Supremo discute medidas contra supostas ameaças a juízes no julgamento do Ex presidente Luís Inácio Lula da Silva,
Medidas de segurança para o dia 24 de
janeiro serão avaliadas pelos presidentes do STF, Cármen Lúcia, e do
TRF-4, Thompson Flores
Por: Estado de Minas
Publicado em: 15/01/2018 08:45
Após identificados, os que enviaram
as mensagens podem ser condenados por incitação ao crime e obstrução à
Justiça (pena de 3 a 6 meses de reclusão) e injúria ou difamação (6
meses a 2 anos). Caso não cumpram eventuais ordens de autoridades
responderão por crime de desobediência (de 6 meses a 2 anos). “Mesmo que
as investigações policiais terminem antes do dia do julgamento, aqueles
que infringirem a lei serão incriminados, porque eles sabiam o que
estavam fazendo”, explicou Bialski
Por: Estado de Minas
Publicado em: 15/01/2018 08:45
Lula. Foto: ANDRESSA ANHOLETE /AFP |
A
presidenta do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia,
recebe nesta segunda-feira (15) o presidente do Tribunal Regional
Federal da 4ª Região (TRF4), desembargador Carlos Eduardo Thompson
Flores. O tema principal do encontro, segundo fontes ligadas ao
Judiciário, são os preparativos para a segurança dos magistrados, no dia
do julgamento do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, marcado para o dia 24.
O temor é que as supostas ameaças recebidas por e-mail, telefone, até
redes sociais e até por carta, de ocupação do local e até agressão à
pessoa dos desembargadores se concretizem.
Na
avaliação de parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PT), a
preocupação é “desproporcional”. O deputado Paulo Pimenta (PT-RS), líder
da bancada do partido na Câmara, que participou na sexta-feira, de
encontro entre Thompson Flores e congressistas que apoiam Lula, garante
que não “existe qualquer disposição de ataques a quem quer que seja”.
Pimenta diz “estranhar esse excesso de temor” de um agente público.
“É
muito exagerado. Revela desconhecimento do momento político que o
Brasil vive. Imagine se a ex-presidente Dilma Rousseff fosse pedir
segurança especial, devido às centenas de provocações e constrangimentos
que passou? Estão colocando chifre em cabeça de cavalo”, minimiza
Pimenta. Nessas situações, diz, basta o juiz comunicar o fato à Polícia
Federal, a quem cabe investigar e apurar responsabilidades. “Todos nós,
que temos papel público, diariamente, recebemos todo o tipo de ameaça.
São coisas praticamente corriqueiras”.
Clima de ódio
A
deputada Maria do Rosário reitera que, se houve alguma ameaça, não
partiu dos militantes petistas. “O país vive um clima de ódio
inaceitável. Só lamento que o Judiciário tenha sido contaminado por esse
clima”. O que os militantes não vão aceitar calados são as provocações
de pessoas infiltradas ou repressão exagerada das forças policiais.
“Estamos preparados. Vamos documentar tudo, para mostrar ao mundo que
nenhum ato de violência veio da nossa parte”, afirma a deputada. Ela
participará das atividades no Rio Grande do Sul, que começarão no dia
22, com um encontro de mulheres. No dia 23, véspera do julgamento,
haverá uma caminhada no Centro da Cidade.
Várias
caravanas começar a sair, principalmente de estados das regiões Sul,
Sudeste e Centro-Oeste, em direção ao Rio Grande do Sul. De acordo com Vladimir
Nepomuceno, consultor de várias entidades sindicais e movimentos
sociais, “as manifestações serão em um parque fechado em frente ao
tribunal. “E como Lula não deve estar lá – apenas os advogados -, vai
haver menos tensão”. A orientação dos organizadores é de que ninguém
revide a provocações. “Quem briga, perde a razão, mesmo que esteja
certo”. Se houver agressão, o agressor tem que ser levado à presença da
polícia.
“Ainda não se conhece os autores das
mensagens ameaçadoras, mas não é muito difícil rastrea-las. Suspeitamos que vieram de grupos que querem jogar
a culpa no PT e convencer a sociedade de que os apoiadores de Lula são
arruaceiros”, ressalta Nepomuceno. Tanto os que intimidaram o tribunal,
quanto os manifestantes, devem ficar atentos às consequências dos seus
atos, segundo Daniel Dialski, criminalista e sócio do Bialski Advogados
Associados.
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