Acusado no depoimento de Marcelo Odebrecht de ter pedido em pleno
Palácio do Jaburu uma doação de R$ 10 milhões, via caixa dois, que teria
sido entregue em dinheiro vivo, o interino Michel Temer tratou do tema,
em entrevista ao Valor; "Eu era presidente do partido e ele acertou uma
contribuição. Até se falou em R$ 10 milhões, mas na verdade foram R$
11,3 milhões que ele entregou ao partido — tem a prestação de contas
para todos os candidatos a governador...", disse ele, afirmando que as
doações de empresas foram criminalizadas no Brasil; Temer anunciou uma
"luta feroz na Previdência", a abertura do pré-sal e disse que não será
candidato em 2018, como se tivesse voto para isso – hoje, segundo a Vox
Populi, 79% dos brasileiros defendem sua saída imediata
– O interino Michel Temer concedeu uma entrevista ao Valor Econômico (leia aqui),
em que falou de temas como a reforma da Previdência, a abertura do
pré-sal e o pedido de R$ 10 milhões feito ao empreiteiro Marcelo
Odebrecht, em pleno Jaburu, que teria sido materializado numa doação em
dinheiro vivo (leia aqui).
Sobre Previdência, ele defendeu idade mínima de 65 anos para os homens e 62 para as mulheres. "Sabidamente
as mulheres hoje vivem mais que os homens, mas tem essa coisa da dupla,
tríplice jornada. Na minha cabeça, tem que haver uma pequena diferença.
Se o homem se aposenta com 65, a mulher pode se aposentar com 62. Já é
um avanço", disse ele, que previu uma batalha sobre o tema. "As
centrais vão acabar não apoiando, seja qual for a reforma. Se não
apoiarem, vamos mandar ao Congresso e ver o que acontece. Queremos fazer
depois uma publicidade aos jovens e dizer: 'Vocês, daqui a dez, 20
anos, não vão ter como receber' (...) Sim,
vai ser uma luta feroz, mas vai ter que ser enfrentada. Quando você me
pergunta o que ocorrerá depois do impeachment, essa será uma das
batalhas."
Temer também falou sobre
seu pedido de R$ 10 milhões à Odebrecht, em pleno Palácio do Jaburu,
que, segundo Marcelo Odebrecht foi doado, via caixa dois e em dinheiro
vivo – dos quais R$ 4 milhões para Eliseu Padilha, braço direito de
Temer.
"Eu não tenho medo dessas
coisas. Eu era presidente do partido e ele acertou uma contribuição.
Até se falou em R$ 10 milhões, mas na verdade foram R$ 11,3 milhões que
ele entregou ao partido — tem a prestação de contas para todos os
candidatos a governador...", disse o interino. "Eu
não sei se ele falou. A coisa vai para a imprensa e você não sabe se é
fruto da delação, se é fruto do advogado. Você não sabe de onde veio.
Então, o que eu faço? Eu não vou negar que ele esteve comigo, como
tantos outros empresários estiveram comigo. Ainda hoje, quando não há a
menor possibilidade de pessoa jurídica [doar dinheiro para campanha]
eles vêm me perguntar como vão colaborar. Quando havia a possibilidade
das doações, era uma enxurrada de gente pedindo para colaborar."
Temer também disse que
não será candidato em 2018, como se tivesse voto para isso e fosse um
candidato viável – hoje, 79% dos brasileiros, segundo o Vox Populi,
defendem sua imediata saída, seja com novas eleições, seja com a volta
de Dilma.
Sobre a abertura do
pré-sal, outro tema polêmico, também rejeitado pela maioria dos
brasileiros, Temer disse que vai passar. "É prioridade na Câmara, será
aprovado, mas o problema é que as eleições municipais atrapalham as
votações."
O interino também disse
não temer a ação movida pelo PSDB no Tribunal Superior Eleitoral, que
pede a cassação da chapa Dilma-Temer. "São
questões apartadas, o vice e o presidente são instituições separadas no
texto constitucional. Embora examinadas conjuntamente, minha conta foi
prestada separadamente. O que é preciso é verificar se o que eu recebi
foi fruto também de desajustes eleitorais."
Comentários
108 Comentários em "Temer e a Odebrecht: não foram 10, foram 11 milhões"Os comentários aqui postados expressam a opinião
dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247
247 faz apelo por debate responsável na internet