O presidente
interino Michel Temer antecipou seu retorno de São Paulo para Brasília
neste domingo (22) por conta das manifestações que ocorreram na zona
oeste da capital paulistana e se dirigiram
à sua residência, no Alto Pinheiros. A polícia precisou criar uma área
de segurança nacional, com o bloqueio de diversas ruas que dão acesso ao
local, de onde Temer já havia saído. Os manifestantes contrários ao governo interino saíram do Largo da Batata e seguiram pela Avenida
Pedroso de Morais, em direção à casa de Temer. De acordo com a Frente
Povo Sem Medo, 30 mil pessoas comparecem para pedir a saída do
presidente em exercício.
Segundo a Frente Povo Sem Medo, 30 mil pessoas estiveram em ato de São Paulo neste domingo (22)Todos os acessos
à Rua Beneti e a Praça Conde de Barcelos foram fechados pela Polícia
Militar (PM). Um grupo de manifestantes tentou negociar, sem sucesso,
com o comando do policiamento no local para se aproximar da casa de
Temer. Segundo a assessoria de comunicação da PM, a decisão de
interditar os acessos foi tomada em conjunto pela polícia, pelas Forças
Armadas e pelo comando da segurança da Presidência da República.Os
manifestantes decidiram, então, cercar os acessos à praça. “É ilegal, o
nosso direito de livre manifestação está sendo cerceado, independente
de quem veio a ordem. Nós ficaremos aqui, a rua dele está cercada, até
que haja posicionamentos em relação a tudo que nós viemos trazer aqui
hoje”, disse o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto,
Guilherme Boulos, um dos organizadores do ato. Na Virada Cultural,
evento gratuito deste fim de semana em São Paulo, o tom de protesto
político esteve em quase todos os shows. Um dos artistas mais
aguardados, o rapper Criolo exibia, ao fundo do palco, enquanto cantava,
um enorme telão com a frase "Temer jamais". Minha Casa, Minha Vida Além
de acusarem Temer de ter praticado um “golpe” que culminou no
afastamento da presidente Dilma Rousseff, os participantes do protesto
reclamam da suspensão de parte do programa Minha Casa, Minha Vida. Na
última terça-feira (17), o Ministério das Cidades revogou a portaria que
habilitava a contratação de unidades habitacionais na modalidade
entidades. “Aqui todos estão indignados com esse golpe que ocorreu
no país e, por isso, gritam 'fora Temer!'. Mas aqui tem muita gente que
veio de longe, do extremo sul, leste [de São Paulo], de ocupações.
Vieram porque há poucos dias tiveram a notícia de que esse governo
ilegítimo cortou as suas moradias que já estavam contratadas”, destacou
Boulos ao discursar no carro de som. Recriação do Ministério da Cultura não cessa protestos A
decisão do governo de recriar o Ministério da Cultura, cedendo às
pressões dos últimos dias, não foi suficiente para que artistas,
intelectuais, servidores e manifestantes civis desocupassem o Palácio
Gustavo Capanema, sede do MinC, no Centro do Rio de Janeiro. A
programação se estendeu por todo o fim de semana, com shows de artistas
como Otto, Arnaldo Antunes, Jards Macalé, apresentações de grupos como
Tambores de Olokun, encenações e oficinas de diferentes expressões
artísticas. Parlamentares, como Jean Wyllys e Chico Alencar também
participaram dos eventos.
No Rio de Janeiro, manifestantes marcharam da Igreja Candelária ao Palácio Gustavo CapanemaO
pedido de saída de Temer do Palácio do Planalto ocorre em diferentes
sedes do MinC. Salvador, Belém e Aracaju são algumas das capitais que
vêm organizando atos contrários ao governo do peemedebista, que tomou
posse há pouco mais de uma semana e enfrenta acusações tanto de quem
defende a tese do "golpe", que tirou a presidente Dilma Rousseff da
Presidência da República como dos que apontam as medidas de austeridades
que ministros de Estado do presidente em exercício vêm anunciando nos
últimos dias.
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