Mônica Bergamo – Folha de S.Paulo
Dilma Rousseff pretende dividir a
já célebre carta sobre o impeachment em duas partes. A primeira será
enviada ao Senado nos próximos dias. A outra deve ser divulgada no dia
de seu afastamento definitivo, se ele ocorrer.
A segunda será, de acordo com aliados,
um documento “para a história”, uma espécie de carta-testamento, como
foi a que Getúlio Vargas deixou ao se suicidar, em 1954. Dilma deve
falar da memória do país e das lutas da esquerda brasileira em
contraponto às forças contrárias, introduzindo-se, e também a Lula,
nesse contexto.
A carta ao Senado, por sinal, deverá ter, sim, a palavra “golpe”.
“A presidenta me disse que vai usar essa
expressão, que define com precisão o momento que vivemos”, diz o
senador Lindberg Farias (PT-RJ). Ele se reuniu com ela na noite de
quinta (11).
O uso da palavra “golpe” na carta virou
uma novela. Ela saiu do rascunho do documento pela primeira vez por
sugestão do senador Cristovam Buarque (PPS-DF), que passou os últimos
meses dizendo estar indeciso sobre o impeachment mas votou a favor da
saída da presidenta.
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