2.15.2014

Compostos químicos estão relacionados a distúrbios mentais em crianças

Estudo de Harvard e Mount Sinai aponta manganês, flúor, pesticidas e solventes como possíveis causadores de autismo, TDAH e dislexia
 
Pasta de dente: flúor é apontado como um dos vilões para a saúde das crianças StockPhoto 
Pasta de dente: flúor é apontado como um dos vilões para a saúde das crianças
Foto: StockPhoto



BOSTON - Compostos químicos tóxicos podem estar por trás do recente aumento dos distúrbios neurológicos e de desenvolvimento em crianças, como autismo, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), e dislexia, de acordo com um novo estudo da Escola de Saúde Pública de Harvard (HSPH, na sigla em inglês) e da Escola de Medicina Icahn em Mount Sinai. Os pesquisadores dizem que uma nova estratégia global de controle dessas substâncias é necessária. O relatório será publicado na edição on-line deste sábado da revista “Lancet Neurology”.
- A maior preocupação é o grande número de crianças afetadas por danos tóxico ao desenvolvimento do cérebro na ausência de um diagnóstico formal. Eles sofrem reduzida capacidade de atenção, atraso no desenvolvimento, e mau desempenho escolar. Produtos químicos industriais estão emergindo agora como causas prováveis - disse Philippe Grandjean, professor adjunto da saúde ambiental na HSPH.
O relatório acompanha uma revisão similar conduzida pelos autores em 2006 que identificou cinco produtos químicos industriais como “neurotóxicos ao desenvolvimento”, ou compostos que causam déficit cerebral. O novo estudo traz descobertas atualizadas sobre esses produtos e acrescenta injformação sobre seis novos, incluindo manganês, flúor, clorpirifós e DDT (pesticidas), tetracloroetileno (solvente), e os éteres difenil-polibromados (retardadores de chama).
O estudo aborda as possíveis ligações entre estas neurotoxinas recém reconhecidos e os efeitos negativos para a saúde em crianças, incluindo a associação entre manganês e a diminuição da função intelectual e o prejuízo das habilidades motoras; a relação entre solventes, hiperactividade e comportamento agressivo; e o fato de certos tipos de pesticidas poderm causar atrasos cognitivos.
Os autores acreditam que muitos outros produtos químicos que os atualmente conhecidos contribuem para a “pandemia silenciosa” de atrasos neurocomportamentais, mas poucas destas substâncias têm sido reguladas e relacionadas a estes problemas de saúde. Os pesquisadores propõem testes obrigatórios de produtos químicos industriais e formação de uma nova câmara de compensação internacional para avaliar a neurotoxicidade dos produtos químicos industriais no potencial de desenvolvimento. 

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