"Obter benefícios é a minha vontade", disse Palocci
"Eu não tenho acordo de delação
premiada. Eu tenho tratativas. Isso é um assunto a cargo dos meus
advogados. Eu confio no trabalho deles, são advogados de alta
qualificação, com experiência no setor. Confio que eles estejam fazendo o
melhor dentro da lei, olhando a maneira de contribuir com a Justiça,
que é minha vontade, e também de obter benefícios, que também é minha
vontade", disse o ex-ministro Antonio Palocci, num dos trechos do seu
depoimento ao juiz Sergio Moro
"O grupo de procuradores e os métodos
ilegais subjacentes às negociações da J&F são os mesmos das
delações de Nestor Cerveró, Delcídio Amaral e Sérgio Machado, orientados
a citar meu nome indevidamente e gravar conversas sem autorização
judicial para escaparem impunes. Foi com base na gravação armada feita
por Machado que o procurador pediu a prisão do presidente de um Poder,
atirando o país numa crise institucional", diz o senador Renan Calheiros
(PMDB-AL)
O procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, está inclinado a pedir a revogação da imunidade penal
concedida ao empresário Joesley Batista e aos executivos da J&F
Ricardo Saud e Francisco de Assis e Silva ao final do procedimento de
revisão da colaboração premiada aberto contra eles na segunda-feira; a
tendência é que ele também peça a prisão do empresário
Ex-presidente pega carona em ônibus
com mídia independente e fala de futuras viagens – em especial para as
várias regiões de Minas – e do significado de uma retomada progressista
no Brasil para a América Latina; leia reportagem da Rede Brasil Atual
A Procuradoria-Geral da República
antecipou para esta quinta-feira, às 10 horas, o depoimento do
empresário Joesley Batista e dos executivos da J&F Ricardo Saud e
Francisco de Assis e Silva no procedimento de revisão da colaboração
premiada aberto contra eles. A expectativa inicial era de que os três
fossem depor apenas na sexta-feira, um dia após o feriado do Dia da
Independência. Também deve depor nesta quinta o advogado Marcelo Miller,
ex-procurador da República
Procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que 12
políticos do PP, incluindo o presidente do partido, senador Ciro
Nogueira (PI) ,sejam condenados pagar R$ 1,14 bilhão em razão de desvios
e irregularidades que teriam sido cometidos junto a Petrobras; segundo a
PGR, eles teriam recebido propinas da ordem de R$ 380,9 milhões
No rastro das novas gravações que
poderão resultar na rescisão do acordo de delação premiada de executivos
da JBS, o STF trabalha para fazer valer a jurisprudência e evitar que
as provas colhidas sejam descartadas em meio a embates jurídicos; STF
deve utilizar como base duas ações relatadas pelo ministro Dias Toffoli,
e que foram posteriormente confirmadas por colegiados distintos da
Corte, em um processo que questionava os depoimentos feitos pelo doleiro
Alberto Yousseff, no âmbito da Lava Jato, e em uma outra ação que está
sob sigilo
Procurador Carlos Fernando dos Santos
Lima, um dos coordenadores da Lava Jato, pediu uma investigação "rápida
e profunda" em torno das dúvidas sobre a colaboração premiada da JBS;
"O Ministério Público Federal ainda é uma instituição respeitada pela
população. Não pode cair na vala comum", disse ao blog do jornalista
Josias de Souza; "Temos o receio de que alguns intérpretes espertos,
sempre muito rápidos no gatilho, usem esse tipo de situação para tentar
acabar com os acordos de colaboração'', ressaltou
"Ora, o PMDB comandou o afastamento
de Dilma para tomar o poder de assalto, em todos os sentidos. Temer,
Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves, Eliseu Padilha, Moreira Franco,
além de Geddel e muitos outros não têm a menor condição moral de
condenar o PT ou quem quer que seja", diz o ex-governador Anthony
Garotinho
Empresário Joesley Batista
desconfiava que o ex-procurador Marcello Miller fosse um agente
infiltrado pela PGR com a missão de espioná-lo; desconfiança estaria
ligada ao fato de Miller ter sido homem de confiança do procurador-geral
da República, Rodrigo Janot; em seu depoimento, marcado para esta
sexta-feira (8), Joesley deverá dizer que Miller apenas o teria ajudado a
entender como funcionava a delação premiada; Miller, porém, foi sondado
para ser o diretor de compliance do grupo
Em nota, o ex-presidente Lula disse
que o procurador Rodrigo Janot foi afoito e atabalhoado ao denunciá-lo
por obstrução judicial, no episódio em que a presidente deposta Dilma
Rousseff tentou exercer o direito legítimo de nomeá-lo ministro; Lula
lembrou ainda que, depois de consumado o golpe, numa situação idêntica, o
Supremo Tribunal Federal chancelou a nomeação de Moreira Franco por
Michel Temer; "essa é a denúncia apresentada pelo Procurador-Geral da
República para o próprio Supremo Tribunal Federal, talvez na busca de
gerar algum ruído midiático que encubra questionamentos sobre sua
atuação no crepúsculo do seu mandato", disse Lula
Em nota divulgada à imprensa, a
presidente deposta Dilma Rousseff rebate a segunda denúncia oferecia
pelo procurador-geral Rodrigo Janot por obstrução judicial relativa à
nomeação do ex-presidente Lula para a Casa Civil; Dilma lembra que a
acusação foi feita a partir de grampo ilegal feito pelo juiz Sergio
Moro; "É espantoso que a nova denúncia se baseie em provas ilegais e
nulas, fruto de reconhecida situação abusiva em que conversas da
presidenta eleita Dilma Rousseff foram indevidamente interceptadas,
divulgadas e descontextualizadas na interpretação do seu real conteúdo",
diz ela
Digitais do ex-ministro Geddel Vieira
Lima foram encontradas no apartamento onde a Polícia Federal fez a
maior apreensão em dinheiro vivo da história: R$ 51 milhões; a origem do
dinheiro será investigada, mas é atribuída ao político baiano; as
digitais confirmam agora que Geddel esteve no apartamento, localizado
num bairro nobre de Salvador; nesta quarta-feira 6, um empresário,
apontado como dono, se apresentou à PF e confirmou ter emprestado o
imóvel para Geddel
O ex-presidente Lula divulgou uma
nota em resposta às acusações feitas pelo ex-ministro Antonio Palocci em
depoimento ao juiz Sergio Moro no processo sobre propinas da Odebrecht,
referente a um terreno para a construção do Instituto Lula; "Palocci
repete o papel de réu que não só desiste de se defender como, sem o
compromisso de dizer a verdade, valida as acusações do Ministério
Público para obter redução de pena e que no processo do tríplex foi de
Léo Pinheiro"; "Palocci falou de uma série de reuniões onde não estava e
de outras onde não haveriam testemunhas de suas conversas. Todas falas
sem provas", sustenta a defesa
Michel Temer pediu ao Supremo
Tribunal Federal (STF) a suspensão de uma eventual denúncia contra ele a
ser apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot; na
avaliação do advogado Antônio Claudio Mariz, representante de Temer, as
suspeitas de que o ex-procurador da República Marcelo Miller teria
beneficiado os delatores da JBS justificam cautela no prosseguimento das
investigações
"Palocci já havia prestado
depoimento, em maio desse ano, e negado todas as acusações, repetindo a
estratégia de outros acusadores como Delcídio do Amaral e Léo Pinheiro,
que voltaram atrás em seus depoimentos buscando a diminuição de suas
penas, depois de permanecerem presos por um longo tempo", diz nota
oficial divulgada pelo Partido dos Trabalhadores
A propina de R$ 51 milhões apreendida no bunker
de Geddel Vieira Lima, braço de direito de Michel Temer, agravará muito a
situação política do ocupante do Palácio do Planalto; "derrubada Dilma,
Geddel estava na primeira fila a entrar no Planalto, feito ministro da
Secretaria de Governo de Temer – um dos dois ministros que sabem e lidam
com tudo no governo", diz o colunista Janio de Freitas
Para o jornalista Ricardo Noblat, a delação do
ex-ministro Antonio Palocci afirmando que Lula teria feito um "pacto de
sangue" com a Odebrecht para beneficiar o PT com R$ 300 milhões oriundos
de propinas, "parece destinada a passar à História como a que selou o
destino do mais popular e carismático líder político brasileiro desde
Getúlio Vargas"; segundo ele, "resta ao PT procurar outro candidato
para disputar a vaga de Michel Temer no próximo ano. Game over. Fim de
jogo", decreta
Palocci fez o seu teatro, à procura de
acertos nas coxias. Óbvios e, até certo ponto, compreensíveis e humanos.
Embora nem tão perdoáveis para quem, com os que agora acusa, amealhou
poder e oportunidades. Nada, porém, foi mais ridículo do que o “pacto de
sangue”, expressão que levou anotada para produzir as manchetes. Pacto
de sangue? Quem ia suicidar-se em solidariedade ao outro?; leia a
análise do editor do Tijolaço
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