
Sobre Previdência, ele defendeu idade mínima de 65 anos para os homens e 62 para as mulheres. "Sabidamente
as mulheres hoje vivem mais que os homens, mas tem essa coisa da dupla,
tríplice jornada. Na minha cabeça, tem que haver uma pequena diferença.
Se o homem se aposenta com 65, a mulher pode se aposentar com 62. Já é
um avanço", disse ele, que previu uma batalha sobre o tema. "As
centrais vão acabar não apoiando, seja qual for a reforma. Se não
apoiarem, vamos mandar ao Congresso e ver o que acontece. Queremos fazer
depois uma publicidade aos jovens e dizer: 'Vocês, daqui a dez, 20
anos, não vão ter como receber' (...) Sim,
vai ser uma luta feroz, mas vai ter que ser enfrentada. Quando você me
pergunta o que ocorrerá depois do impeachment, essa será uma das
batalhas."
Temer também falou sobre
seu pedido de R$ 10 milhões à Odebrecht, em pleno Palácio do Jaburu,
que, segundo Marcelo Odebrecht foi doado, via caixa dois e em dinheiro
vivo – dos quais R$ 4 milhões para Eliseu Padilha, braço direito de
Temer.
"Eu não tenho medo dessas
coisas. Eu era presidente do partido e ele acertou uma contribuição.
Até se falou em R$ 10 milhões, mas na verdade foram R$ 11,3 milhões que
ele entregou ao partido — tem a prestação de contas para todos os
candidatos a governador...", disse o interino. "Eu
não sei se ele falou. A coisa vai para a imprensa e você não sabe se é
fruto da delação, se é fruto do advogado. Você não sabe de onde veio.
Então, o que eu faço? Eu não vou negar que ele esteve comigo, como
tantos outros empresários estiveram comigo. Ainda hoje, quando não há a
menor possibilidade de pessoa jurídica [doar dinheiro para campanha]
eles vêm me perguntar como vão colaborar. Quando havia a possibilidade
das doações, era uma enxurrada de gente pedindo para colaborar."
Temer também disse que
não será candidato em 2018, como se tivesse voto para isso e fosse um
candidato viável – hoje, 79% dos brasileiros, segundo o Vox Populi,
defendem sua imediata saída, seja com novas eleições, seja com a volta
de Dilma.
Sobre a abertura do
pré-sal, outro tema polêmico, também rejeitado pela maioria dos
brasileiros, Temer disse que vai passar. "É prioridade na Câmara, será
aprovado, mas o problema é que as eleições municipais atrapalham as
votações."
O interino também disse
não temer a ação movida pelo PSDB no Tribunal Superior Eleitoral, que
pede a cassação da chapa Dilma-Temer. "São
questões apartadas, o vice e o presidente são instituições separadas no
texto constitucional. Embora examinadas conjuntamente, minha conta foi
prestada separadamente. O que é preciso é verificar se o que eu recebi
foi fruto também de desajustes eleitorais."
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