Depois de comandar o golpe parlamentar, deputado afastado
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) conseguiu colocar de joelhos o interino Michel
Temer e seu sucessor na Câmara, Rodrigo Maia; Cunha mandou avisar que
não admite ser cassado; para ele, Temer e os partidos que apoiam o seu
governo lhe devem gratidão por ter deflagrado o golpe; caso seja
ignorado, ameaça reagir; não é a toa que a votação da sua cassação ficou
para 12 de setembro, após o impeachment e numa segunda-feira, dia de
quórum fraco; para o jornalista Kennedy Alencar, adiar a votação sobre
Cunha "mostra que o governo e boa parcela da Câmara temem segredos que
Cunha possa tornar públicos" e "uma clara articulação para facilitar a
vida do ex-presidente da Câmara"Segundo o jornalista Josias de Souza, "empenhado em evitar confusões que coloquem em risco o afastamento de Dilma, o Planalto celebra o silêncio de Cunha". Ele complementa: "Na Câmara, o mutismo da maioria evidencia o poder de fogo do personagem. Nesse cenário, basta que um deputado agache no plenário para ser considerado um político de grande altivez".
O jornalista Kennedy Alencar faz avaliação semelhante. Para ele, adiar a votação de Cunha para 12 de setembro "mostra que o governo e boa parcela da Câmara temem segredos que Cunha possa tornar públicos" e "uma clara articulação para facilitar a vida do ex-presidente da Câmara".
"Aprovar o impeachment de Dilma e dar a Cunha a chance de escapar confirma o uso de dois pesos e duas medidas e reforça a tese de um golpe parlamentar contra a petista", ressalta.
Ele pontua que "será um escândalo realizar essa votação num dia de
baixa presença no Congresso Nacional". "Como são necessários 257 votos
dos 513 deputados para que Cunha seja cassado, essa data é um presente
para o peemedebista e um tapa na cara da sociedade diante da quantidade
de acusações graves que pesam contra ele", diz.
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