9.06.2017

Dilma: no dia das malas de Geddel, Janot faz diversionismo


247 - A presidente deposta Dilma Rousseff fez nesta quarta-feira, 6, duras críticas à denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em que a acusa, junto com o ex-presidente Lula, ex-ministros e a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, de organização criminosa (leia mais). 
Para Dilma, a denúncia de Rodrigo Janot está baseada apenas em "ilações, deduções e insinuações" de delatores. "A denúncia se apoia em mentiras fabricadas, algumas bastante antigas, que parecem ter sido recuperadas e trazidas de novo à baila apenas para desviar a atenção das gravações divulgadas. Nelas, os próprios delatores declaram que para obter o prêmio da integral impunidade ou da redução da pena dizem aquilo que acreditam ser o que os procuradores querem ouvir", diz a presidente em nota. 
Dilma lembra que na semana em que o país "toma conhecimento da deterioração ética e moral que cerca o mercado da corrupção, no dia em que a polícia encontra uma dúzia de malas cheias de dinheiro roubado por elemento central na articulação do presidente golpista", o procurador Rodrigo Janot lança mão do diversionismo.
Leia, abaixo a nota da presidente deposta Dilma Rousseff:
"A denúncia escrita pela Procuradoria da República acusando a mim de pertencer – e ao PT de constituir – uma organização criminosa é um documento que deve ter sido reunido às pressas e baseado, exclusivamente, em depoimentos de delatores premiados.
Não há comprovação resultante de qualquer investigação feita. Apenas ilações, deduções e insinuações tratadas como verdade. Apenas as convicções dos acusadores, baseadas em modelos fantasiosos.
A denúncia se apoia em mentiras fabricadas, algumas bastante antigas, que parecem ter sido recuperadas e trazidas de novo à baila apenas para desviar a atenção das gravações divulgadas. Nelas, os próprios delatores declaram que para obter o prêmio da integral impunidade ou da redução da pena dizem aquilo que acreditam ser o que os procuradores querem ouvir.
Na semana em que o país toma conhecimento da deterioração ética e moral que cerca o mercado da corrupção, no dia em que a polícia encontra uma dúzia de malas cheias de dinheiro roubado por elemento central na articulação do presidente golpista, o procurador lança mão do diversionismo e encontra respaldo em parte da imprensa brasileira que se transformou em uma fração politica, perdendo inteiramente a isenção.
A Justiça e a verdade sempre se impõem. O STF, certamente, fará justiça diante da absoluta falta de provas que atestem qualquer dos ilícitos denunciados pelo PGR.
DILMA ROUSSEFF"

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