3.11.2015

Em São Paulo, Dilma Rousseff reitera que ajustes são necessários





Na cerimônia de abertura da nova edição
 do Salão Internacional da Construção, 
a presidenta foi recebida com 
vaias dos expositores




A presidente Dilma Rousseff 
afirmou nesta terça-feira que o Brasil 
passa por um momento difícil e as 
medidas de ajuste nas contas 
públicas são necessárias,
 mas ponderou que "nem 
de longe" o país passa por uma crise 
como as do passado que paralisavam 
a economia.
Na cerimônia de abertura da nova 
edição do Salão Internacional da
Construção, em São Paulo, 
Dilma reconheceu uma desaceleração
 do setor e da economia como um todo.
A presidente foi vaiada por meia 
dúzia de coxinhas babacas na
 chegada ao evento por expositores 
durante visita à feira, que ainda não 
havia sido aberta para visitação. 
As manifestações ocorreram dois
 dias depois de ela também ter sido 
alvo de panelaço em cidades de 
classe média alta durante 
pronunciamento à nação na TV.
Dilma reiterou, no discurso desta 
terça, que as medidas de ajuste 
anunciadas pelo governo não vão
 interromper investimentos em 
infraestrutura. A presidenta disse 
que anunciará em breve a 3ª fase
 do Programa de Aceleração do
 Crescimento (PAC) e novas 
concessões em infraestrutura.
"Nem de longe estamos vivendo
 uma crise das dimensões que
 alguns dizem que nós estamos
 vivendo. Nós passamos por 
problemas conjunturais, 
estritamente conjunturais, 
porque nossos fundamentos hoje
 são sólidos", afirmou, reconhecendo,
 no entanto, a
 necessidade do ajuste.
"Nós temos de fazer correções
 e ajustes e eles são necessários", disse.
 "Mas essas correções e ajustes têm 
propósitos muito claros. Eles reforçam
 ainda mais os fundamentos econômicos 
do país e constroem novas condições para 
retomada tanto do crescimento 
quanto do emprego. O ajuste não
 é um fim em si."
O ajuste fiscal proposto pelo governo 
visa a atingir uma meta de superávit 
primário de 1,2 por cento do Produto 
Interno Bruto e, para isso, estão
 sendo feitos cortes orçamentários
 e mudanças em regras de benefícios 
trabalhistas e previdenciários e 
sendo reduzidas desonerações 
tributárias para vários setores 
da economia.
Essas mudanças têm sofrido
 resistência no Congresso e por
 parte das centrais sindicais, 
e a tensão enfrentada pela presidente
 na base governista e o escândalo 
de corrupção envolvendo a Petrobras
  podem gerar ainda mais obstáculos
 para o ajuste fiscal proposto pela
 equipe econômica.
Em seu discurso, Dilma também 
voltou a assegurar que as medidas 
não vão afetar programas como
 o Bolsa Família e o Minha Casa 
Minha Vida.
"As dificuldades que existem e as 
medidas, tanto tributárias como de
 correção que nós estamos tomando
 para superá-las, não vão comprometer 
as conquistas sociais... tampouco 

vão fazer o país parar ou comprometer
 o futuro do país", afirmou.

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