Compostos químicos estão relacionados a distúrbios mentais em crianças
Estudo de Harvard e Mount Sinai aponta manganês, flúor, pesticidas e
solventes como possíveis causadores de autismo, TDAH e dislexia
Pasta de dente: flúor é apontado como um dos vilões para a saúde das crianças
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BOSTON - Compostos químicos tóxicos podem estar por trás do recente
aumento dos distúrbios neurológicos e de desenvolvimento em crianças,
como autismo, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), e
dislexia, de acordo com um novo estudo da Escola de Saúde Pública de
Harvard (HSPH, na sigla em inglês) e da Escola de Medicina Icahn em
Mount Sinai. Os pesquisadores dizem que uma nova estratégia global de
controle dessas substâncias é necessária. O relatório será publicado na
edição on-line deste sábado da revista “Lancet Neurology”. - A
maior preocupação é o grande número de crianças afetadas por danos
tóxico ao desenvolvimento do cérebro na ausência de um diagnóstico
formal. Eles sofrem reduzida capacidade de atenção, atraso no
desenvolvimento, e mau desempenho escolar. Produtos químicos industriais
estão emergindo agora como causas prováveis - disse Philippe Grandjean,
professor adjunto da saúde ambiental na HSPH. O relatório
acompanha uma revisão similar conduzida pelos autores em 2006 que
identificou cinco produtos químicos industriais como “neurotóxicos ao
desenvolvimento”, ou compostos que causam déficit cerebral. O novo
estudo traz descobertas atualizadas sobre esses produtos e acrescenta
injformação sobre seis novos, incluindo manganês, flúor, clorpirifós e
DDT (pesticidas), tetracloroetileno (solvente), e os éteres
difenil-polibromados (retardadores de chama). O estudo aborda as
possíveis ligações entre estas neurotoxinas recém reconhecidos e os
efeitos negativos para a saúde em crianças, incluindo a associação entre
manganês e a diminuição da função intelectual e o prejuízo das
habilidades motoras; a relação entre solventes, hiperactividade e
comportamento agressivo; e o fato de certos tipos de pesticidas poderm
causar atrasos cognitivos. Os autores acreditam que muitos outros
produtos químicos que os atualmente conhecidos contribuem para a
“pandemia silenciosa” de atrasos neurocomportamentais, mas poucas destas
substâncias têm sido reguladas e relacionadas a estes problemas de
saúde. Os pesquisadores propõem testes obrigatórios de produtos químicos
industriais e formação de uma nova câmara de compensação internacional
para avaliar a neurotoxicidade dos produtos químicos industriais no
potencial de desenvolvimento.
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