d-dímero, um electrocardiograma, e outras técnicas de imagiologia.
Opções terapêuticas na fase inicial
O tratamento de uma trombose venosa profunda tem dois objectivos fundamentais.
- impedir que os coágulos se soltem, o que pode conduzir a uma embolia pulmonar;
- impedir o crescimento dos coágulos, porque quanto maior o coágulo, maior a probabilidade de que este se solte.
Esta tarefa é cumprida mediante medicação anti-coagulante venosa, como a heparina, que previne a adicional formação de coágulos, dando tempo ao organismo para os dissolver. O uso de um pé elástico complementa a terapia. Com vista a minimizar o risco de que ocorra novamente, geralmente é prescrita medicação anti-coagulante oral ao largo de vários meses, em certos casos, junto de pacientes mais susceptíveis a reincidir para o resto da vida.
Opções terapêuticas para o tratamento de Trombose Venosa Profunda – numa fase posteriorInicialmente ataca-se a causa subjacente através de agentes anti-coagulantes, procurando dissolver o embolo. No caso de a embolia pulmonar ter afectado um segmento significativo do pulmão, o embolo pode ter que ser extraído cirurgicamente. Tratamento complementar com vista a aliviar os sintomas poderá incluir analgésicos e complemento de oxigénio.
É mais provável que doentes que tenham sofrido anteriormente uma embolia pulmonar reincidam, pelo que, a prevenção secundária poderá incluir a prescrição de medicação anticoagulante por largos meses e por vezes para o resto da vida.
A terapia anti-coagulante oral requer uma monitorização regular, efectuada, por exemplo, através do sistema CoaguChek® .
Caso típico:
“Toda a minha perna arde…”Deslocou o seu tornozelo e há cinco dias que tem estado confinada ao sofá de modo a manter o pé inchado elevado.
Contudo, em vez de melhorar, o estado da perna tem vindo a piorar: a parte inferior da perna lhe causa dores e tem vindo a inchar . Entretanto a pele ganhou um tom azulado e a senhora sente a perna quente. Preocupada, chama um táxi e dirige-se ao seu centro de saúde.
O seu médico de família descarta a possibilidade de que tenha sido um trauma a causa directa das suas queixas. Sabendo ele da sua lesão e do descanso prolongado a que tem estado sujeita, ele suspeita de trombose venosa profunda – parcial ou completa obstrução de uma veia por um coágulo, geralmente situada nas extremidades dos membros inferiores.
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