Segundo o governo mineiro, parte da verba foi repassada à Companhia de Saneamento de Minas Gerais. A empresa, no entanto, nunca rebeceu o valor
Rio - O Ministério Público denunciou ontem o
desaparecimento de R$ 1,017 bilhão do estado de Minas Gerais ocorrido
durante o ano de 2009 quando o governador era Aécio Neves — atual
candidato à presidência da República pelo PSDB. O valor deveria ter sido
empregado pela Secretaria de Saúde, em acordo com o mínimo
constitucional estabelecido de 12%, mas, segundo o governo mineiro,
parte da verba foi repassada à Companhia de Saneamento de Minas Gerais
(Copasa). A empresa, no entanto, nunca rebeceu o valor.
Ministério Público já propôs duas outras ações em 2010 sobre repasses da Secretaria de Saúde que supostamente foram empregados na Companhia de Saneamento de MG. O valor desaparecido, no entanto, é de R$3,4 bilhões e refere-se a repasses do período de 2003 a 2008 — período que compreende aos dois mandatos de Aécio Neves. Tramita na 5ª Vara de Fazenda do TJ-MG uma ação para recuperar o valor e realocá-lo na conta do Fundo Estadual de Saúde. O processo está em fase de perícia das contas do estado.
O MP também propôs ação de improbidade administrativa contra Aécio Neves, governador do período. Na ocasião, o tucano entrou com recurso defendendo que apenas o procurador-geral do Estado poderia propor ações contra o governador. A promotoria recorreu dizendo que quando a ação foi proposta ele não tinha mandato, já que estava em campanha para o Senado. O caso aguarda julgamento do recurso na 2ª instância do TJ-MG.
Governo diz que não foi notificado
Procurado, o governo de Minas Gerais respondeu por meio de nota que até o momento não recebeu notificação a respeito de novos questionamentos do Ministério Público sobre investimentos do Estado em saúde. “O Estado de Minas Gerais irá se pronunciar quando for notificado”, informa a nota.
O governo reiterou que cumpre desde 2003 o “percentual obrigatório de 12% previsto na Constituição Federal no setor de saúde”. A administração estadual segue as determinações e instruções normativas do Tribunal de Contas do Estado (TCE/MG).
O ex-governador e candidato à presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves, também foi procurado e disse que não tomou conhecimento sobre a ação proposta pelo Ministério Público durante a sua gestão.
A ação proposta hoje foi realizada pelas Promotorias de Justiça Especializada de Defesa da Saúde e do Patrimônio Público e foi distribuída na 4ª Vara de Fazenda do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. A investigação do caso ocorre há dois anos.
Na ação proposta, o MP mineiro cita
relatório do Tribunal de Contas estadual que no ano de 2009 observou que
o total empregado na Saúde foi de R$ 3,36 bilhões, dos quais R$ 1,017
bilhão “foram consignados a título de investimento nas empresas
controladas pelo estado, para serem executados pela Copasa, por meio de
investimentos em saneamento básico”.
A manobra é considerada ilegal pela
promotoria, mas a denúncia ressalta o fato de que uma auditoria externa
realizada pela Ernst & Young — Auditores Independentes S/S verificou
que o valor não consta das transferências nas contas da Copasa.
“Conforme se observa do parecer
apresentado pelos auditores, relativo ao balanço patrimonial de
exercício de 2009, não foram encontradas transferências de recursos do
Estado de Minas Gerais para a Copasa, a título de investimentos em saúde
pública na forma de ações em saneamento básico”, informa o documento.
O MP também observa que a auditoria
encontrou apenas uma transferência do estado mineiro para a empresa de
saneamento no ano de 2009 sob o valor de R$ 1 mil. “Mesmo assim sob a
rubrica de ‘outras’ no campo que deveria especificar o detalhamento do
investimento. Dessa forma, ainda mais evidente a impossibilidade de
consideração dessa Companhia no cômputo de investimentos”, diz o texto.
Na ação, a promotoria pede que o
estado explique o que ocorreu e devolva o valor ao Fundo Estadual de
Saúde. Segundo o MP, a manobra de verba fez com que o mínimo
constitucional não fosse cumprido no ano de 2009. Para atingir o valor, o
governo listou o emprego de programas que não configuram como ações de
promoção de saúde e, ao retirar esses ítens, o total destinado foi
apenas de 7,48%.
“O governo estadual registra em seus
balanços o índice de 15,44% para aplicações em ASPS, nota-se expressiva
redução em tal percentual quando da retirada das parcelas relativas às
ações que, não apresentando os atributos de gratuidade e universalidade ,
não são aptas a figurarem como aplicações em saúde”, afirma o
documento.
A análise técnica do TCE sugere ainda
que o estado diminua as verbas à Copasa já que o total de repasses
públicos “quase triplicou entre 2004 e 2009”.
Desde 2003 mais R$ 3,4 bi sumiram
Ministério Público já propôs duas outras ações em 2010 sobre repasses da Secretaria de Saúde que supostamente foram empregados na Companhia de Saneamento de MG. O valor desaparecido, no entanto, é de R$3,4 bilhões e refere-se a repasses do período de 2003 a 2008 — período que compreende aos dois mandatos de Aécio Neves. Tramita na 5ª Vara de Fazenda do TJ-MG uma ação para recuperar o valor e realocá-lo na conta do Fundo Estadual de Saúde. O processo está em fase de perícia das contas do estado.
O MP também propôs ação de improbidade administrativa contra Aécio Neves, governador do período. Na ocasião, o tucano entrou com recurso defendendo que apenas o procurador-geral do Estado poderia propor ações contra o governador. A promotoria recorreu dizendo que quando a ação foi proposta ele não tinha mandato, já que estava em campanha para o Senado. O caso aguarda julgamento do recurso na 2ª instância do TJ-MG.
Governo diz que não foi notificado
Procurado, o governo de Minas Gerais respondeu por meio de nota que até o momento não recebeu notificação a respeito de novos questionamentos do Ministério Público sobre investimentos do Estado em saúde. “O Estado de Minas Gerais irá se pronunciar quando for notificado”, informa a nota.
O governo reiterou que cumpre desde 2003 o “percentual obrigatório de 12% previsto na Constituição Federal no setor de saúde”. A administração estadual segue as determinações e instruções normativas do Tribunal de Contas do Estado (TCE/MG).
O ex-governador e candidato à presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves, também foi procurado e disse que não tomou conhecimento sobre a ação proposta pelo Ministério Público durante a sua gestão.
A ação proposta hoje foi realizada pelas Promotorias de Justiça Especializada de Defesa da Saúde e do Patrimônio Público e foi distribuída na 4ª Vara de Fazenda do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. A investigação do caso ocorre há dois anos.
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