A
diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan,
visitou nesta quarta-feira (25/02) o campus da Fundação Oswaldo Cruz em
Manguinhos, no Rio de Janeiro, e elogiou os esforços do governo
brasileiro e da Fiocruz no enfrentamento do vírus zika. Acompanhada do
ministro da Saúde, Marcelo Castro, da diretora da Organização
Pan-Americana de Saúde (Opas), Carissa Etienne, e do diretor-executivo
do Departamento de Surtos e Emergências em Saúde da OMS, Bruce Aylward,
Chan foi recebida pelo presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, e
participou de entrevista coletiva com a imprensa brasileira e
internacional.
“Nós
queríamos entender como os três níveis de governo – União, estados e
municípios – estão articulados neste esforço contra este vírus
misterioso do zika e no combate ao Aedes Aegypti. É realmente
impressionante o nível de compromisso dos mais altos escalões do
governo, em esforços liderados pela própria presidenta Dilma Rousseff,
para mobilizar a sociedade como um todo. Quando um país está unido,
nenhum mosquito é maior do que o país inteiro”, declarou a
diretora-geral da OMS.
Com a
camisa da campanha Zika Zero, Margaret Chan destacou ainda a
competência, a colaboração e a transparência das autoridades do Brasil
no enfrentamento da epidemia de zika e na sua relação com o surto de
microcefalia identificado no país. Chan também disse que a Organização
Mundial de Saúde está em diálogo permanente com o Comitê Olímpico
Internacional (COI) para garantir a tranquilidade dos atletas, dos
visitantes e da população brasileira durante as Olimpíadas do Rio neste
ano.
A
agilidade da resposta do governo brasileiro também impressionou a
diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), Carissa Etienne,
que ressaltou a importância do Brasil, enquanto epicentro de uma
emergência em saúde de escala internacional. “O Brasil tem sido
plenamente transparente no que se refere a informações da União, Estados
e Municípios. Nós estamos trabalhando juntos para analisar esses dados e
para procurar respostas pendentes para muitas perguntas sobre a
atividade do mosquito Aedes Aegypti e as sequelas provocadas pelo vírus
zika”, afirmou a diretora da Opas.
Em
sintonia com seus colegas, o diretor-executivo do Departamento de Surtos
e Emergências em Saúde da OMS, Bruce Aylward afirmou nunca ter visto
reação tão “ágil, abrangente e corajosa” em 30 anos de combate a doenças
infecciosas e destacou a importância da Fundação Oswaldo Cruz no
desenvolvimento de novas tecnologias em saúde. “É muito importante fazer
a reunião na Fiocruz. Os melhores cientistas de todo o mundo estão se
aproveitando de lições aprendidas aqui. O resto do mundo nunca fez o que
o Brasil fez, neste nível de resposta. O mundo tem uma grande dívida
para com o país. Já temos 40 países infectados com o vírus, e todos eles
têm algo que vocês não tiveram: informação. Por isso cabe elogiar o
extraordinário trabalho feito no Brasil”, disse Aylward.
Para o
presidente da Fiocruz, a visita das diretoras da OMS e da Opas e do
ministro da Saúde ao campus de Manguinhos e à unidade da Fundação em
Pernambuco é um reconhecimento da atuação que os pesquisadores da
instituição vêm tendo ao colaborar com as autoridades no enfrentamento à
emergência em saúde pública. Gadelha disse que o conhecimento acumulado
da Fiocruz, simbolizado também pela criação de um gabinete que coordena
as ações e projetos da Fundação na área, integra a histórica
determinação da instituição em enfrentar e dar respostas aos problemas
de saúde pública nacionais.
Ações da Fiocruz no combate ao zika e visita às instalações de produção
Antes
da coletiva, as diretoras da OMS e da Opas e o ministro da Saúde
brasileiro assistiram a uma apresentação feita pelo presidente da
Fiocruz sobre ações que a Fundação tem realizado no combate a doenças
virais no Brasil, sobretudo, com relação ao vírus zika. Na apresentação
realizada na Biblioteca do Castelo Mourisco, Gadelha reforçou como as
unidades da Fiocruz estão trabalhando no controle de vetores, pesquisa,
desenvolvimento tecnológico e educação.
“Temos
uma longa história de colaboração e cooperação com a Opas e a OMS e
estamos trabalhando em diversas frentes simultaneamente, com a mesma
transparência e espírito colaborativo, honrando a história dos nossos
antepassados e tentando dar respostas rápidas à população para essa
emergência global que vem nos atingindo”, comentou o presidente da
Fiocruz. "Estou muito feliz de voltar à Fiocruz. Obrigada pela
colaboração e liderança da instituição", afirmou Chan. "Estou muito
orgulhosa da enorme cooperação entre o Brasil, a Fiocruz e Opas",
complementou Etienne.
Após a
coletiva, os representantes da OMS, da Opas e do Ministério da Saúde
foram ao Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos em Saúde
(Bio-Manguinhos/Fiocruz) conhecer as instalações do Centro de
Processamento Final da unidade. No local, eles puderam conferir como se
dá o processo de produção das principais vacinas do Programa Nacional de
Imunizações (PNI) brasileiro. Bio-Manguinhos/Fiocruz é responsável pela
produção de vacinas bacterianas, que combatem doenças como meningite e
pneumonia, e virais, contra febre amarela, sarampo, caxumba e rubéola,
por exemplo.
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